segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Verbo Amar (Letra de Música)

Letra: Marcio J. de Lima
Música: ainda em elaboração

REFRÃO
Chega de sofrer
Chega de chorar
eu só quero crer
Só quero crer no verbo Amar

Já tentei promessas
e muito mais...
Mas se amor
Ao meu irmão
Nada se faz.

Chega de sofrer
Chega de chorar
eu só quero crer
Só quero crer no verbo Amar

E na multidão
Das grandes cidades
Pessoas vem,
Pessoas vão
Na solidão...

Chega de sofrer
Chega de chorar
eu só quero crer
Só quero crer no verbo Amar

Na barbaridade
Das lutas cruéis
O inocente Morre
Pelo egoísmo
Por nossas vaidades...

Chega de sofrer
Chega de chorar
eu só quero crer
Só quero crer no verbo Amar

De todos os verbos
Que na vida  há
Em toda razão
Não é maior
Que o verbo Amar.

Chega de sofrer
Chega de chorar
eu só quero crer
Só quero crer no verbo Amar

Só é feliz
Quem faz com Amor
Pratica o Amor e
E vive o Amor
Com seus irmãos...

Chega de sofrer
Chega de chorar
eu só quero crer
Só quero crer no verbo Amar

(Marcio J. de Lima – Guarapuava (PR))

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Derrotas e Vitórias...

Derrotas X Vitórias...

Derrotas - uma forma mais intensiva de aprendizado.
Vitórias - consequência das derrotas...
Marcio J. de Lima

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

níqueis rotos


Carrego em meus bolsos um punhado
________de níqueis rotos
embolados por histórias
inaudíveis...
Guardo...
pois
o tempo não as
___________deteriora...
(marcio j. de lima)

Imagem: quadro óleo sobre tela de Angelo Gabriel.

sábado, 19 de outubro de 2013

Homenagem ao centenário do nascimento de Vinícius de Moraes


Hoje comemora-se o centenário do nascimento de um de nossos mais geniais intelectuais que marca há décadas a nossa literatura, e por que não dizer, nossa cultura, ele... Vinícius de Moraes.
Era um simples passar de uma moça. Seria para qualquer um de muitos de nós. Porém para ele, era o passar de uma Musa, sendo ela possuidora de  um "balançado (..) "mais que um poema" que era, com certeza, poeticamente falando, na voz-poema de Vinícius "a coisa mais linda que eu já vi passar".
Sendo assim, o momento que teria tudo para ser trivial, ficou imortalizado na canção "Garota de Ipanema", uma das músicas mais conhecidas no Brasil e em muitos países, compostas por Vinícius.
Quando estava na faculdade, conheci um pouco mais profundamente a poesia deste gênio. Seu modo simples de escrever, porém de uma eloquência sem igual. O fragmento de um de seus poemas denominado "como dizia o poeta" foi um dos que mais me marcou, como abaixo escrito, inspirou-me em muito minhas produções.
"Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu, ai
Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não"
Poeticamente falando, ele viveu intensamente uma obra que uniu de forma harmônica o mais rico de nossa cultura, de um povo miscigenado, através da música, poesia, teatro, integração de intelectuais e suas produções culturais. O que sempre é ratificado pelo testemunho de muitos artistas como Martinalha, Martinho da Vila, Toquinho, Edu Lobo Tom Jobin e muito outros que fizeram parte da vida deste homem que é um orgulho à nossa cultura.
Por tudo que o poetinha contribuiu ao nosso cultural, e muito que ainda contribuirá, que ecoa através de sua longa produção literária, o Blog vem homenagear este que sempre será um de nossos maiores poetas da Literatura Brasileira. Que por ter vivido, apaixonadamente, com  certeza "teve tudo sim!"
Texto por Marcio J. de Lima

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Despeja-me Senhor de minha primeira casa!



