Na clareira uma
alegre festa à luz dos lampiões.
Amantes se
embalam ao som do violão.
Noite de lua
cheia.
Um moço com
olhar apaixonado mira uma linda moça de olhos azuis que acompanha a só os
balanços de uma noite festiva.
A moça ao
aproximar da meia-noite, olha a escuridão e corre sorrateiramente para a mata.
O moço atrás sai
com passos ligeiros a se preocupar com a forasteira que ao primeiro olhar se
apaixonara.
No escuro, um
barulho... uma fera. Ao ver dor moço, atacara sua pretendida.
Sem nada entender
e, a pronto, saca de sua arma.
A fera da moça
se aproxima, olham-se. A moça chora silenciosamente e como as águas do
Amazonas, nesta noite de lua cheia, brilharam suas lágrimas.
O moço no vão
das árvores, atentamente, com receio de provocar de vez a ira do monstro e ele
atacar sua vítima, observa e espera o momento certo.
A luz da lua a
brilhar, mais resplandecente do que nunca, brilha no Gigante Amazonas
oferecendo um espetáculo sem igual. Para o moço, aquele momento era apavorante;
para natureza, algo incomum...
A vida pede
socorro; o amor intenta vencer preconceitos, o ódio de outrora, o ciúme que
destrói, e a maldição que aprisionou um amor em segredo que revoltava a todos.
Um pedido insano
da separação, justificativa impensada-insensata: o pobre e o rico... inimigos
de sangue... inimigos de idéias... inimigos daqueles que padeciam... talvez uma
provável esperança da paz... mas que não era desejada.
A dor
aprisionou, mas o Amor ainda resiste...
O valente moço
atônito, naquele momento que parecia eterno, solta o fogo de sua arma, que como
vaga-lumes, alcança insanamente a Suçuarana que cai ao chão.
A moça com o
desespero dos amantes enlouquece aos prantos. Desmorona-se em lágrimas ao lado
da fera que padece.
A fera, agora
quase homem, despede-se da moça com olhar suplicante. A moça segue para o
rio... olha para trás... vê seu amado em seu último suspiro e, já não mais
caminha... levita-se nas asas da misteriosa Mãe-d’água, meio ser fantástico,
meio mulher... despede-se.
Do valente moço,
ninguém mais sabe nada.
Mas, muito se
fala da viúva-moça que às noites de lua-cheia chora em águas límpidas a falta
de seu amado.
(11/06/2008).
(imagem obtida em: http://559pm.wordpress.com/2010/12/02/sucuarana-onca-parda/oncaparda/)
(imagem obtida em: http://559pm.wordpress.com/2010/12/02/sucuarana-onca-parda/oncaparda/)
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