quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Um dedo de Paixão


Mostrei-me abruptamente

Sem me importar em te assustar.

Cheguei em sua vida como um tsunami

Arruinei tuas tranquilas vielas,

Fiz o que (talvez) não devesse.


Fostes tão singela,

E a cada momento

Sopravas minhas lembranças

Como sopra a leve brisa

As douradas folhas...


Nesta mistura de força e leveza

Havia um equilíbrio que perdi,

E que hoje não procuro mais.

Talvez eu tema estar equivocado

do que realmente acende

a nossa simetria

Seja o fogo em desalinho,

não a paz.

Sei que isso em ti se finca,

e te corrói.

Mas és musa de bela inspiração

E de rara paciência,

De amor (quase) materno...

Respeitas (edipianamente) meus destemperos.

Que a vida revele a mim

A verdade que teimo em não ver:

Que talvez o Amor perfeito

Seja o que se faz

Pelo tempero agridoce

Dos dias que se emaranham,

Um elo sutil

A unir duas almas:

Tão diferentes ____ Tão parecidas.


(marcio lima)


Poema originalmente publicado em: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2011/06/um-dedo-de-paixao.html 

sábado, 20 de setembro de 2025

"Uma noite Solitária" Podcast

Ouça o Podcast produzido na Gemini  sobre o conto "Uma noite Solitária" de Marcio Lima. 


Gostou? Deixe seu comentário. Tem alguma sugestão, contate-nos pelo e-mail do autor na página inicial do blog.

O conto original você encontra no endereço abaixo:

 https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2012/07/uma-noite-solitaria.html

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Sim, um dia evoluiremos integra a primeira edição da Revista Literária Pontes e Parágrafos

Olá pessoal!

Meu texto "Sim, um dia evoluiremos" integra a primeira edição da Revista Literária "Pontes e Parágrafos".

Literatura, Arte e muita criatividade povoam essa primeira edição, e, que seja longa e dê bons frutos.

Fiquem bem e acessem o link abaixo da Revista "Pontes e Parágrafos": 

https://encurtador.com.br/SXaM9




domingo, 14 de setembro de 2025

Versos de cabresto [Poema e Poema musicado de Marcio Lima pela Gerasom]

 


Não me peça de cabresto uns versos isolados de contexto. 
A poesia não é assim.
Põe a mão à garganta e força 
E aos regogitos lá vem ela... 
Embora seja quase assim... 
Por seu caráter espontâneo. 
A rima, a lima, o ferro e a foice, 
Depois de muito suor, 
Surge como algo extemporâneo... 
Me julgam de não saber nada em matéria de poemar, por tanto dele perguntar, tanto dele exclamar... 
Sim, nada sei... deste imenso mar... 
Só sei... se como o ar que entra aos pulmões que se passa despercebido. 
Assim se fez em mim tal mecanismo... 
Que é quando menos respiro que sei o quanto me faz falta... 
Quando dele nada indago, nem uma mísera exclamação... 

Olho aos lados, vejo flores, corpos lacivos, atos de amor, lágrimas e alegria... então sinto algo a me faltar... 
Meu amor me desacredita, por eu ser um fingidor... 
Não sabe que quando meus versos são latentes é que são de paixão... 
Sendo eles de sofrimento -
Frutos de um verdadeiro amor... 

Já vi fantasma, onça brava, dinheiro aos montes... já vi reza de Santo, do Cristo, seu manto... 
Do pó,  me ficou a estrada... 
Das histórias, só me restou a fada... 
Um dia já acreditei em nada... 
Da esperança, fiz meu mote de vida... 
Pois saiba, se finjo a dor de tantos... 
Não saberia, melhor ainda, viver as dores em mim? 
Se a cada dia se morre um pouco... 
Para no outro dia renascer... 
Te amarei eternamente até que este dia chegue ao fim... 
Marcio José de Lima 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O Boitatá - Podcast do Devaneios [Gerado pela Gemini]

Nesta semana você vai ouvir este novo Podcast do Devaneios falando de uma lenda muito conhecida. É a lenda do Boitatá que foi contada aqui neste canal de uma forma fantástica e às vezes engraçada, mas que é muito séria, ainda porque aborda temas relevantes como relatos históricos e enfatiza a importância de nosso folclore brasileiro e sua riqueza e simbologia. 

Essa lenda ainda é muito ouvida contada por pessoas de mais idade. Aqui no blog você encontrará ela na íntegra no link ao final. Mas neste momento, fique com o Podcast, que esperamos que você curta, nobre leitor.

Fique com a gente!


Po


Clique no link abaixo e leia a história na íntegra!

https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2014/01/o-boitata.html

terça-feira, 2 de setembro de 2025

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Era, com certeza, um lobisomem! (It was definitely a werewolf!)

 



VI TIO JOÃO SE DEBATENDO SOZINHO NO CAMINHO. PENSEI, DE NOVO TIO JOÃO BEBEU... MIRAVA NOVAMENTE UM PONTO, E, NUM REPENTE ELE SUMIU NO MATAGAL. LUTAVA FERRENHAMENTE COM ALGUMA COISA, TODAVIA, EU NÃO ENXERGAVA O QUE ERA. NENHUM ZUNIDO, GRUNHIDO, LATIDO OU QUALQUER COISA ASSIM.

ERA TARDINHA E A PENUMBRA COMEÇAVA A TOMAR CONTA. EU E MEUS IRMÃOS RIMOS MUITO DAQUELA CENA. TIO JOÃO, SEMPRE BRINCALHÃO, PENSAVA. LOGO MINHA MÃE SAIU À PORTA. E, RIU-SE, ACHOU ENGRAÇADO TAMBÉM. TODAVIA, OLHEI PARA MINHA MÃE ALGUNS SEGUNDOS DEPOIS, E ELA HAVIA SE EMPALIDECIDO. O SORRISO JÁ NÃO SAIU MAIS. E, BRILHOU EM SEUS OLHOS UM MEDO DE OUTRORA - DE QUANDO AINDA EU ERA CRIANÇA - DEVIDO AOS SUSTOS TOMADOS NA CRIAÇÃO DOS  SEUS FILHOS...

