A quem interessa o tombo fácil do inocente na rua?
A quem interessa a torre que cai e a esperança que se esvai?
Qual olhos brilham de fascínio com a carne que se rasga?
Qual alma dá um passo ao inferno a negar a mão a quem cai, e que chuta o fraco no chão?
A quem interessa jogar a tantos no xeol?
A conservar o ódio no formol?
A pescar a tantos pela mentira como peixes ao anzol?
A quem interessa a tantos, negar a mestria do sol?
A quem interessa abrir as portas do inferno? A negar ao morimbundo um simples lençol?
Ah, quanto amargor na boca, no pensar, quanta falta de amor e perdão... Quanta falta de repartir o pão...
Quanto falta do nós. De soltar a voz. De dar a quem não tem, voz...
Que náusea em pleno século vinte um, quantas desesperança, e para enxergar ao próximo nenhum zum...
Que medo da poesia que mostra tudo sem mostrar, que inspira a dizer que nada sou, a partir do mar...
Guarapuava
Marcio Lima
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