sábado, 13 de abril de 2024

Este momento 1...

 Um Livro, Rosa, Coração, Sangue, Quadro

Dói. 

Forma estranha de começar um poema.

Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é meio que estar fora de moda; foto que não pode ser postada nas mídias sociais ou revelada. 

Matéria-prima pra alguns poemas, o poeta vê suas rimas, palavras e versos ganharem carne a partir de alguma dor, algum incômodo que de alguma forma abala sua vida ou alguma alegria para com o mundo ser dividida. 

Queria eu ser todo felicidade. Queria alguma fórmula, não química, que me desse aquele prazer constante. Queria ser espaço, ser sorriso, ser asas a voar, água no rio a seu curso seguir, geleira no topo da montanha, o êxtase da mãe ao dar a luz a seu filho; queria ser a saciedade de justiça e alimento do faminto, o crescer inaudível da grama, a gota de chuva a trazer esperança... 

Ah, dor estranha que vem não sem d'onde e por quê... quisera não fora só mote prum poema, fosse força transformadora, fosse uma oportunidade de mudança, fosse o restabelecer de forças nas duras quedas...

Mas, sei que neste momento não és nada disso...

Só sei de uma coisa... dói. 

O que me alegra é saber que como a alegria, és finita, és átimo...

Por isso, tens toda liberdade, e enquanto estiveres aqui, podes doer...

(Marcio Lima)

Guarapuava, 20 de janeiro de 2024.

 

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/um-livro-rosa-cora%C3%A7%C3%A3o-sangue-4397154/ Acesso em 26 jun. 2024.



quinta-feira, 4 de abril de 2024

AMO O AMAR II...

 

 Fantasia, Lindo, Sunrise, Pôr Do Sol

E hoje? este sol que brilha sem pedir


Que faz a árvore frondosa se alegrar


A abrigar os pássaros do céu


Que piam sem com o amanhã se preocupar...



As nuvens que passam devagar


Que enfeitam nossos sonhos de ninar


De ver neste lindo céu de mar


Poesias em noite de luar...



E a musa que à rua saiu


Balançando seu vestido de anil


Alimentando a esperança juvenil


De viver um amor que jamais se viu...



Sol, nuvens, sonhos, musas, o pensar


Nada, tudo, o meio neste poetizar...


Não sei se Belo, ou se mar,


Só sei que amo o Amar...


(Marcio Lima)

 

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/fantasia-lindo-sunrise-p%C3%B4r-do-sol-3077928/ Acesso em 26 jun. 2024.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

*Coragem...*




O dia estava plúmbeo.

Mas o sol atrás da nuvens

Pedia-me coragem pra seguir. 

A chuva me apanhou na estrada.

Podia ser, ela, um estorvo. Mas a vi como bênção. E o sol que em meu peito alumiava me dava uma paz danada. Com as forças renovadas, segui.

(Marcio Lima)

quinta-feira, 14 de março de 2024

TAEs na luta

O blog devaneios literários do lima apoia a Greve dos Técnicos Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Federal. Por uma Educação de qualidade, por um país mais justo e desenvolvido plenamente, TAEs na luta.

#reestruturação_carreira_TAEs, #reajuste_salarial_2024, #prioridade_educação

Saiba mais: 

Greve nas Federais


quarta-feira, 13 de março de 2024

Vou deixar aqui escrito...

 Loveourplanet, Terra, Pacífico, Jornada

Vou deixar aqui escrito... 

Por mais que o intento tenha sido a nobreza,
Sei que sem querer proferi, profanamente, conselhos...
Sei que busquei, mesmo que discretamente, infamemente, ser modelo...
Também sei que minhas agruras se revestiram de uma famigerada doçura, que não devia, deveria ter calado e esperado o tempo fazer seu papel. Desvalido féu. Perdi aí, talvez, meu ceú...
Quantos papéis e papelões... Quantos arrependimentos e tropeções...
Um homem, um mísero homem, pó num planetinha qualquer querendo mudar o mundo. Sei! Que imundo! Diria o mais ignorante dos homens, com toda certeza, ou quase toda...
Vou tentar deixar a coisa mais leve. Quiçá desculpar-me por meu atraso histórico, científico, de não ter experiência de nado, de nada, além daquilo que acho que me valia uma travessia pelado no deserto...
Tentei Pessoa, Lispector, Rosa, o verso, a rima, a prosa... que nada, em nada adiantou, saíram sempre as mesmas malditas coisas já, de alguma forma, ditas...
De tantos burradas escritas e proclamadas por aí, vou ter que me afastar um pouquinho da linda arte de vercejar. Tentarei praguejar menos, gaguejar menos, inferir menos, metaforear menos, desaforar menos... Tentarei viver sabendo de tudo que fiz e não fiz... Vou buscar alguém que eu possa me confessar desses sacrilégios linguístico-poéticos... Já não aguenta mais meu peito carregar sozinho essa carga... Vou ali, já volto. Cumprirei cuidadosamente meu castigo, minha penitência, minha expiação. Vou buscar vários livros e tentarei me purificar de minha ignorância, ficando ainda mais ciente dela, e, quiçá assim eu tenha um pouco mais de autoridade de continuar me aventurando nesse nobre e perigoso bosque de achar caminhos tantos em busca da felicidade minha e de outrem, por meio de versos e palavras pretensiosamente poéticas. Até lá, perdão querido amigo companheiro de viagem! Sigamos nesse barco!

