quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Um dedo de Paixão


Mostrei-me abruptamente

Sem me importar em te assustar.

Cheguei em sua vida como um tsunami

Arruinei tuas tranquilas vielas,

Fiz o que (talvez) não devesse.


Fostes tão singela,

E a cada momento

Sopravas minhas lembranças

Como sopra a leve brisa

As douradas folhas...


Nesta mistura de força e leveza

Havia um equilíbrio que perdi,

E que hoje não procuro mais.

Talvez eu tema estar equivocado

do que realmente acende

a nossa simetria

Seja o fogo em desalinho,

não a paz.

Sei que isso em ti se finca,

e te corrói.

Mas és musa de bela inspiração

E de rara paciência,

De amor (quase) materno...

Respeitas (edipianamente) meus destemperos.

Que a vida revele a mim

A verdade que teimo em não ver:

Que talvez o Amor perfeito

Seja o que se faz

Pelo tempero agridoce

Dos dias que se emaranham,

Um elo sutil

A unir duas almas:

Tão diferentes ____ Tão parecidas.


(marcio lima)


Poema originalmente publicado em: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2011/06/um-dedo-de-paixao.html 

Um dedo de Paixão

Mostrei-me abruptamente Sem me importar em te assustar. Cheguei em sua vida como um tsunami Arruinei tuas tranquilas vielas, Fiz o que (talv...