Família... esse dom deve ser preservado. Não importa sua constituição, nenhuma é perfeita... graças a Deus. Ela serve como uma escola para vida. Ali, cometemos os nossos primeiros erros. Aprendemos o quão sublime é o perdão. Percebemos também que ela sempre estará conosco. Somos frutos dessa sagrada e pequena sociedade.... Com o tempo, notamos que cometemos as mesmas falhas de nossos primeiros professores, nossos pais. Começamos cobrar de nossos filhos aquilo que os nossos pais quase morriam de pedir a nós. De certa forma, tornamo-nos nossos pais. Todavia, não importa, era bem esse o objetivo, tornar-se modelo, conduzindo nossos amados rebentos ao que há de melhor, segundo nosso entendimento... Quando um dia olhamos para os cantos da casa, sentimos que alguma coisa está faltando. Aquela desarrumação indesejada, já não ocorre mais. Aqueles gritos tão irritantes já não soam mais, e quanto sentimos a falta desses desarranjos. O silêncio impera... Aqueles jovens chegando tarde, também não há... Sentimos um vazio..
No entanto... quando achamos que o ciclo fechou, um belo dia acordamos com nossos cabelos em neve, e vemos que a história só deu uma pausa, erguemos as mãos ao céu e já não reclamamos mais... Um par de olhinhos curiosos encara-nos pela manhã, pijama de ursinho, pantufa de coelhinho nos pés e um mundo inteiro para desbravar, e realmente... só aproveitamos de verdade, aquilo que com o tempo ganha um tempero tão especial... E cumprimos muito bem nosso novo papel...! Sendo alguém que já não enlouquece por questões tão essenciais da vida e que nos pareciam incomodar quando éramos só preocupados pais...
Marcio J. De Lima
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