Não há fora, aqui.
Jogo, logo volta, logo obstrui ou polui.
Não há outro céu azul a servir de superior paisagem nesse devir terráqueo.
Não há só eu, há outros, há tantos…
Não há só silêncio, há barulho, há falas, pios, cantos…
Não há só um solo, há água, areia, barro, pedra...
Há garrafas, pás, caminhões e britadeiras…
Há tanta gente por aí…
Rostos estranhos, quase nunca conhecidos,
Alguns, até, esquecidos…
Há muito aqui, notas, rotas, pesos, medidas
E, um imenso vazio sem descrição…
Um escarnecer sem discrição…
Um esquecer até do irmão.
Queria tudo fosse sobriedade,
Mas há loucura no ar, na terra, no alimento que sacia minha fome,
Nos noivos que ali caminham, nos jovens que se beijam, naquela moça esquecida por aquele homem…
Há uma teoria tentando dar resposta ao nada que me irrompe,
Um poema tentando me alegrar,
Uma história a me iluminar…
Há um riso solto logo ali na praça, o homem caiu sem saber na sua maior graça. E, antes de tudo acabar, vou pôr sentido no que antes era interrogação… Sim, por alguns segundos vou abrir meu coração…
(Marcio Lima, Gpuava, 11 jul. 2024).
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