BOTECO (Título original)
Ali seu mundo.
Chamam-no de João. Mas para ele tanto faz. Mal não faria se o chamassem Raimundo, Beltrano, Sicrano ou até mesmo José.
Pé de Boteco cravado em uma rodovia qualquer – fachada velha, ares decadentes, risadas soltas, conversas repetidas, lorotas cambaleantes, fígados rotos, famílias em frangalhos – esse era o locos amoenos de meia centena de trabalhadores a fugir da realidade familiar, do trabalho, da crise social, da crise da comunicação, da crise mundial; ali tudo se podia, tudo se fazia, tudo se resolvia.
“Desce mais uma!” e a conversa corre solta.
“Ele é bom!” dizia o moreno sentado ao canto solitário do extenso balcão – elogiando, talvez seu distante amigo imaginário de outrora.
Os causos que a todos faziam rir esgotam-se com a luz do vaga-lume na sombria noite de lua nova.
As aventuras são as mesmas desde que à primeira vez pisou naquela tortuosa casa de álcool e smoke.
Ao esvaziar-se o último copo, João paga sua dívida com a palavra. E o bar o cospe passando por suas tortuosas escadas movediças e voadoras.
O pé nas nuvens, ainda a escutar seus amigos imaginários.
Segue para sua segunda casa. Lá, mais do que nunca: rei. Bate à mesa. Ruge. Cospe-se. Reclama-se. O lampião já não lhe serve, pois seu líquido queima-lhe a garganta.
Os guris? A amada? Sem brincadeiras, sem poesia, sem o quente beijo.
“Onde aprende essa língua?” – reclama a esposa.
“Como é engraçado o papai, mamãe. Sempre nos traz doces. Como ele é bom!”
E o céu acende mais uma centelha de esperança. O dia pula cedo da cama.
Acende-se o fogão velho. O café e o pão surrado na mesa. O lombo surrado de um honesto trabalhador, na cadeira. O velho beija sua rainha. E com um olhar arrependido clama a Deus um golpe de misericórdia “despeja-me Senhor de minha primeira casa!”
(Marcio J. de Lima – 02/12/2010).


Imagem obtida em:http://hadamlima.blogspot.com.br/2009/02/o-enfermeiro-o-douto-e-o-acidente.html, 18/10/2013.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

FELIZ DIA DOS PROFESSORES!



NO MEIO DE TANTOS POR QUÊS...
INSURGE UMA VOZ...
ÀS VEZES SOLITÁRIA,
MAS NUNCA DESESPERANÇOSA...
A REAFIRMAR QUE SIM...
O HOMEM PODE SER MELHOR...
POR ACREDITAR EM TAL ASSERTIVA,
LUTA COM TODAS AS FORÇAS.

Uma singela homenagem do Blog a todos os mestres que dedicam suas vidas ao outro, para tornar este mundo melhor e mais humano.


Imagem obtida em:http://www.blogdosaba.com.br/2013/07/professor-analisa-concurso-publico.html