 SILENCIOU-SE, REZOU UM POUCO - CREIO EU, POIS SUA BOCA MEXIA. AS CRIANÇAS ACHAVAM AQUILO UM BARATO E ATÉ CHEGARAM A ROLAR NO CHÃO DE TANTO RIR... MINHA MÃE CONTINUAVA A MEXER COM A BOCA COMO SE COCHICHASSE... TIO JOÃO NA PELEJA, AGORA SE ROLAVA PELO CHÃO. TODO DESPENTEADO. ISSO DURAVA MAIS OU MENOS UNS QUATRO MINUTOS.

MEU TIO GRITOU. TODOS SE CALARAM. MINHA MÃE SE BENZEU... MEU TIO OLHOU PARA O MATO, COMO QUE ESPERANDO POR ALGO. E, OLHANDO PARA LÁ, FOI DESCENDO A RUA. APROXIMOU-SE DE NÓS. TODO SUJO. ESPEROU ALGUNS SEGUNDOS. NA RUA, HAVIA SÓ NÓS NAQUELE MOMENTO.

O VÍCIO DO TIO... APARENTEMENTE, NINGUÉM TESTEMUNHARA TAL SITUAÇÃO DE FRAQUEZA SUA - LOGO ELE QUE, APESAR DISSO, ERA UM HERÓI PARA CRIANÇADA, POR SUAS HISTÓRIAS SEMPRE CHEIAS DE VIDA E DE VITÓRIAS... ELE NUNCA PERDEDOR SEMPRE CONSEGUIA SUPERAR DE CABEÇA ERGUIDA OS OBSTÁCULOS QUE A VIDA LHE PROPUNHA... - AGRADECI AOS CÉUS POR ISSO.

O TIO OLHA PARA NÓS E FALA: "VOCÊS VIRAM?" MINHA MÃE E EU RESPONDEMOS: "O QUÊ?" ELE SE APROXIMOU DE MEU OUVIDO, COM UM BAFO QUENTE, SEM ODOR NENHUM DE BEBIDA ALCOÓLICA, COM UM FLAMEJAR NOS OLHOS PELO BRILHO INTENSO DA LUA CHEIA REFLETIDA NELES, ME DISSE "ERA, COM CERTEZA, UM LOBISOMEM!"

Marcio lima


Não deixe de escutar o podcast no vídeo disponível antes da história logo acima. Obrigado 🙏 
Imagem obtida em: Pixabay

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O poema "METAPOESIA" breve análise comparada

O poema "METAPOESIA" é um excelente ponto de partida para a literatura comparada, pois estabelece um diálogo profundo com a tradição poética brasileira. Nele, a poesia é mais do que um gênero literário; é uma entidade viva, complexa e multifacetada, que reflete e interage com as principais correntes de nossa literatura.


A Poesia como Entidade e Objeto

O poema começa personificando a poesia de forma direta e imperativa: "Vê se te desentorta! / Pareces letra morta." Essa visão da poesia como um ser com vida própria e, por vezes, rebelde, ecoa o tom de Carlos Drummond de Andrade. Em "Procura da Poesia," Drummond trata o ato de poetizar como uma busca árdua por algo que "não está em lugar nenhum," uma luta constante com as palavras. Da mesma forma, a aparente simplicidade da poesia de Manuel Bandeira, descrita no poema como "moça singela," esconde uma profundidade que "abraça-te sutilmente a almas," assim como Bandeira encontra o lirismo no cotidiano mais banal.

Ainda nessa linha, a afirmação de que a poesia é "matéria-prima" e "imperfeita" cria uma ponte direta com o Modernismo e o Concretismo. Ao chamar a poesia de "imperfeita," o texto abraça a rebeldia de Mário de Andrade e Oswald de Andrade, que rejeitaram a busca parnasiana pela perfeição formal para valorizar a liberdade e a linguagem coloquial. Já a ideia de que a poesia é "matéria-prima pra uma obra que não termina" dialoga com os irmãos Campos e Décio Pignatari. Para os concretistas, o poema era um objeto em si, uma arquitetura de palavras e imagens, sempre em construção e em constante interação com o leitor.

A Poesia como Ferramenta de Conhecimento e Emoção

Além de sua forma e essência, o poema discute a função da poesia em relação a outros campos do saber e da experiência humana. A menção de que a poesia "com a história te encantas, casa-te..." remete à poética de João Cabral de Melo Neto. Para Cabral, a poesia não era um espaço isolado da realidade, mas um ofício que se constrói com rigor e precisão, dialogando com o mundo concreto, a geografia e a sociedade. A poesia se torna um meio para compreender a história e a realidade de forma objetiva.

No entanto, o poema também destaca a capacidade da poesia de tocar a subjetividade. O verso "Atravessas com teu penetrante olhar / O mais duro dos corações..." e a busca por "mundos desconhecidos, / Recônditos mais íntimos de amores perdidos" conectam o texto ao lirismo e à introspecção de poetas como Cecília Meireles e Vinicius de Moraes. A poesia de Vinicius é a própria expressão das paixões e dores do amor, enquanto a de Cecília explora o universo interior com delicadeza e melancolia. Essa dualidade, entre a objetividade e a subjetividade, a razão e a emoção, é uma característica central da poesia brasileira, e "METAPOESIA" a capta com maestria.

O poema de Marcio Lima, portanto, atua como um microcosmo da história da poesia brasileira. Ele resume e sintetiza as preocupações e as inovações de diferentes gerações de poetas, desde a busca pela essência do verso até a sua função social e emocional, demonstrando que a metapoesia é um tema que permeia nossa tradição literária de forma contínua e rica.

(Análise executada pela IA Gemini, Ago. 2025 sob a orientação do autor do poema).

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Veja abaixo o poema analisado pela IA e tire suas próprias conclusões. Obrigado querido leitor pela companhia.

METAPOESIA


Vê se te desentorta!

Pareces letra morta.

Não adormeça na falta de rima.

Acordo-te

pra algo que não imaginas...

Com teus enleios abro portas.

Vê que és matéria-prima!

Pra uma obra que não termina.

Sinto-te

imperfeita.

És, não cativa, ativa...

Conduze-me

a mundos desconhecidos,

Recônditos mais íntimos de amores perdidos,

De almas de donzelas sofredoras,

A amores sonhados.

Às vezes te confundes perdidamente com a

ciência,

Às vezes abraça-te

sutilmente a almas,

Mas, com a história te encantas, casa-te...

