Mostrei-me abruptamente
Sem me importar em te assustar.
Cheguei em sua vida como um tsunami
Arruinei tuas tranquilas vielas,
Fiz o que (talvez) não devesse.
Fostes tão singela,
E a cada momento
Sopravas minhas lembranças
Como sopra a leve brisa
As douradas folhas...
Nesta mistura de força e leveza
Havia um equilíbrio que perdi,
E que hoje não procuro mais.
Talvez eu tema estar equivocado
do que realmente acende
a nossa simetria
Seja o fogo em desalinho,
não a paz.
Sei que isso em ti se finca,
e te corrói.
Mas és musa de bela inspiração
E de rara paciência,
De amor (quase) materno...
Respeitas (edipianamente) meus destemperos.
Que a vida revele a mim
A verdade que teimo em não ver:
Que talvez o Amor perfeito
Seja o que se faz
Pelo tempero agridoce
Dos dias que se emaranham,
Um elo sutil
A unir duas almas:
Tão diferentes ____ Tão parecidas.
(marcio lima)
Poema originalmente publicado em: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2011/06/um-dedo-de-paixao.html