Esqueci-me
entre versos e palavras num estoico ato desvairado a transcrever a
lucidez que pretendia levar-me à serenidade... Esqueci-me a espiar
tantos com suas alegrias, tristezas, derrotas e vitórias... A
estudar em suspiros poéticos, prosas literárias, fingires de um
fingidor. Esqueci de pagar minhas contas, de receber o que me deviam,
de ganhar dinheiro, de gastar além do trivial... de rir, de chorar,
de viver um grande amor, de sofrer de desilusão, de viver de
solidão, de navegar no mar de seus olhos, de naufragar em seus
eflúvios, de fazer de nosso enlace, um dilúvio.
Enfim,
esqueci-me de lembrar do verdadeiro viver. E, antes que a sobriedade
me envolvesse com suas frias mãos, deixei elas, letras de um poema,
me envolver novamente em uma ígnea noite de sofreguidão pelo
encandecer de seus olhos, poética inspiração.
Marcio J.
de Lima
Imagem obtida em:http://verdadenapratica.wordpress.com/2014/04/18/por-que-devemos-ler-poesia/
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