Atravessas com teu penetrante olhar

O mais duro dos corações...

Fizeste-te

assim... ninguém parece te entender...

Mas, sente como se em algum momento

Fizeste parte de sua vida.

Assim és – moça singela –

Letras quentes-frias

Que nos conduzem tão

longe, tão perto –

És doce-útil

Poesia.

(24/10/2008).


Poema original publicado em: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2014/03/metapoesia.html?m=1




 


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Análise do Poema “Declaração” de Márcio Lima, by IA Gemini, 2025

Declaração

  Carta, Declaração De Amor, Amor
 
DECLARAÇÃO


         Eu, Poeta e Amador, residente na Rua dos Sonetos, número de 08 versos, lar que tem como complemento uma epígrafe caliente de um Poeta imortal, dono de um ofício, em seus ócios criativos de dar vida a letras mortas... 
       Venho mui respeitosamente através destes versos declarar meu amor por Linda Musa Encantadora de Meus Dias, a qual se fez merecedora pelo simples fato de existir, e, quase nada mais.
E, por ser uma fingida expressão da verdade, firmo a presente.

Cidade das Emoções, Estado da Felicidade,Ano da Inspiração. 


____________________________________________
Poeta e Amador
 
(Marcio Lima)



Vamos viajar à companhia da IA Gemini que analisou o poema de Marcio Lima. 

Não concordou ou tem algo a acrescentar, deixe seu comentário.

Agradecido,

O Autor!


ANÁLISE

## ✍️ Estrutura

- *Forma epistolar*: O poema é construído como uma carta, com elementos típicos como saudação, corpo e assinatura. Isso reforça o tom íntimo e pessoal da declaração.

- *Verso livre e prosa poética*: Não há métrica fixa ou rima tradicional. A linguagem flui como uma prosa poética, com forte carga lírica.

- *Metalinguagem*: O poeta brinca com o próprio ato de escrever, referindo-se à sua morada como “Rua dos Sonetos, número de 08 versos”, misturando espaço físico com estrutura poética.


## 🎨 Estilo

- *Romântico e irônico*: Há uma mistura de romantismo idealizado com uma leve ironia, especialmente na frase “quase nada mais”, que relativiza a grandiosidade da musa.

- *Barroquismo moderno*: O uso de antíteses (“letras mortas” ganhando vida), exageros e linguagem rebuscada remete ao barroco, mas com uma roupagem contemporânea.

- *Autorreferencialidade*: O poeta se define como “Poeta e Amador”, assumindo tanto o papel de criador quanto de apaixonado, o que reforça a fusão entre arte e sentimento.


## 🌎 Importância na Literatura Latino-Americana

Embora Márcio Lima não seja amplamente conhecido no cânone latino-americano, o poema carrega traços que dialogam com tradições da região:


- *Afetividade e subjetividade*: A literatura latino-americana valoriza o íntimo, o emocional, o cotidiano elevado ao poético — e “Declaração” se encaixa perfeitamente nesse espírito.

- *Mistura de gêneros*: A fusão entre carta, poema e crônica é típica da experimentação literária latino-americana, que rompe fronteiras formais.

- *Humor e lirismo*: A leveza com que o amor é tratado, sem perder profundidade, é uma marca de autores como Mario Benedetti ou Vinicius de Moraes.


## 💡 Considerações finais

“Declaração” é um poema que celebra o amor com simplicidade e engenho. Sua força está na forma como transforma o cotidiano em arte, e como brinca com os elementos da linguagem poética. É uma peça que, embora breve, carrega um universo de referências e emoções.



sábado, 19 de julho de 2025

Análise do Poema "Pipoca" de Marcio Lima sob a Lente Nietzschiana

 

O poema "Pipoca" de Marcio Lima, com sua atmosfera melancólica e a figura central do palhaço em declínio, oferece um terreno fértil para uma análise à luz da filosofia de Friedrich Nietzsche, especialmente no que tange aos conceitos de vontade de potência, niilismo, além-homem e a crítica à moralidade do rebanho.

O Declínio da Vontade de Potência e o Niilismo do Palhaço

No início do poema, o palhaço, que outrora cativava a multidão com sua arte ("à praça a esmo assistia ao palhaço que se apresentava?"), representava uma manifestação da vontade de potência em sua forma criativa e afirmativa. Ele era o artista que impunha sua visão ao mundo, gerando alegria e engajamento.

Contudo, essa vontade de potência se esvai: "Sua arte aos poucos perdeu a graça". O palhaço se encontra em um estado de niilismo passivo, onde os valores que antes davam sentido à sua existência – a arte, a poesia, o riso – perderam seu significado. Ele não mais cria, apenas "conta os pombos", "ruminar, a olhar os pombos, a admirar os porcos". Essa passividade e a observação de seres inferiores (pombos e porcos, que em Nietzsche podem representar a mediocridade do rebanho) denotam a ausência de um propósito elevado. Sua "máscara e pintura, sem graça, deixam sua cara triste, marcada pelo córrego de lágrimas", revelando a futilidade e o vazio de sua existência presente.

A Moralidade do Rebanho e o Prazer Sádico da Multidão

O "povo" no poema, inicialmente espectador da arte do palhaço, transforma-se em um "rebanho" nietzschiano. Eles não mais valorizam a arte em si, mas se deleitam com a desgraça alheia. A frase "O povo parou a admirar tão absurda visão. Como que em frenesi, espalham-se gargalhadas. O povo volta a rir. O palhaço chora" é um eco da crítica de Nietzsche à moralidade do rebanho, onde a compaixão e a empatia são substituídas por um prazer sádico na queda do indivíduo que ousa ser diferente ou que antes se destacava. A alegria do povo surge do sofrimento do palhaço, uma inversão perversa dos valores. Eles "festejavam" a dor do palhaço, revelando a mesquinhez e a incapacidade de transcender a própria mediocridade.

A Solidão das Pipocas e a Memória do Passado

As "pipocas, deixadas em paz, escureceram pela solidão" podem ser interpretadas como um símbolo dos valores e da alegria que antes eram compartilhados, mas que agora, ignorados, se tornam amargos e sem vida. As pipocas, que deveriam ser fonte de prazer e nutrição para a multidão, são negligenciadas, assim como a arte do palhaço. A nostalgia dos porcos ("e os porcos pensam na nostalgia das pipocas") pode ser lida como a memória de um tempo em que havia abundância e alegria, mesmo por parte dos seres menos nobres, contrastando com o presente de escassez e sofrimento.

