Nas minhas veias correm sangues tantos...
Do meu pai, de minha mãe, de índios, de mouros, de loucos, de santos...
Minha pátria é onde estou, meus pés cravados aqui,
Num aprisionador e necessário presente em devir...
Não bebo para esquecer o passado, nem fumo para me sentir empoderado,
Tomo meu café para compensar minha pressão,
E, leio poemas para tentar acalmar meu coração...
Sou um pé numa estrela longínqua,
Num sol de luz, azul e tardia...
Sou dor, amor, suor, palavras, taquicardia...
Sou alguém que crê, lê, vive tropeçando, levantando...
Caindo em vazios tão meus,
De poesias concretas, de sonhos de princesas saudosas, casadoiras...
De poetas de outrora, de Josés, de Guimarães, de Dantes,
De Leminskis, de Machados tantos, de Rosas e Pessoas e Freis (de) Antão...
De Dias longínquos e tesouros tão seus...
Em que a alegria plena só haveria a vir de Deus...
Quisera ser nada em seus lábios,
Ser só uma saudade irrealizada, sem jeito,
Ser uma palavra jogada ao tempo,
Uma jangada num mar de solidão,
Ser seu aurículo, pequeno, presente em seu peito...
Uma borracha bondosa a apagar seus próprios defeitos...
Ser-te amor, verso, um par de ouvidos e mil e um sonhos,
Um regar de um jardim
Uma voz solta a dizer no vácuo, um até breve!
Vou a Centauro, já volto,
Pois, é logo ali...
(Marcio Lima)
Imagem obtida: https://pixabay.com/pt/illustrations/l%c3%a2mpada-el%c3%a9trica-cora%c3%a7%c3%a3o-universo-5831252/
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