Bateu na parede, forte. Havia alguém batendo. Quem seria?, pensou. Acendeu as luzes e olhou pela janela. Observou o poste, com a sua lâmpada esbranquiçada, olhou toda a frente da casa e não havia ninguém ali. Ligou as lâmpadas dos fundos e a mesma coisa, não havia ninguém ali. Deve ser a velha casa estalando, refletiu...
Sentou-se à frente da tevê e continuou a assistir a série que estava tentando maratonar. Assistiu a mais uns dois episódios. Entre um intervalo e outro pensou na batida forte à parede. Tudo estava quieto, não havia ninguém à rua. Era um silêncio total e uma noite escura assustadora. Nem lua havia naquele dia.
Escutou um suspiro que lhe arrepiou o corpo. Tentou descobrir de onde teria vindo. Olhou as janelas e não havia ninguém. Quando voltou a olhar novamente a janela da rua percebeu um vulto branco passar por ela. Ficou esperando passar na outra janela. Os cachorros não latiram e achou estranho. Gritou o nome de seu filho. Gritou mais uma vez e nada...
Ouviu passos, mas que brincadeira sem graça do Ari. Pensou: Está parado no vão das janelas, vou assustá-lo. Abriu rapidamente a janela. Não havia ninguém ali. Novo frio na espinha. Olhou para o telhado. Talvez tivesse subido no telhado. Sussurrou: “Ari, é você?” Falou mais alto... “Ari, chega de brincar com sua mãe”! Fechou rapidamente a janela e se recolheu ao seu sofá. Ficou por ali até o sono vir...
Passou quase a noite inteira acordada. Pela manhã, Ari a acordou... “Oi mamãe. Acabei de chegar. Vá dormir na cama”! Falou o paciente Ari... Ela, com os olhos arregalados de sono e de medo, nada falou... Simplesmente perguntou... “Ari, é você?”
Texto de Marcio Lima
Texto publicado em:
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