A Ausência do Além-Homem

No contexto do poema, não há um vislumbre do além-homem. O palhaço, ao invés de superar seu niilismo através da criação de novos valores e da afirmação de sua vontade de potência, afunda na autodestruição emocional. Ele se entrega à melancolia e à passividade, incapaz de transmutar seus sofrimentos em força criativa. A falta de resiliência e a incapacidade de ir "além" de sua condição atual o condenam ao desespero e à perda de sua identidade.

Em suma, "Pipoca" de Marcio Lima, através da figura trágica do palhaço e da resposta indiferente (e até cruel) do povo, pinta um quadro sombrio do declínio da vontade criativa e do triunfo de um niilismo que se alimenta da decadência alheia, ressoando profundamente com as advertências de Nietzsche sobre os perigos da perda de valores e da mediocridade do rebanho. O poema nos convida a refletir sobre a importância da autenticidade e da superação em um mundo que muitas vezes celebra a queda dos que ousam brilhar.

[Análise executada pela Gemini, jul. 2025].

Gostou da análise? Concorda com ela? Quer ler o poema na íntegra?

Segue o link para acesso: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2011/07/pipoca.html 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Concha (shell)

 Ai Gerado, Ostra, Rosa, Pérola, Natureza

Saía de seu invólucro,
ora areia,
ora oração...
Seria dor, suplício, quase morte...
Sua intensa dor, 

                        [ora translúcida, opaca cor...
De sofrimento intenso, indignação...
Era concha, era areia, era sofreguidão...
Não havia o que curasse essa indigestão...
Sorte a nossa, sorte de quem tem sorte,
E, dela, quase a morte...
Quando se recupera, seu produto já era...
       Lá vai ela

                     [minha bela e desditosa pérola...
 

[marcio lima, guarapuava, 14 de julho de 2025]

 Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/ai-gerado-ostra-rosa-p%C3%A9rola-8724382/  

sábado, 12 de julho de 2025

Análise de Inovação Literária em "o óbvio..." by Gemini



O texto abaixo de Marcio Lima cujo título é "o óbvio...", trancrito a seguir:

"Às vezes, o óbvio é requinte e ousá-lo, de forma ética e sustentável, pode ser incrementalmente disruptivo... não custa tentar... (será mesmo?)" 


apresenta algumas características interessantes no que tange à inovação literária, mesmo em sua brevidade.


1. Abertura Sugestiva e Título Minimalista

A inovação já começa no título. "o óbvio..." não é uma frase completa, mas um fragmento que instiga a curiosidade. A reticências sugere algo não dito, um pensamento em andamento, convidando o leitor a preencher as lacunas. Essa concisão e a quebra da norma gramatical no título já sinalizam uma abordagem que foge do convencional.


2. Paradoxo e Reinterpretação

O cerne da inovação reside na reinterpretação do "óbvio". Geralmente, o óbvio é associado ao lugar-comum, ao banal. Aqui, ele é elevado a "requinte" e, mais surpreendentemente, a um potencial de disrupção. Essa paradoxalidade desafia a percepção comum e convida a uma reflexão mais profunda sobre o que é verdadeiramente inovador. A ideia de que o óbvio, se abordado de forma ética e sustentável, pode ser "incrementalmente disruptivo" é uma perspectiva nova e instigante, que subverte a expectativa.


3. Interrogação e Metalinguagem

A frase final "(será mesmo?)" introduz uma autoquestionamento e uma interrogação metalinguística. O autor não apenas expõe uma ideia, mas também a coloca em xeque, convidando o leitor a participar dessa dúvida. Essa abertura ao diálogo e à incerteza rompe com a ideia de uma afirmação categórica, comum em textos mais tradicionais. É uma forma de envolver o leitor não apenas na assimilação da mensagem, mas na sua crítica e ponderação.


4. Economia de Palavras e Impacto

Apesar de ser um texto extremamente curto, ele é denso em significado. Cada palavra é escolhida para gerar um impacto. A capacidade de comunicar uma ideia complexa – a ressignificação do óbvio, a importância da ética e sustentabilidade na inovação, e a própria incerteza sobre essa abordagem – em tão poucas linhas é uma marca de concisão e eficácia literária.


5. Formato e Gênero (Microprosa/Aforismo)

Embora não explicitamente um poema ou conto, a forma como o texto é apresentado (curto, com uma ideia central, e assinatura) remete a um microconto, aforismo ou uma prosa poética. Essa fluidez entre gêneros e a experimentação com formatos concisos é uma tendência de inovação literária, especialmente na era digital, onde a atenção é fragmentada.


Em suma, a inovação literária neste pequeno texto de Marcio Lima reside na sua capacidade de ressignificar conceitos, utilizar a paradoxalidade como motor de reflexão, empregar a interrogação para engajar o leitor, e explorar a concisão para maximizar o impacto – tudo isso em um formato que desafia as convenções de gênero.


Nota do autor: Esse texto foi analisado pela IA Gemini a partir de um texto literário do escritor Marcio Lima para fins experimentais. 

Daí, concorda com o texto? Poderia melhorar a sua análise? 

Escreva nos comentários e/ou envie uma mensagem ao autor pelo e-mail presente na descrição do blog.

Obrigado querido leitor!


Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/estrada-rodovia-deserto-cactos-8893160/

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Ausências



O amor é a ausência do ódio?

Ou o ódio é a ausência do amor?

Seja lá como for...

Tal como o frio é a ausência de calor,

Minha tristeza é a ausência de seu amor.