sábado, 12 de outubro de 2013

Mais um brasileiro


A chuva caía fria... Uma criança nos braços. Lá vai mais um brasileiro. Chove mais ainda. O ponto de ônibus é longe. O barro pesa-lhe o calçado. A tristeza abala o seu coração. Seu filho nos braços. Aquela raquítica figura, esquálida, de tez acinzentada. Sua dor ainda mais forte com a febre dele em alta, e o ofego se faz mais intenso. Respirar... difícil. Durará mais algumas horas, minutos...quem sabe?
Neste momento, não sabe se reza, ou se lamenta por sua situação, ou se enfurece por toda dor no mundo. Todavia, sabe que não deve desistir. O ponto do lotação ainda está muito longe, chegar lá nunca foi tão difícil. Ao se aproximar do ponto, lembra-se que em seu último acesso de raiva participara da destruição do mesmo. Na ora lhe parecera certo, era o momento que se sentira poderoso. Todo seu bando enfurecido mandara muitas pedradas lá – assustou todo o bairro – era o poder – sua marca registrada... Mas agora... que falta fizera o abrigo.
Como ficava numa área quase que inóspita, um pouco distante de um lugar coberto, teria que ficar ali... A chuva continua a judiar. A quem recorrer? Ninguém - era sua resposta. Não tinha ninguém com quem contar. Os amigos eram todos quebrados, desempregados, desajustados... Talvez deveria bater em alguma casa e clamar por ajuda. Era por uma vida. Era justo... Mas quem abriria a porta a ele, já que todos o temiam...
Tudo parecia ao seu redor melindrar seu coração... a raiva o assolara. Encontraria respostas neste momento de turbilhão de sofrimento? Lógico que não era momento de pensar e sim, agir... Mas de que jeito? Sabia que deveria esperar ali...
O lotação já viria... E, de fato logo após alguns minutos um par de luzes – quase que celestes – queimava o chão com milhares de vaga-lumes a cair – pelo efeito da chuva... A esperança e a alegria quiseram brotar naquele árido coração – ressecado pela injustiça social... quando... o lotação acelera e passa.
O motorista olha pelo para-brisa e tem a certeza que desta vez não caíra em nova cilada. Afinal, com dois assaltos na mesma semana, não contaria com salário suficiente para cobrir o caixa, e seus filhos – desta forma - passariam fome. 

(Marcio J. de Lima)

Imagem do texto obtida em: http://amandeexportaluzl.blogspot.com.br/2013/06/voltou-chover-forte-em-umarizal.html

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Mãezinha em manto anil...












Oh mãezinha em manto anil
De tez escura, como a muitos no Brasil.
Serena e linda flor aos olhos de Deus,
De doce e meigo proceder.
Fizeste, homem de forte fé, o menino Deus.
Puseste sem medo, a ser seu destino,
a serpente sob seu pé...
Firmaste ponte resistente entre Criador e criatura.
Foste sim, com toda realeza, exemplo de candura.
Serena, amparadora, segura fortemente nossas mãos,
Para que não esqueçamos jamais
Os sapientes ecos da voz de Seu Filho
a ratificar os preceitos divinos:
Sobretudo, a Deus, amai...
E, como a nós mesmos, o nosso irmão.
 

(Marcio J. de Lima)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

VIRADA CULTURAL EM GUARAPUAVA



VEJA ABAIXO A PROGRAMAÇÃO DE 21 A 26 DE OUTUBRO




SEMANA DE ARTE-EDUCAÇÃO


Atividades de educação no trânsito, panfletagem, blitz educativa e palestra nas escolas.
 

21 de Outubro
 
20h00 – Márcia Rickli – pianista

Local:
Centro de Artes e Criatividade Iracema Trinco Ribeiro
Rua Marechal Floriano Peixoto, 1399 (ao lado da Catedral Nossa Senhora de Belém)
 

22 de Outubro
20h00 – Dua Consonâncias – Sonora Brasil
Local: Sesc - Rua Comendador Norberto, 121. Centro
 

20h00 – Projeto Social Libertare
Professora Daniele Krauz e alunos
Local: Centro de Artes e Criatividade Iracema Trinco Ribeiro
Rua Marechal Floriano Peixoto, 1399 (ao lado da Catedral Nossa Senhora de Belém).
 

23 de Outubro
15h00 às 16h00 - Audição Instrumental
Escola de Música Angel´s Som
Local: Praça do Paço Municipal - Rua Brigadeiro Rocha, 2777. Centro 

20h00 – Quarteto de Cordas Bécher
Local: Centro de Artes e Criatividade Iracema Trinco Ribeiro
Rua Marechal Floriano Peixoto, 1399 (ao lado da Catedral Nossa Senhora de Belém)
 

24 de Outubro
19h00 – Festival da Canção Ecológica
Local: Pahy Centro de Convenções e Eventos
Rua Guilherme Camilo, 129. Boqueirão
21 a 25 de Outubro
 

08h00 às 17h00 - Exposição “Trânsito no Museu”
Local: Museu Municipal Visconde de Guarapuava
Rua Visconde de Guarapuava, 288 (em frente à Praça 9 de Dezembro)
 

