(Quadro de Angelo Gabriel, artista mirim, óleo sobre tela)
Na literatura busco minha expressão
Nesta infame dor que meu peito aperta
Que só se restabelece quando se
liberta
Quanta Solidão. Quanta Desilusão.
Que quando somadas à Inspiração
Numa’quarela transforma a tela
Que quanto mais intensa sua cor
Mais parece perfeita, mais parece
divina
As pulsações impingem ao papel
Uma indelével e eletrocardiográfica
obra
Que se pretende Arte
Que de minha vida antes fez parte
E hoje letras errantes se amontoam
Criam vida, encarnecem-se à ponta
porosa
Que em lágrimas engrossam a tinta
Que estranho! Mas torna a vida mais
saborosa
Oh ciência quase que inexplicável!
Que estuda este amontoado de signos
Quer seja ele arte, quer seja ele
loucura
Só sei que em mim desencadeia um
imaginário mundo
Num golpe impensado marca a folha
Marca as mãos que emprestam à
inspiração
Para conduzir aos ditames do
inexplicável
Quanto mais penso! Mais desisto.
Quanto mais vivo,
Mais Resisto à dor que de meu peito
não sai
E enalteço a inspiração que ela me
traz!
Sou feliz quando escrevo
Sou feliz quando a pena desliza
Sou mais homem quando das palavras
escorrem a candura e a singeleza da imensa e inexplicável forma de
tentar traduzir a vida em letras de um poema.
Marcio J. de Lima (24/11/2008).
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