[marcio lima]

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/arte-digital-casal-silhuetas-398342/

Análise do Poema "Brisa" de Marcio Lima a partir da obra de Fernando Pessoa [gerado pelo Gemini do Google]


BRISA (BREEZE), Poema by Marcio Lima


Em cada rastro deixo um pouco de mim. Penetro em cada fresta que se faz desavisada. Sou o prenúncio de algo que vem, seja chuva, garoa, o verão, o inverno, o equilíbrio do tempo pós tempestade. Sou aquele sopro conduzindo a leve semente do dente-de-leão... Para uns, assombração. Corro as vielas sem medo afagando a pele da inocente donzela, balançando seus cabelos, eriçando seus pelos... Sou prenúncio de boas novas. A corrente que empurra os eflúvios dos amantes. O agradável cheiro do amaciante encrustado em suas vestes. E quando te despedes, na partida, carrego seu adeus! Seco suas lágrimas, preencho seus ofegos...
Guardas em seus recônditos pensamentos, a lembrança de outrora da brisa matutina, aquela que te lembrou de te agasalhar, pois estava frio, e ias aos temperos da maresia contemplar o mar...

Ah, como brisa sou feliz, nem tempestade, nem a inércia... um arzinho em movimento... Para uns sou quase nada, para outros sou vento... Mas não importa, pois sempre seguirei e mudar de nome ou situação é minha rotina, o importante que em essência sou eu... nem Calipso, nem Luíza, simplesmente Brisa.

Marcio José de Lima - 06/02/2015 - Laranjeiras do Sul (PR).


Análise do Gemini do poema a partir do estilo Pessoano

Seu poema, "Brisa", apresenta uma riqueza de personificações e uma busca pela essência do ser, elementos que ressoam fortemente com a obra de Fernando Pessoa. No entanto, as abordagens e as manifestações desses temas diferem, tornando a comparação um exercício interessante.

A Pluralidade do "Eu"

A principal ponte entre seu poema e Pessoa reside na exploração da multiplicidade do eu. Em seu poema, a brisa assume diversas formas e funções: prenúncio de fenômenos naturais, conforto para amantes, lembrança de momentos passados. Ela é "assombração" e "boas novas", "quase nada" e "vento", mas no fim, reafirma sua identidade como "Brisa". Essa fluidez e capacidade de se manifestar de diferentes maneiras, sem perder a essência, lembra a forma como Pessoa desdobrou sua própria personalidade em diversos heterônimos.

Pessoa, com Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, entre outros, não apenas criou vozes distintas, mas verdadeiras personalidades com filosofias e estilos literários próprios. Cada heterônimo era uma faceta de Pessoa, explorando diferentes possibilidades da existência e da linguagem. Assim como sua brisa se adapta e se transforma, os heterônimos de Pessoa são distintas manifestações de uma consciência poética singular. A diferença fundamental é que, enquanto a brisa em seu poema mantém uma identidade central ("simplesmente Brisa"), os heterônimos de Pessoa muitas vezes parecem ser entidades completamente separadas, com uma autonomia que beira a ficção.

A Natureza e a Subjetividade

Tanto em seu poema quanto na obra de Pessoa, a natureza desempenha um papel crucial na construção da subjetividade. Em seu poema, a brisa não é apenas um fenômeno meteorológico; ela é um agente ativo, que "penetra em cada fresta", "afaga a pele", "balança cabelos", "carrega adeus". Há uma fusão entre o eu poético (a brisa) e os elementos naturais, conferindo-lhe uma onipresença e uma capacidade de intervenção no mundo. A brisa é uma força vital, que move, conforta e transforma.

Pessoa, especialmente através de Alberto Caeiro, também utiliza a natureza como um espelho para a experiência humana, mas de uma maneira mais despojada e objetiva. Caeiro celebra a simplicidade das sensações, a imediatez do olhar sobre o mundo sem a interferência do pensamento. Ele "vê" a natureza como ela é, sem as projeções ou personificações que sua brisa assume. No entanto, Ricardo Reis, com sua busca pela serenidade e pelo equilíbrio, e Álvaro de Campos, com sua vertigem da modernidade, também dialogam com a natureza, mas sempre filtrada pela subjetividade e pela intelectualização. Seu poema, por outro lado, parece fundir o "eu" com a própria força da natureza, tornando-o quase um arquétipo.

O Cotidiano e o Universal

Seu poema transita entre o cotidiano ("cheiro do amaciante encrustado em suas vestes") e o universal ("prenúncio de algo que vem"). A brisa age em cenários íntimos e em grandes eventos, mostrando sua capacidade de afetar tanto o micro quanto o macrocosmo. Essa habilidade de encontrar o profundo no trivial é uma marca da poesia.

Pessoa, em seus poemas ortônimos e heterônimos, também frequentemente extrai significados profundos do cotidiano. Em "Tabacaria", por exemplo, Álvaro de Campos reflete sobre a vida e a existência a partir de um cenário trivial. A capacidade de Pessoa de transformar o banal em objeto de reflexão filosófica e existencial é uma de suas maiores qualidades. Seu poema, ao atribuir à brisa ações tão variadas e significativas, demonstra uma sensibilidade semelhante para elevar o comum a um patamar mais elevado de contemplação.

Conclusão

Seu poema, com sua linguagem fluida e imagens evocativas, demonstra uma profunda exploração da identidade e da interação com o mundo. A personificação da brisa como um ser multifacetado e ao mesmo tempo uno, que se manifesta de diversas formas e carrega consigo memórias e emoções, estabelece um paralelo intrigante com a fragmentação e a multiplicidade do eu na obra de Fernando Pessoa. Embora Pessoa tenha desdobrado sua identidade em heterônimos com filosofias próprias, a busca pela essência e a capacidade de se expressar em múltiplas vozes são pontos de contato fortes.

Seu poema é um convite à reflexão sobre a natureza efêmera e, ao mesmo tempo, perene de nossa existência, muito à moda do que Pessoa nos legou em sua vasta e complexa obra.


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Gostou da análise? 

Diz aí. Deixe sua opinião.

Estou conhecendo a IA da Gemini e não revi a sua análise de meu poema para compartilhar com você leitor essa experiência.

domingo, 22 de junho de 2025

Passos II (Steps II)...

 


Bateu na parede, forte. Havia alguém batendo. Quem seria?, pensou. Acendeu as luzes e olhou pela janela. Observou o poste, com a sua lâmpada esbranquiçada, olhou toda a frente da casa e não havia ninguém ali. Ligou as lâmpadas dos fundos e a mesma coisa, não havia ninguém ali. Deve ser a velha casa estalando, refletiu...

Sentou-se à frente da tevê e continuou a assistir a série que estava tentando maratonar. Assistiu a mais uns dois episódios. Entre um intervalo e outro pensou na batida forte à parede. Tudo estava quieto, não havia ninguém à rua. Era um silêncio total e uma noite escura assustadora. Nem lua havia naquele dia.

