quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O homem só...



Eram tolas minhas histórias...
Mas mesmo assim...
Você se viciou em ouvi-las.
Tinha-me como possuidor de certo charme.
Um homem de meia-idade, assim era eu.
Sorria como um entorpecido lunático,
Pois faltava-me lucidez em minhas pueris atitudes...

Fazia-se tão imponente...
E no alto pedestal admirava-lhe.
Achava que só estes meus olhos, ditos sofridos,
Tinham o dever da lágrima insana,
Do olhar de despedida em cachoeira na esquina,
Dos devaneios tão concretos em noites de lua,
Dos vácuos dos momentos elípticos transfigurado em silêncio...

Deduzindo que só quem amava, era este paupérrimo amante,
Ensimesmei, Em-mim-mesmei...
E embaralhado nas teias de meu mesquinho egoísmo,
Olhei ao longe a moça que no barco acenava, ao mar,
Ao homem, que se sentia falsamente, a se bastar...

Marcio José de Lima
18/05/2010 – Revisto em 23/11/2016

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/praia-passos-solit%C3%A1rio-dist%C3%A2ncia-1570258/


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