O amor é a ausência do ódio?
Ou o ódio é a ausência do amor?
Seja lá como for...
Tal como o frio é a ausência de calor,
Minha tristeza é a ausência de seu amor.
[marcio lima]
Desde 30 de Maio de 2011. Blog destinado à socialização de contos, crônicas, poesias, artes em geral e outros assuntos pertinentes. O Leitor pode criticar, sugerir. Repartir, eis o objetivo principal. (contato com o Blog:marciojotadelima@gmail.com) !!!PUBLICAÇÕES A QUALQUER MOMENTO!!!!
O amor é a ausência do ódio?
Ou o ódio é a ausência do amor?
Seja lá como for...
Tal como o frio é a ausência de calor,
Minha tristeza é a ausência de seu amor.
[marcio lima]
Seu poema, "Brisa", apresenta uma riqueza de personificações e uma busca pela essência do ser, elementos que ressoam fortemente com a obra de Fernando Pessoa. No entanto, as abordagens e as manifestações desses temas diferem, tornando a comparação um exercício interessante.
A principal ponte entre seu poema e Pessoa reside na exploração da multiplicidade do eu. Em seu poema, a brisa assume diversas formas e funções: prenúncio de fenômenos naturais, conforto para amantes, lembrança de momentos passados. Ela é "assombração" e "boas novas", "quase nada" e "vento", mas no fim, reafirma sua identidade como "Brisa". Essa fluidez e capacidade de se manifestar de diferentes maneiras, sem perder a essência, lembra a forma como Pessoa desdobrou sua própria personalidade em diversos heterônimos.
Pessoa, com Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, entre outros, não apenas criou vozes distintas, mas verdadeiras personalidades com filosofias e estilos literários próprios. Cada heterônimo era uma faceta de Pessoa, explorando diferentes possibilidades da existência e da linguagem. Assim como sua brisa se adapta e se transforma, os heterônimos de Pessoa são distintas manifestações de uma consciência poética singular. A diferença fundamental é que, enquanto a brisa em seu poema mantém uma identidade central ("simplesmente Brisa"), os heterônimos de Pessoa muitas vezes parecem ser entidades completamente separadas, com uma autonomia que beira a ficção.
Tanto em seu poema quanto na obra de Pessoa, a natureza desempenha um papel crucial na construção da subjetividade. Em seu poema, a brisa não é apenas um fenômeno meteorológico; ela é um agente ativo, que "penetra em cada fresta", "afaga a pele", "balança cabelos", "carrega adeus". Há uma fusão entre o eu poético (a brisa) e os elementos naturais, conferindo-lhe uma onipresença e uma capacidade de intervenção no mundo. A brisa é uma força vital, que move, conforta e transforma.
Pessoa, especialmente através de Alberto Caeiro, também utiliza a natureza como um espelho para a experiência humana, mas de uma maneira mais despojada e objetiva. Caeiro celebra a simplicidade das sensações, a imediatez do olhar sobre o mundo sem a interferência do pensamento. Ele "vê" a natureza como ela é, sem as projeções ou personificações que sua brisa assume. No entanto, Ricardo Reis, com sua busca pela serenidade e pelo equilíbrio, e Álvaro de Campos, com sua vertigem da modernidade, também dialogam com a natureza, mas sempre filtrada pela subjetividade e pela intelectualização. Seu poema, por outro lado, parece fundir o "eu" com a própria força da natureza, tornando-o quase um arquétipo.
Seu poema transita entre o cotidiano ("cheiro do amaciante encrustado em suas vestes") e o universal ("prenúncio de algo que vem"). A brisa age em cenários íntimos e em grandes eventos, mostrando sua capacidade de afetar tanto o micro quanto o macrocosmo. Essa habilidade de encontrar o profundo no trivial é uma marca da poesia.