Escutou um suspiro que lhe arrepiou o corpo. Tentou descobrir de onde teria vindo. Olhou as janelas e não havia ninguém. Quando voltou a olhar novamente a janela da rua percebeu um vulto branco passar por ela. Ficou esperando passar na outra janela. Os cachorros não latiram e achou estranho. Gritou o nome de seu filho. Gritou mais uma vez e nada...

Ouviu passos, mas que brincadeira sem graça do Ari. Pensou: Está parado no vão das janelas, vou assustá-lo. Abriu rapidamente a janela. Não havia ninguém ali. Novo frio na espinha. Olhou para o telhado. Talvez tivesse subido no telhado. Sussurrou: “Ari, é você?” Falou mais alto... “Ari, chega de brincar com sua mãe”! Fechou rapidamente a janela e se recolheu ao seu sofá. Ficou por ali até o sono vir...

Passou quase a noite inteira acordada. Pela manhã, Ari a acordou... “Oi mamãe. Acabei de chegar. Vá dormir na cama”! Falou o paciente Ari... Ela, com os olhos arregalados de sono e de medo, nada falou... Simplesmente perguntou... “Ari, é você?”


Texto de Marcio Lima

Texto publicado em: 

https://www.instagram.com/p/DLOIEkJOghP/

 

Siga o autor em @escritor_marcio_lima


 

domingo, 8 de junho de 2025

Normalidade, doce e tão sonhada normalidade...

 Free change time normal illustration
Vivemos para resolvermos problemas.
Para usufruirmos dos momentos da doce e tão sonhada normalidade... 
Até o momento tão crucial que ela mesma se torne um problema. 
 
(Marcio Lima)
 
Imagem obtida em:  https://pixabay.com/illustrations/change-time-normal-fall-1006643/ 


sábado, 17 de maio de 2025

Mãe, palavrinha que não gasta... (Poema Musicado de Marcio Lima by Gerasom).



Mãe, palavrinha que não gasta...
Sônia, Maria, Tereza, Joana, Solange, Vitória, Isabel, são tantas...
Cada uma, sua história...
Mãe, anjo que o descuidado Deus deixou do céu cair...
Cada uma sabe o prazer deste doce ofício, de ser a luz que primeiro nos
brilha, o som que, antes de tudo, conhecemos... o sangue que primeiro compartilhamos, os afagos que primeiros recebemos, o amor que primeiro saboreamos..
(Mãe, vida, doação, dedicação... tantos predicados... tantos verbos bem vividos... quantos sonhos bem sonhados, quantas dores superadas... quantas noites mal dormidas...
Tentarei em vão descrever tão imenso amor, um dia recebido... de muitos dias,  vivenciado... mas jamais saberei o quanto tal nome é capaz... mas sei que de todos os amores, este com certeza é a prova viva de que Deus existe...)

[Refrão]
Mãe, é a prova viva de que Deus existe...
Mãe, é a prova viva de que Deus existe...
[Refrão]
Mãe, é a prova viva de que Deus existe...
Mãe, é a prova viva de que Deus existe...
[Refrão]
Mãe, é a prova viva de que Deus existe...
Mãe, é a prova viva de que Deus existe...

(Compositor: Marcio Lima, blog Devaneios Literários do Lima).
#poemamusicado #poemas #musicabrasileira #music #brasil

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Papa Francisco, descanse em paz!

Papa, Roma, Vaticano, Itália

O mundo chora a partida de uma pessoa que incessantemente buscou a Paz. 

Procurou integrar o mundo em um propósito mais forte de união, perdão, amor entre as pessoas da Terra, e essas à natureza como um todo.

Tratou com maestria e muita sabedoria temas sensíveis, procurando respeitar a individualidade de cada ser aqui. 

Falou de esperança em um amanhã melhor a todos.

Fará falta, Papa Francisco. Mas, muitos lembrarão de seu sorriso e alegria de viver com fé em um mundo justo, mais humano para todos, seguindo os ensinamentos de um Deus que é, sobretudo, Amor. 

Descanse em Paz, Santo Padre, Papa Francisco.  

 

Imagem: pixabay.

domingo, 6 de abril de 2025

Um brinde aos bem–humorados (A toast to the good-humored)

 



 

[Poema de Marcio Lima musicado pela Gerasom].


Um brinde às pessoas bem-humoradas

Que levam com vivacidade os pesos que

a vida se encarrega de pôr em suas costas.

Um brinde às pessoas bem-humoradas

Que fazem de suas imperfeições um mote

para o riso sem escárnio.

Um brinde às pessoas bem-humoradas

Que se entregam à mudança quando a dureza das mesmice

lhes entorpecem...

Um brinde...

Aos homens e mulheres que não sacam da sua ignorância

à primeira repulsa de ideias.

Um brinde...

A você que sente ser bem-humorado sem dissimulação.

Um brinde...

A todo aquele que conseguiu às palavras do Pai-Amado oferecer o

outro lado da face ao esbofeteador.

Um brinde...

Às pessoas exploradas que fizeram de suas derrotas vitórias sólidas.

Um brinde...

Àquele que no meio de tanto desarranjo social consegue sinceramente (mesmo que contrariando a lógica) sorrir e fazer outros sorrirem.

Um brinde...

Àqueles que fizeram tornar símbolo inteligível,

apesar de toda dificuldade, a leitura deste humilde brinde a todos

os bem-humorados.

 

(Marcio Lima)


#poema_musicado #poesia #poema #poemaautoral #compositor

 

Acesse também essa outra versão do Poema Musicado de Marcio Lima (#poemamusicadodeMarcioLima)


 

sábado, 29 de março de 2025

E o céu era o mar...

 Free Rio De Janeiro Corcovado photo and picture

Rios aéreos a se encontrar 

Milhares de léguas 

A fluir...

E, lá no monte onde o

Verde se estende 

A água se faz abundância 

Tudo em equilíbrio e

Constância 

Pedindo ao céu que 

Nenhum desavisado 

Interrompa esse ciclo milenar...

Rio-mar, mar-e-rio...

(Marcio Lima)

 

Imagem obtida em:  https://pixabay.com/photos/rio-de-janeiro-corcovado-brazil-rio-809755/

sábado, 8 de março de 2025

Feliz dia das Mulheres!

