quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Poemação...

Deixei da caneta, do papel e do celular... 
Recitei em seu ouvido um poema de um verso só, valeu mais que os mil poemas que eu lhe dediquei tão distante... 
Marcio José de Lima (Zé Gorpa)
28/12/2016,  Guarapuava, PR. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Sol, direito de todos! (Sun, everyone's right!)

 Árvore, Pôr Do Sol, Nuvens, Céu

Ah essa minha arrogância que me ofusca ao que ao meu lado se irrompe. Sou prisioneiro desse ofício que me tortura e me causa prazer... Já repeti mais de mil vezes os mesmos versos de forma diferente. Porém nunca encontrei a maestria dos versos... Ao menos, penso assim...  Em meu deserto, sigo, a que caminho não sei. Sempre em busca de um eu escorregadio... Finjo dores tão estranhas... Doem-me as entranhas,  estas, entristeço-me com causas tão nobres, porém tão ignoradas... mas que solitário não tenho força e nem a loucura suficientes para reagir. Nascem-me,  discretos, alguns versinhos que os cuido como se obra-prima, fossem... Borro a esbranquiçada celulose que só terá sentido o que ali se alça, se um vivente ser desvendar os signos ali esparramados... Compreenderei faturamente a história muito bem maquiada neste momento? Andarei com os verdadeiros solitários? Continuarei acreditando em um amanhã melhor? Sim... continuarei um otimista. Pois acredito na humanidade... Assim como acredito na força da poesia... Acredito no amor que se esconde, cada vez mais discreto, em lugares tão inesperados, em busca de um singelo convite: vem ver um dia amanhecer, tão ensolarado e maravilhoso, iluminado por um gigante sol que a todos se ofereceu gratuitamente... 
Marcio José de Lima 
Do blog Devaneios literários do Lima 
07/11/2016, Guarapuava, PR. 

 

Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/photos/%C3%A1rvore-p%C3%B4r-do-sol-nuvens-c%C3%A9u-736885/


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Mais um anjo sem voz...


Lá vai ela. Mais um serzinho no meio da multidão. A gaiota carregada de papelão, bem próximo ao braço da gaiota um pequeno bebê olha curioso sua mãe. Bebê esperto próximo ao seu primeiro ano de vida, uma vivacidade e um brilho incomum naquele olhar. Uma alegria de uma vidinha que nascera para mudar a realidade de sua mãe, a esperança de uma vida diferente da sua realidade. A mãe magérrima olha com amor aquele reluzente bebê, que segura à borda do carrinho para não cair... Segura filho.... diz a mãe. A esperança é dar estudo ao seu rebento, fazê-lo "dotô". Ter entendimento do mundo. Olhar pras letrinhas daquele amontoado de papéis,  que junta todos os dias para seu sustento,  e saber o que diz lá. Essa é sua maior curiosidade. Achava que a mudança viria por ali, toda essa papelada tem que possuir a receita de como mudar os nossos dias. 
Empiricamente, filosofava.. o ar estava morno, o sol quente... 
Logo o carrinho se encheu. Quase não cabia mais seu filho ali. Hora de pra casa voltar. Para sob a sombra de uma árvore, tira de sua mochila pendurada do lado do carrinho uma garrafa de vidro, dessas de refrigerante, cheia com chá. Um sanduíche de pão surrado com um ovo frito,  é seu  almoço. Olha para o filho. Ele sorri. E, enquanto o dá de mamar, come. Muita gente passava por ali, não se incomodava, pois já estava acostumada à invisibilidade. Logo após comer,  voltaria ao ferro velho e venderia sua carga. Daria para dar mais uma viagem até à tarde. Dava amor extremo àquela criaturinha, mas preferia deixa-la na creche sobre a proteção das atendentes, para que ele não sofresse os seus dias na sua pesada e perigosa lide... mas a realidade era que a creche já estava pronta havia três anos... mas não estava funcionando, a justificativa dos governantes, não havia gente interessada... embora ela se localizasse em um bairro de extrema pobreza. Muitos por ali, com um pouco mais de conhecimento e percepção da realidade, comentavam que a real situação era que não estava em período eleitoral... Assim que ele se aproximasse ela seria inaugurada... Essa pobre mãe não tinha voz... e cada vez a perdia mais ainda... O dono da venda na qual fazia suas comprinhas dizia que tinha muito dó dela, mas não podia fazer nada. Ele dizia,  ela merece. Não votou no meu candidato... Corria um ódio recôndito àquela senhora.  Achava isso porque esta mãezinha tinha em seu rancho uma placa do candidato de seu opositor político... para ela, só um tábua para tapar os buracos de sua casa... Mais um dia chega ao fim... no berço velho estava sentadinho seu anjinho... Ah, se houvesse uma mão caridosa a nos ajudar! Talvez essa cruz não fosse tão pesada... O anjinho no berço, queimadinho de sol, dormia... A mãe a apreciar seu sono de criaturinha tão linda... seu orgulho, seu amor... Pensava ela, um dia ele terá voz... Sim, ele terá voz... Enquanto no rádio velho, na hora do Brasil, seu ministro pedia a ela pra contribuir um pouco mais, com uma chamada reforma fiscal... Ela não entendeu o que era, mas bem pronunciadinho soava bem... pensava, deve ser algo bom... Ah, soubesse ela, que seu pão surrado ficaria ainda mais caro... Mas a creche... 
Marcio José de Lima, Guarapuava, 30/12/2016

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Um novo raiar (A new dawn)

E que venha o sol a dourar nossos encantos. 
Que venha o novo raiar a realimentar nossos sonhos. 
E que venham sorrisos a motivar nosso caminhar. 
E as dores, se existirem, a nos ensinar a sermos mais fortes. 
E que venha a fé a dar sentido à nossa jornada. 

Márcio José de Lima

Do blog devaneios literários do Lima 
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Agosto 2016

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/grande-coruja-vista-trilha-paisagem-1851567/

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...