08h00 às 17h00 – “Caminho das Cores” - Inês da Silva Fabiani
Local: Praça do Paço Municipal
Rua Brigadeiro Rocha, 2777. Centro
 

10h00 às 22h00 – Exposições “Click Guarapuava”, “Fotos Impressas em Tela”, “Simbioze” e “Pintura em Tela”.
Local: Centro de Artes e Criatividade Iracema Trinco Ribeiro
Rua Marechal Floriano Peixoto, 1399 (ao lado da Catedral Nossa Senhora de Belém)
 

23 a 25 de Outubro
09h00 às 12h00 – Oficina de Stencil Art
30 vagas
Faixa etária: de 12 a 16 anos
Local: Casa da Cultura - Rua Alcione Bastos, 211 - Centro
Informações: (42) 3621-4580


Virada Cultural Paraná – Guarapuava - 26 de Outubro

PALCO CONEXÕES
Parque do Lago
Rua Salvatore Renna - Esquina com Rua Padre Chagas
17h30 - Maxixe Machine
19h00 - Banda 350 ml
20h30 - Kingargoolas
22h00 - Viola Quebrada
23h30 - Fafá de Belém
01h00 - A Banda Mais Bonita da Cidade

PALCO FREQUÊNCIAS
Parque do Lago – Centro
Quadra de areia (em frente à Rua Frederico Virmond)
10h30 - Banda Sexplose
12h30 - Sugar Kill
13h30 - Meu Amigo do Alabama
14h30 - Banda Preto Fosko
16h00 - Jeff & Bill
17h00 - Grupo Contemplação
18h00 - Manos Crew

PALCO SINTONIAS
Parque do Lago – Centro
Arena da Usina do Conhecimento
Rua Frederico Virmond, 2902
10h00 - Banda Angel’s Som
11h00 - Marcos Bebici
12h00 - Musa
12h30 - Bruna Pacheco
13h00 - Studio de Dança La Bayadère
13h30 - Grupo Anima
14h00 - Frizzys
14h10 - Best On Crew
14h20 - Cia de Dança Magia das Ruas
14h30 - Batalha de MC’s
15h30 - Batalha de Break Dance


A programação conforme prevê o site do município poderá sofrer algumas alterações devido a solicitações de participações de grupos de teatros e bandas de outros municípios.
Mais informações clique abaixo:

Virada cultural - Município de Guarapuava 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Labirinto



Eu me perdi no deserto
Momento tão certo em que procurava você...
Eu te encontrei nas flores, amores, buquês
e aromas que não esqueci.
Eu te senti nas estrelas, tão belas, nebulosas
No mistério de um rubro rubi.
Eu te esqueci nas praças,
sem graças, nos bolsos,
De meu paletó.
Eu me enrolei nas cordas
Nas bordas, nas águas que rolam dos Igapós.
Eu decifrei os versos
e os terços dispersos
rezados por sábias vovós.
Eu suportei sua lima,
sua rima, seus versos dispersos
sua língua dizendo, “te vejo até!”.
Eu acreditei nas loucuras
Rasura da história
Nas glórias vazias de falsos heróis.
Enfim acreditei que você me amava
E o gosto amargo me fez ver
que viver é descobrir,
Que o que se parece com prece
às vezes carrega
um imenso vazio.
Que meu apego ao sossego, conforto,
tem um preço
que às vezes não posso pagar.
Que minha moto
tão velha
No asfalto me traz liberdade.
Que o dinheiro,
um carro maneiro
sem minha família
É prata tão rota
Fome sem saciedade.