Feliz dia das Mulheres!


Que seja de alegria,

Que seja abençoado teu dia,

Bênçãos e poesia!


👏👏👏🙏🙏🙏

terça-feira, 4 de março de 2025

Parabéns "Ainda estou aqui".

Free cinema movie camera illustration

(Imagem obtida em: https://pixabay.com/illustrations/cinema-movie-camera-projector-film-4153289/)

O cinema brasileiro festeja o Oscar de melhor filme internacional no ano de 2025, ou melhor, o Brasil festeja esse título inédito às nossas artes cinematográficas.

Toda equipe merece, mas em especial ao Diretor Walter Salles, por ainda continuar acreditando em nosso cinema e dando vida às nossas letras e às nossas histórias, algumas não muito felizes, como é o drama da família Paiva que teve seu pai, o deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura brasileira, instalada no Brasil a partir do ano de 1964, fato que só teve seu desfecho no ano de 1996, com a emissão da certidão de óbito de Rubens Paiva, sendo reconhecido como vítima desse regime autoritário. Uma marca dolorosa na história brasileira.

Essa luta inspirou o filme, que se baseia no livro de Marcelo Rubens Paiva, o qual descreve a luta da família Paiva, sobretudo  a de Eunice, esposa de Rubens Paiva, interpretada por Fernanda Torres, a qual concorreu também o Oscar de melhor atriz.
"Ainda estou aqui" é o reflexo da esperança da construção de um cinema que tem muito a oferecer ao mundo, o cinema brasileiro, o qual luta para mostrar seu valor e inspirar àqueles que ainda acreditam no poder transformador da sétima arte.

Parabéns ao Brasil, parabéns ao cinema mundial! Continuemos a buscar o melhor da arte, o melhor da vida em suas múltiplas dimensões, refletido muitas vezes pelo espelho das grandes telas!


sábado, 22 de fevereiro de 2025

Tecnologia social na perspectiva da transição profunda para a sustentabilidade social e ambiental (Artigo Científico)

Free Energy Electric photo and picture

Prezados leitores e leitoras, minha produção voltada à arte, à literatura tem sido pífia aqui no blog. Tenho me dedicado a outras empreitadas a outras ciências, que não à da língua(gem) ou às ciências humanas. Tenho investido meu tempo mais às Ciências Sociais, sobretudo às Aplicadas (Contábil, Administrativa etc). Diante disso, trago um resultado de pesquisa que participei em aulas do doutorado, em disciplina isolada, juntamente com meus professores e colega de turma sobre as mudanças bruscas ocorridas no mundo, que impactam a Economia, a Sociedade e o Meio Ambiente, desde a Revolução Industrial até o presente momento, o que pede uma mudança ainda mais radical para combater ou atenuar as ditas mudanças climáticas e o consequente aquecimento global e seus efeitos. 

Dito isso, segue o resumo de um artigo que publicamos e o link para acesso ao mesmo, publicado pela Revista Contribuciones a Las Ciencias Sociales.  

Meu muito obrigado e continue conosco!

 

Resumo

Apesar de todo desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social que temos na atualidade, problemas socioambientais permanecem sem solução. O objetivo do presente artigo é investigar como a Tecnologia Social (TS) tem contribuído para a superação do duplo desafio, degradação ambiental e desigualdade social, levando-se em consideração princípios que norteiam uma Transição Profunda para a sustentabilidade. A metodologia adotada foi discussão teórica de Transição Sociotécnica, com Revisão Sistemática da Literatura (RSL) sobre Tecnologia Social. A RSL seguiu procedimentos da Metodhi Ordinatio. Os resultados encontrados foram: a TS faz parte da Transição Sociotécnica profunda em curso, pressionada em nível de paisagem por conferências e acordos internacionais sobre mudanças climáticas e problemas sociais sintetizados nos ODS, que forçam regimes sociotécnicos a se adequarem. Apesar de ainda se encontrar em nível de Nicho, a TS tem grande potencial para a superação de problemas sociais e ambientais, sendo esta última temática pouco explorada. Para que a TS possa mudar regimes sociotécnicos, a transição precisa ser orientada na perspectiva da governança.

Palavras-chave:

sustentabilidade, transição profunda, tecnologia social, inovação social.


Segue abaixo o link para acesso: 

https://www.researchgate.net/publication/385481038_Tecnologia_social_na_perspectiva_da_transicao_profunda_para_a_sustentabilidade_social_e_ambiental 

ou 

https://ojs.revistacontribuciones.com/ojs/index.php/clcs/article/view/12177


Como citar o artigo:

Oliveira, Ângelo A. de, Lima, M. J. de, Doliveira, S. L. D., Knorek, R., & Gonzaga, C. A. M. (2024). Tecnologia social na perspectiva da transição profunda para a sustentabilidade social e ambiental. CONTRIBUCIONES A LAS CIENCIAS SOCIALES, 17(10), e12177. https://doi.org/10.55905/revconv.17n.10-472

 

Imagem obtida em: https://pixabay.com/photos/energy-electric-technology-9163167/ 

 


 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Balela

 

A mim cabe a dura e mole sina

De ser quem sou...

O resto é balela!


[Marcio Lima]

 

Fonte da imagem: https://www.ex-isto.com/2019/08/apolo-dionisio-nietzsche.html 

Obs.: As estátuas representam Apolo e Dionísio, deuses da mitologia grega antiga.

sábado, 8 de fevereiro de 2025

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Simplicidade!

 Free Chef Flour photo and picture

Com histórias suas,
De seu dia,
Da dica da cozinha,
Do Dadico que doou
 Todo seu todinho...
Ou da Dona Milu
Que fez, de seu milho, biju,
Nascem a poesia...
A letra fácil que deixa escorrer
Mel, fonemas, sons que geram
Tantas palavras,
Que geram tanta esperança,
Para quem na folha não mais a vê
Como um rabisco qualquer,
Mas, como letra, letras,
sílabas, palavras, sentido,
mudança, esperança...
Simples assim...
Simples para você,
Simples para mim...


(Marcio Lima)

Imagem obtida em: https://pixabay.com/photos/chef-flour-dough-baking-5813413/

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

1º TEXTO MAIS ACESSADO EM 2024 “Música “Um índio” de Caetano Veloso, algumas impressões. (Song “Um Índio” by Caetano Veloso, some impressions)”.