 (Marcio Lima)


Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/loveourplanet-terra-pac%C3%ADfico-4851331/

sexta-feira, 8 de março de 2024

Feliz dia das mulheres

Como não te homenagear,

Se muitas das vezes estais a me inspirar...

Todo meu respeito e carinho...

Mães, companheiras, amigas, simples e complexamente, 

Mulheres...

Feliz dia das mulheres, hoje e sempre!


Homenagem do Blog!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Viaje, viaje muito.

Viaje, viaje muito. Viaje a tantas histórias e lugares. Viaje incansavelmente... Mas, jamais perca o timão de sua nave. Ame as viagens, mas jamais turve seus sentidos. Pois, viajar é preciso, mas o controle do seu ser, de sua nau, é essencial. (Marcio Lima)

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Alfa e ômega

 Religião, Fé, Mão, Confiar Em, Cruzar

Estou aqui desde sempre...
Tudo passa,
Sou pão, sou água, sou vinho,
Sou a semente, 

O oxigênio que se soma
aos hidrogênios, 

sou a uva e sua maturação
em seus estados...
Sou o Tempo...
Sou o Amor...
Tudo passa,
Eu não...


(Marcio Lima)

 

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/religi%C3%A3o-f%C3%A9-m%C3%A3o-confiar-em-cruzar-3717899/

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Amigo é assim... (Friend is like...)


Amigo é assim...

Um ombro, 

Ouvidos dispostos a ouvir.

Uma palavra a consolar e não a julgar.

É uma boa companhia em dias de solidão.

É a nossa sombra em dias de sol.

É quem nos convida para uma boa caminhada.

É quem não nos esquece quando a vida se faz malvada...

É aquele que permanece conosco, mesmo quando, em nossos bolsos, nada levamos...

Não é aquele que não nos questiona quando erramos, mas que (re)conhece as nossas fraquezas e está a nos perdoar, a nos escutar...

Amigos... 

Não nos deixam sentir sozinhos nesta jornada.

Ensinam-nos a apreciar as estrelas, um bom livro; riem conosco de nossos destemperos...

Amigos suportam 

As horas da pescaria ao nosso lado, os papos jogados fora, na padaria…

As horas do esporte favorito,

O apreciar o horizonte bonito,

Até entrar inocente em algumas furadas...

Acalmam-nos em nossos desesperos,

São anjos tão pertos, água em nossos desertos...

E um dia eles irão... Poderão até não voltar, mas nossas vidas marcarão...

E um dia após o outro, ficaremos a, esses, cultivar, nem que seja em nossas memórias... Porque 

Amigos... Amigos... Ricas dádivas... 

Ah, os amigos... 

Que delícia é uma verdadeira amizade...

(Marcio Lima)

 

Blog devaneios literários do lima

 

(Texto já publicado no blog e ora revisto).

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

1º TEXTO MAIS ACESSADO EM 2023 “Música “Um índio” de Caetano Veloso, algumas impressões. (Song “Um Índio” by Caetano Veloso, some impressions)”.


Durante o mês de janeiro o blog Devaneios Literários do Lima estava em férias e não te deixou sem conteúdo, procurou trazer para você o que mais se acessou no blog em 2023.

Nosso agradecimento e continue conosco!


Fique com o 1º texto, que é uma análise superficial da: Música “Um índio” de Caetano Veloso, algumas impressões. (Song “Um Índio” by Caetano Veloso, some impressions)”.



