Como
mensurar o valor da vida que segue a esmo nesta estrada? Mesmo que
defeitos haja, oferecendo ela (a vida) uma indelével marca que nos
torna ainda mais, únicos, portanto preciosos...
Há
em minhas entranhas um incômodo, que sei não ser causado pelo
excesso de consumo da verde manga, todavia, desconfio ser o amor...
que teimo em tentar decifrá-lo, traduzi-lo - ou sei lá o quê - em
versos e canções atos e orações...
Melhor
que o cultivo de manga; que convenço não ser bom nas artes da
terra; cultivo a amizade - grande tesouro, estoque para os momentos
tão tensos da vida que se faz rotina, que vale mais que ouro - com a
amiga verdade.
Sempre
busquei um grande amor: fogueira nas noites de inverno... Passam-se
os dias; quase - duas almas em uma; que se aliviam em seus - doces e
ensabecedores - conflitos internos.
Ao
cair das mangas... ao sabor agridoce da vida. Sentam-se ao meu lado
para o desfrutar dela, idosos e crianças e repousam ali seu
equilíbrio em temperança: criança-idoso; idoso-criança.
Enfim
a vida, aquela que irradia qual manga madura ao apinar do dia, me
seduz a cantar as alegrias, pelos redundantes alvoreceres, nos quais
me motivo a buscar plantada na terra, no sorriso dos amigos ou no
braço dos amores, a rica e bela poesia.
Marcio
José (Méndez) de Lima
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