Vê lá, se dá uma página que se aproveite, de tudo que falei…
Se der uma linha, ter-me-ei por contente…
Minha estrada, que achei outrora que se faria larga, estreitou-se…
Meus pés já esqueceram dos solavancos e tropeços… hoje, trôpegos…
Quando a vida se fazia pra mim, forte luz, era tudo exclamação…
Mas, com o tempo se fez icônicas interrogações,
E, hoje convicto, quase sem que dizer, são só reticências…
Oh, minhas tão certas ciências, de respostas tão vastas,
Já fiz tantas perguntas e as lancei ao universo,
Que não raramente, ao invés de se fazerem tratados,
Se involucram em si mesmas e se convertem em versos…
Vejo árvores, sóis, estradas cansativas, pedras em tantos caminhos…
Retas e semicírculos em todos os cantos,
Odes, sonetos, versos livres, melodias, cantos…
Tantos conflitos, nenhuma certeza, nenhuma harmonia…
Só receitas, gráficos, retângulos, perguntas, nenhuma poesia…
(marcio lima)
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