Eu e minha irmã a juntar
latinhas. Antigamente se chamava assim, (catar latinhas), hoje a maioria das pessoas fala apanhar recicláveis, ser operador ecológico, etc.
Não se tinha
bem ao certo do valor deste trabalho para o meio ambiente, nós
juntávamos para ajudar no orçamento da família. Nos dia atuais,
muitos pais de família tiram seus sustentos desse ofício.
Fazia esse serviço com um
carrinho feito de madeira para ajudar no trabalho, eu mesmo o
produzi, o qual era carregado até quase não caber mais nada.
Minha irmã ia junto comigo
algumas vezes, o que era conseguido por um insistente pedido “Mãe,
deixe eu ir junto!”. Ela punha um boné na cabeça para esconder
seus cabelos compridos para disfarçar que era uma menina, para
diminuir o risco de alguma violência – o que hoje seria quase que
inconcebível. Mas enfim, naqueles tempos não se havia falar em
violência como hoje...
Certo dia, um casal de
desconhecidos, em um carro, se aproxima. E nos pergunta:
- Vocês querem este bolo?
Acenamos envergonhados com a cabeça, que “sim”
Estava feito o dilema. Minha mãe sempre aconselhou a não pegarmos coisas oferecidas por estranhos. Que bolo! Parecia delicioso. Tempos depois descobri que era um rocambole de amendoim. A minha irmã segurava o bolo e ficava próximo ao carrinho enquanto eu continuava a entrar no mato dos terrenos baldios procurar recicláveis, que naquela época, em Guarapuava dos anos 90, era muito comum serem jogados nesses, o que era favorecido pelo serviço de limpeza pública deficitário.
A minha cabeça enquanto o tempo se seguia só estava no bolo e no dilema, comê-lo ou não comê-lo. Decidimos, mas com muito dó, a jogar o bolo e não arriscarmos... Fiquei com a imagem daquele dia.
Minha irmã, anos depois me confidenciou. "Realmente o bolo era uma delícia!"
Marcio Lima
- Vocês querem este bolo?
Acenamos envergonhados com a cabeça, que “sim”
Estava feito o dilema. Minha mãe sempre aconselhou a não pegarmos coisas oferecidas por estranhos. Que bolo! Parecia delicioso. Tempos depois descobri que era um rocambole de amendoim. A minha irmã segurava o bolo e ficava próximo ao carrinho enquanto eu continuava a entrar no mato dos terrenos baldios procurar recicláveis, que naquela época, em Guarapuava dos anos 90, era muito comum serem jogados nesses, o que era favorecido pelo serviço de limpeza pública deficitário.
A minha cabeça enquanto o tempo se seguia só estava no bolo e no dilema, comê-lo ou não comê-lo. Decidimos, mas com muito dó, a jogar o bolo e não arriscarmos... Fiquei com a imagem daquele dia.
Minha irmã, anos depois me confidenciou. "Realmente o bolo era uma delícia!"
Marcio Lima
Imagem obtida em:http://culinaria.culturamix.com/receitas/doces/rocambole-de-amendoim
se fosse eu não iria aguentar e comeria o bolo. riso
ResponderExcluirHehe... Valeu Pedro, obrigado pela participação. Continue conosco!
ResponderExcluirestamos ai. o senhor poderia escrever o conto de terror do tio que resolveu acompanhar a moça até a casa dela, e usava óculos escuro, mas tava noite. lembra dessa história?
ResponderExcluirNão lembro Pedro... Mas... eu vou pegar mais detalhes e depois escrevo. Um grande abraço!
ResponderExcluirblz, valeu. pergunte pra mãe que ela lhe conta, é muito massa essa história o senhor vai gostar.
ResponderExcluirCom certeza Pedro! Deus o abençoe!
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