sábado, 14 de março de 2015

BRISA (BREEZE)

Em cada rastro deixo um pouco de mim. Penetro em cada fresta que se faz desavisada. Sou o prenúncio de algo que vem, seja chuva, garoa, o verão, o inverno, o equilíbrio do tempo pós tempestade. Sou aquele sopro conduzindo a leve semente do dente-de-leão... Para uns, assombração. Corro as vielas sem medo afagando a pele da inocente donzela, balançando seus cabelos, eriçando seus pelos... Sou prenúncio de boas novas. A corrente que empurra os eflúvios dos amantes. O agradável cheiro do amaciante encrustado em suas vestes. E quando te despedes, na partida, carrego seu adeus! Seco suas lágrimas, preencho seus ofegos...
Guardas em seus recônditos pensamentos, a lembrança de outrora da brisa matutina, aquela que te lembrou de te agasalhar, pois estava frio, e ias aos temperos da maresia contemplar o mar...
Ah, como brisa sou feliz, nem tempestade, nem a inércia... um arzinho em movimento... Para uns sou quase nada, para outros sou vento... Mas não importa, pois sempre seguirei e mudar de nome ou situação é minha rotina, o importante que em essência sou eu... nem Calipso, nem Luíza, simplesmente Brisa.

Marcio José de Lima - 06/02/2015 - Laranjeiras do Sul (PR).

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