Em
cada rastro deixo um pouco de mim. Penetro em cada fresta que se faz
desavisada. Sou o prenúncio de algo que vem, seja chuva, garoa, o
verão, o inverno, o equilíbrio do tempo pós tempestade. Sou aquele
sopro conduzindo a leve semente do dente-de-leão... Para uns,
assombração. Corro as vielas sem medo afagando a pele da inocente
donzela, balançando seus cabelos, eriçando seus pelos... Sou
prenúncio de boas novas. A corrente que empurra os eflúvios dos
amantes. O agradável cheiro do amaciante encrustado em suas vestes.
E quando te despedes, na partida, carrego seu adeus! Seco suas
lágrimas, preencho seus ofegos...
Guardas
em seus recônditos pensamentos, a lembrança de outrora da brisa
matutina, aquela que te lembrou de te agasalhar, pois estava frio, e
ias aos temperos da maresia contemplar o mar...
Ah,
como brisa sou feliz, nem tempestade, nem a inércia... um arzinho em
movimento... Para uns sou quase nada, para outros sou vento... Mas
não importa, pois sempre seguirei e mudar de nome ou situação é
minha rotina, o importante que em essência sou eu... nem Calipso,
nem Luíza, simplesmente Brisa.
Marcio
José de Lima - 06/02/2015 - Laranjeiras do Sul (PR).
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