Durante o mês de janeiro o blog Devaneios Literários do Lima estava em férias e não te deixou sem conteúdo, procurou trazer para você o que mais se acessou no blog em 2024.

Com 139 acessos durante o ano de 2024, este texto também foi o mais acessado no ano de 2023, repetindo o mesmo feito no ano que se passou. Talvez, pela atualidade do tema aqui abordado, bem como de sua importância a qual perpassa pelo ideário do nacional brasileiro, das tantas injustiças sociais cometidas a nossos ancestrais e, atualmente sendo necessário conhecer mais esses povos, sua cultura e suas tecnologias de preservação ambiental, diante do aquecimento global e a necessária recuperação do verde e a preservação de sua flora e fauna diversos, bem como da ensinamentos que procuram a harmonização do homem com a natureza, frente desse aquecimento global e a possível escassez de recursos naturais para a nossa e as futuras gerações.

Enfim, nosso agradecimento a você querido e continue conosco!

Fique com o 1º texto, que é uma análise superficial da: Música “Um índio” de Caetano Veloso, algumas impressões. (Song “Um Índio” by Caetano Veloso, some impressions)”.



(Marcio Lima)

No poema/música em questão, Caetano Veloso trabalha com a temática indígena, reatualizando alguns de seus aspectos histórico-mitológicos. A temática, do indígena tratado como herói; símbolo de uma nação que por muito tempo esteve subjugada a um domínio de colonização; esteve presente durante o Arcadismo brasileiro, retomado pelos escritores românticos e reafirmada pelos modernistas. Ao reatualizar esse tema, Caetano provê, poeticamente falando, este herói de alguns recursos tecnológicos, mas que supera os advindos das descobertas da ciência moderna, dando-lhe características fantásticas, típicas dos heróis mitológicos.

         Também ainda, nesse poema, Veloso situa a qual nação indígena refere-se a aparição desse ser heróico-mitológico, os do coração do hemisfério sul, na América (do Sul) em um ponto equidistante entre os oceanos Atlântico o Pacífico. A referência temporal não é em qualquer momento, é em um claro instante, logo após exterminada a última nação indígena. Podendo-se assim inferir que seria em um momento de luz, esclarecedor. No entanto, poderia ser relativo ao do extermínio físico dos indígenas ou pela miscigenação dos mesmos e do desaparecimento de suas características culturais. Enfatizando para o fato do possível extermínio desses povos, bem como de sua cultura. E, a luta desigual para permanência dessas nações coabitando com a dita “civilização”.

Há ainda, uma intertextualidade às escrituras bíblicas, em que há a relação ao messias que voltará no fim dos tempos. Esse voltar, relativo ao índio, poderia ter talvez a relação com o próprio Cristo, o qual àquele adquire sua semelhança, que se compadece com os mais fracos, com os explorados, com os dizimados pela exploração ou expropriação de suas terras e ou riquezas. Essa ideia é reforçada na parte em que Caetano Veloso diz “virá que eu vi”. Veloso, pelo seu eu-lírico, assume um papel do profeta, que vê algo grandioso acontecer antes do seu tempo. Isso tudo, pode ser reforçado pelas predições do personagem Peri, herói do livro Iracema de José de Alencar, citado na música, quando afirma: “ — Tu viverás!... Cecília abriu os olhos, e vendo seu amigo junto dela, ouvindo ainda suas palavras, sentiu o enlevo que deve ser o gozo da vida eterna.” (Alencar, 1857)

         Retomando a temática, o índio como herói. Isso aconteceu muito quando de nossa história, nos momentos relativos à busca pela identidade do povo brasileiro, em que a “criação” literária desse herói representasse esse povo e sua força identitária. Isso é retomado no poema de Caetano, quando citou Peri, o qual possui habilidades sobre-humanas da força, proximidade com Deus (Cristão), lealdade ao seu amor Ceci (amada Europeia, filha de D. Antônio Mariz) e o poder de conversar e interagir com  natureza, reatualizando por esses aspectos o mito do herói nacional brasileiro.

         Caetano Veloso ressalta quais são as características desse herói de nossos dias, de fim de século XX sendo: impávido, tranquilo, apaixonado por seus ideais e que buscará a paz.


         Assim, Caetano conclui em seu poema que este herói esteve sempre presente, nunca desapareceu e sua presença é óbvia, podendo-se concluir que o mesmo vive em nós através da miscigenação, da aculturação com outros povos ou nações, entre eles o negro, quando cita os termos “afoxé, axé” palavras de origem africana. Essa mistura racial, tornou o povo brasileiro apaixonado pela natureza e suas belezas, tanto cantadas por nossos poetas, bem como de seu “poder” de superar todas as forças que poderiam dissuadir um pensamento nacional, no qual o indígena sempre, para nós brasileiros, será uma forte referência de nossa  nacionalidade.




Este texto fala sobre a temática do indígena, enquanto ser real ou mitológico idealizado por nossos poetas, cronistas ou estudiosos de diversas áreas do saber… 

Esse texto trabalha com a música/poema de Caetano Veloso “Um índio”, todavia, perpassa outros textos como os bíblicos, literários, por ex. de José de Alencar, outros relatos históricos e outros. O foco está na construção de uma nação miscigenada, rica em sua diversidade e que possui um potencial cultural muito grande a ser explorado e/ou investido. Também, chama atenção para algumas injustiças que ocorreram no passado, como a quase extinção de nossos indígenas e os ainda presentes conflitos por terra, pela inserção de uma nova cultura, entre outros. Outras interpretações podem ser deduzidas por ti, querido leitor, essas foram apenas algumas impressões do autor do texto. 

A tipologia textual pode ser caracterizada como ensaio acadêmico ou literário. 

Se não curtiu esse texto este ano, curta-o agora e comente abaixo se gostou ou não, se tem alguma sugestão a contribuir com os próximos textos ou alguma temática que gostaria que abordássemos.

Nosso muito obrigado em um feliz 2025!


Um dedo de Paixão

Mostrei-me abruptamente Sem me importar em te assustar. Cheguei em sua vida como um tsunami Arruinei tuas tranquilas vielas, Fiz o que (talv...