Pessoa, em seus poemas ortônimos e heterônimos, também frequentemente extrai significados profundos do cotidiano. Em "Tabacaria", por exemplo, Álvaro de Campos reflete sobre a vida e a existência a partir de um cenário trivial. A capacidade de Pessoa de transformar o banal em objeto de reflexão filosófica e existencial é uma de suas maiores qualidades. Seu poema, ao atribuir à brisa ações tão variadas e significativas, demonstra uma sensibilidade semelhante para elevar o comum a um patamar mais elevado de contemplação.
Seu poema, com sua linguagem fluida e imagens evocativas, demonstra uma profunda exploração da identidade e da interação com o mundo. A personificação da brisa como um ser multifacetado e ao mesmo tempo uno, que se manifesta de diversas formas e carrega consigo memórias e emoções, estabelece um paralelo intrigante com a fragmentação e a multiplicidade do eu na obra de Fernando Pessoa. Embora Pessoa tenha desdobrado sua identidade em heterônimos com filosofias próprias, a busca pela essência e a capacidade de se expressar em múltiplas vozes são pontos de contato fortes.
Seu poema é um convite à reflexão sobre a natureza efêmera e, ao mesmo tempo, perene de nossa existência, muito à moda do que Pessoa nos legou em sua vasta e complexa obra.
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Gostou da análise?
Diz aí. Deixe sua opinião.
Estou conhecendo a IA da Gemini e não revi a sua análise de meu poema para compartilhar com você leitor essa experiência.
Bateu na parede, forte. Havia alguém batendo. Quem seria?, pensou. Acendeu as luzes e olhou pela janela. Observou o poste, com a sua lâmpada esbranquiçada, olhou toda a frente da casa e não havia ninguém ali. Ligou as lâmpadas dos fundos e a mesma coisa, não havia ninguém ali. Deve ser a velha casa estalando, refletiu...
Sentou-se à frente da tevê e continuou a assistir a série que estava tentando maratonar. Assistiu a mais uns dois episódios. Entre um intervalo e outro pensou na batida forte à parede. Tudo estava quieto, não havia ninguém à rua. Era um silêncio total e uma noite escura assustadora. Nem lua havia naquele dia.
Escutou um suspiro que lhe arrepiou o corpo. Tentou descobrir de onde teria vindo. Olhou as janelas e não havia ninguém. Quando voltou a olhar novamente a janela da rua percebeu um vulto branco passar por ela. Ficou esperando passar na outra janela. Os cachorros não latiram e achou estranho. Gritou o nome de seu filho. Gritou mais uma vez e nada...
Ouviu passos, mas que brincadeira sem graça do Ari. Pensou: Está parado no vão das janelas, vou assustá-lo. Abriu rapidamente a janela. Não havia ninguém ali. Novo frio na espinha. Olhou para o telhado. Talvez tivesse subido no telhado. Sussurrou: “Ari, é você?” Falou mais alto... “Ari, chega de brincar com sua mãe”! Fechou rapidamente a janela e se recolheu ao seu sofá. Ficou por ali até o sono vir...
Passou quase a noite inteira acordada. Pela manhã, Ari a acordou... “Oi mamãe. Acabei de chegar. Vá dormir na cama”! Falou o paciente Ari... Ela, com os olhos arregalados de sono e de medo, nada falou... Simplesmente perguntou... “Ari, é você?”
Texto de Marcio Lima
Texto publicado em:
https://www.instagram.com/p/DLOIEkJOghP/
Siga o autor em @escritor_marcio_lima
O mundo chora a partida de uma pessoa que incessantemente buscou a Paz.
Procurou integrar o mundo em um propósito mais forte de união, perdão, amor entre as pessoas da Terra, e essas à natureza como um todo.
Tratou com maestria e muita sabedoria temas sensíveis, procurando respeitar a individualidade de cada ser aqui.
Falou de esperança em um amanhã melhor a todos.
Fará falta, Papa Francisco. Mas, muitos lembrarão de seu sorriso e alegria de viver com fé em um mundo justo, mais humano para todos, seguindo os ensinamentos de um Deus que é, sobretudo, Amor.