(Marcio Lima)

No poema/música em questão, Caetano Veloso trabalha com a temática indígena, reatualizando alguns de seus aspectos histórico-mitológicos. A temática, do indígena tratado como herói; símbolo de uma nação que por muito tempo esteve subjugada a um domínio de colonização; esteve presente durante o Arcadismo brasileiro, retomado pelos escritores românticos e reafirmada pelos modernistas. Ao reatualizar esse tema, Caetano provê, poeticamente falando, este herói de alguns recursos tecnológicos, mas que supera os advindos das descobertas da ciência moderna, dando-lhe características fantásticas, típicas dos heróis mitológicos.

         Também ainda, nesse poema, Veloso situa a qual nação indígena refere-se a aparição desse ser heróico-mitológico, os do coração do hemisfério sul, na América (do Sul) em um ponto equidistante entre os oceanos Atlântico o Pacífico. A referência temporal não é em qualquer momento, é em um claro instante, logo após exterminada a última nação indígena. Podendo-se assim inferir que seria em um momento de luz, esclarecedor. No entanto, poderia ser relativo ao do extermínio físico dos indígenas ou pela miscigenação dos mesmos e do desaparecimento de suas características culturais. Enfatizando para o fato do possível extermínio desses povos, bem como de sua cultura. E, a luta desigual para permanência dessas nações coabitando com a dita “civilização”.

Há ainda, uma intertextualidade às escrituras bíblicas, em que há a relação ao messias que voltará no fim dos tempos. Esse voltar, relativo ao índio, poderia ter talvez a relação com o próprio Cristo, o qual àquele adquire sua semelhança, que se compadece com os mais fracos, com os explorados, com os dizimados pela exploração ou expropriação de suas terras e ou riquezas. Essa ideia é reforçada na parte em que Caetano Veloso diz “virá que eu vi”. Veloso, pelo seu eu-lírico, assume um papel do profeta, que vê algo grandioso acontecer antes do seu tempo. Isso tudo, pode ser reforçado pelas predições do personagem Peri, herói do livro Iracema de José de Alencar, citado na música, quando afirma: “ — Tu viverás!... Cecília abriu os olhos, e vendo seu amigo junto dela, ouvindo ainda suas palavras, sentiu o enlevo que deve ser o gozo da vida eterna.” (Alencar, 1857)

         Retomando a temática, o índio como herói. Isso aconteceu muito quando de nossa história, nos momentos relativos à busca pela identidade do povo brasileiro, em que a “criação” literária desse herói representasse esse povo e sua força identitária. Isso é retomado no poema de Caetano, quando citou Peri, o qual possui habilidades sobre-humanas da força, proximidade com Deus (Cristão), lealdade ao seu amor Ceci (amada Europeia, filha de D. Antônio Mariz) e o poder de conversar e interagir com  natureza, reatualizando por esses aspectos o mito do herói nacional brasileiro.

         Caetano Veloso ressalta quais são as características desse herói de nossos dias, de fim de século XX sendo: impávido, tranquilo, apaixonado por seus ideais e que buscará a paz.


         Assim, Caetano conclui em seu poema que este herói esteve sempre presente, nunca desapareceu e sua presença é óbvia, podendo-se concluir que o mesmo vive em nós através da miscigenação, da aculturação com outros povos ou nações, entre eles o negro, quando cita os termos “afoxé, axé” palavras de origem africana. Essa mistura racial, tornou o povo brasileiro apaixonado pela natureza e suas belezas, tanto cantadas por nossos poetas, bem como de seu “poder” de superar todas as forças que poderiam dissuadir um pensamento nacional, no qual o indígena sempre, para nós brasileiros, será uma forte referência de nossa  nacionalidade.




Este texto fala sobre a temática do indígena, enquanto ser real ou mitológico idealizado por nossos poetas, cronistas ou estudiosos de diversas área do saber… 

Esse texto trabalha com a música/poema de Caetano Veloso “Um índio”, todavia, perpassa outros textos como os bíblicos, literário, por ex. de José de Alencar, outros relatos históricos e outros. O foco está na construção de uma nação miscegenada, rica em sua diversidade e que possui um potencial cultural muito grande de ser explorado e/ou investido. Também, chama atenção para algumas injustiças que ocorreram no passado como a quase extinção de nossos indígenas e os ainda presentes conflitos por terra, pela inserção de uma nova cultura, entre outros. Outras interpretações podem ser deduzidas por ti, querido leitor, essas foram apenas algumas impressões do autor do texto. 

A tipologia textual pode ser caracterizada como ensaio acadêmico ou literário. 

Se não curtiu esse texto este ano, curta-o agora e comente abaixo se gostou ou não, se tem alguma sugestão a contribuir com os próximos textos ou alguma temática que gostaria que abordássemos.

Nosso muito obrigado em um feliz 2024!


Este momento 1...

  Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é m...