(Marcio J. de Lima)

domingo, 6 de outubro de 2013

DIPLOMACIA NO ÔNIBUS


Conversava com um ex-colega de Faculdade, o assunto: como andava o respeito entre as pessoas. Falávamos dos bons modos de como sempre que possível cumprimentar as pessoas, ceder lugar àqueles que tivessem preferência como: idosos, gestantes e demais pessoas que necessitassem. Comentava que isso virou hábito para mim que vez ou outra nem me dou conta vou em pé mesmo, mesmo havendo poltronas vagas.
Ele, meu colega, me contou que algumas vezes passou por situações estranhas que lhe aconteceram em tal empreitada. Numa vez ele percebeu uma senhora de muita idade entrar. Prontamente se dirigiu à mesma e lhe cedeu sua poltrona. Quando se virou para seu antigo lugar, com o intuito de mostrar para senhora qual era, já não estava mais vago, uma mocinha folgada já havia sentado lá, sem ao menos se importar com quem ou a quem se pretendia ceder o lugar.
Diplomático, meu colega respirou fundo. Olhou para a senhorinha. Cabelos brancos, meio arqueadinha pelos anos, com os olhinhos bem apertados – quase que fechados – talvez pelo brilho da luz e ou pelo brilho dos anos. Indignado ficou pela covardia. Não sabia se chegava lá e tirava a moça à força, se xingava até a mesma se tocar ou se ia até o cobrador pedir que alguém cedesse lugar à pobre senhora. Uma moça de azul, sem a mesma diplomacia do meu amigo, esbravejou escandalosamente “já tem bicho folgado neste mundo” sem ao menos disfarçar a quem se destinava tal observação – deveras merecida. – A invasora de poltronas alheias – mal-educada – estava graciosamente ornada com quase um quilo de piercing e uma cara de quem acabara de acordar. Meu amigo – embora não precisasse de tal ajuda – agradeceu em pensamentos a moça de azul que fez o comentário e ficou feliz por não precisar gastar seu latim nem de sua diplomacia na reconquista de território.
A mocinha folgada com um sorrisinho amarelo levantou-se e cedeu o lugar para a vovozinha. Problema resolvido. A senhorinha seguiu lentamente até a poltrona. Não se sentou. Segurou-se entre as poltronas e ficou guardando seu lugar com seu corpo. Neste momento meu colega olhava a anciã e dizia consigo mesmo “agora ela senta”. E nada. Passavam-se uns três pontos e a senhorinha, ainda, em pé. Ela falou com sua estremecida vozinha: “tem que esperar esfriar, nunca se sabe quem tá doente e tem doença que se pega pelo calor”, soou como algo sábio, mas meu amigo remoeu-se não pela poltrona, mas pela paciência da dona. Pensou “temos que ter paciência com as pessoas de mais idade”. “Acho que agora já tá bom” – falou, nossa senhorinha, olhando para as pessoas ao seu redor -. Já haviam se passado mais cinco pontos. Nossa pacienciosa senhora assentou-se e sorriu. Meu amigo me confessou – sorridentemente – que já estava de plano de requisitar de novo sua poltrona – brincou -. Respirou fundo. Consultou seu manual de boas maneiras. Percebeu que quase todos os vidros do ônibus estavam fechados e resolveu – não mais por ele que logo desembarcaria, mas sim pelos demais que ali ficariam – abrir as janelas e de uma só vez abriu umas cinco. “Ônibus lotado”, disse ao vácuo. “Tem doença que se pega pelo calor” concordou a senhorinha “e outras que se pegam pelo ar”. Com a cabeça alguns concordaram, mas com cara feia uns nem se manifestaram. Pensou “o povo não se importa com sua saúde, nem com a saúde dos outros, mas… quem sou eu pra mudar isso”. Acionou a campainha, e pediu licença, uns dez estavam na porta e nem se mexeram para deixá-lo passar. Decidiu dar uma forçadinha. Ele ouviu algumas manifestações dentre elas “tem gente que não tem mesmo educação” pareceu vir da moça de azul que tomou o lugar da vovozinha – mas não se importou – precisava descer. Olhou bem para as pessoas, pensou em revidar, engoliu diplomaticamente um “vá à …” sorriu amarelo e desembarcou.

(Marcio J. de Lima)

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...