Descanse em Paz, Santo Padre, Papa Francisco.
Imagem: pixabay.
[Poema de Marcio Lima musicado pela Gerasom].
Um brinde às pessoas bem-humoradas
Que levam com vivacidade os pesos que
a vida se encarrega de pôr em suas costas.
Um brinde às pessoas bem-humoradas
Que fazem de suas imperfeições um mote
para o riso sem escárnio.
Um brinde às pessoas bem-humoradas
Que se entregam à mudança quando a dureza das mesmice
lhes entorpecem...
Um brinde...
Aos homens e mulheres que não sacam da sua ignorância
à primeira repulsa de ideias.
Um brinde...
A você que sente ser bem-humorado sem dissimulação.
Um brinde...
A todo aquele que conseguiu às palavras do Pai-Amado
oferecer o
outro lado da face ao esbofeteador.
Um brinde...
Às pessoas exploradas que fizeram de suas derrotas
vitórias sólidas.
Um brinde...
Àquele que no meio de tanto desarranjo social
consegue sinceramente (mesmo que contrariando a lógica) sorrir e fazer outros
sorrirem.
Um brinde...
Àqueles que fizeram tornar símbolo inteligível,
apesar de toda dificuldade, a leitura deste humilde brinde a
todos
os bem-humorados.
(Marcio Lima)
#poema_musicado #poesia #poema #poemaautoral #compositor
Acesse também essa outra versão do Poema Musicado de Marcio Lima (#poemamusicadodeMarcioLima)
Rios aéreos a se encontrar
Milhares de léguas
A fluir...
E, lá no monte onde o
Verde se estende
A água se faz abundância
Tudo em equilíbrio e
Constância
Pedindo ao céu que
Nenhum desavisado
Interrompa esse ciclo milenar...
Rio-mar, mar-e-rio...
(Marcio Lima)
Imagem obtida em: https://pixabay.com/photos/rio-de-janeiro-corcovado-brazil-rio-809755/
Feliz dia das Mulheres!
Que seja de alegria,
Que seja abençoado teu dia,
Bênçãos e poesia!
👏👏👏🙏🙏🙏
(Imagem obtida em: https://pixabay.com/illustrations/cinema-movie-camera-projector-film-4153289/)
O cinema brasileiro festeja o Oscar de melhor filme internacional no ano de 2025, ou melhor, o Brasil festeja esse título inédito às nossas artes cinematográficas.
Toda equipe merece, mas em especial ao Diretor Walter Salles, por ainda continuar acreditando em nosso cinema e dando vida às nossas letras e às nossas histórias, algumas não muito felizes, como é o drama da família Paiva que teve seu pai, o deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura brasileira, instalada no Brasil a partir do ano de 1964, fato que só teve seu desfecho no ano de 1996, com a emissão da certidão de óbito de Rubens Paiva, sendo reconhecido como vítima desse regime autoritário. Uma marca dolorosa na história brasileira.
Essa luta inspirou o filme, que se baseia no livro de Marcelo Rubens Paiva, o qual descreve a luta da família Paiva, sobretudo a de Eunice, esposa de Rubens Paiva, interpretada por Fernanda Torres, a qual concorreu também o Oscar de melhor atriz.
"Ainda estou aqui" é o reflexo da esperança da construção de um cinema que tem muito a oferecer ao mundo, o cinema brasileiro, o qual luta para mostrar seu valor e inspirar àqueles que ainda acreditam no poder transformador da sétima arte.
Parabéns ao Brasil, parabéns ao cinema mundial! Continuemos a buscar o melhor da arte, o melhor da vida em suas múltiplas dimensões, refletido muitas vezes pelo espelho das grandes telas!
O amor é a ausência do ódio? Ou o ódio é a ausência do amor? Seja lá como for... Tal como o frio é a ausência de calor, Minha tristeza é a a...