quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal... abençoado e feliz!

Mais um ano se encerra e com o final dele, buscamos reabastecer nossos sonhos, nossa esperança... Ao final de cada ano usamos o último de nossas forças para terminar de cumprir nossos projetos, nossas promessas a nós mesmos e aos outros.
Estivemos juntos este ano. Foram tantas as batalhas, não importa se ganhamos ou se perdemos, pois isso dependerá de como vemos cada uma delas... Às vezes só o fato de tomar decisão já é uma vitória... porque assumimos o risco de acertar ou não, e agindo desta forma,  não nos escondemos na covardia e progredimos... assim, somos de certa forma, vencedores.
O aprender, o evoluir, foi muito combatido este ano, pois acredito que o saber assusta ao poder... pois quem julga-se superior aos demais, não quer ver seus "dominados" nos mesmos lugares, com os mesmos direitos e nem com o uso dos sagrados direitos de expressão e de ir e vir, pois isso pode pôr medo em alguns...
Mas não foi para defender ou atacar ou fazer um embate ideológico que se dedica esta coluna - até porque este ano as batalhas foram tantas... e é bom por um tempo, respirar...  -
Voltando ao propósito desta, foi sim, para agradecer a cada de vocês que esteve conosco este ano, e lhes desejar um 2016 cheio de paz, alegria e muitas boas conquistas, que sejamos melhores no ano que nasce novinho, o qual nos dá a oportunidade novamente, de se não conseguimos neste, de evoluir enquanto seres criados para amar e ser amados... e que nunca conseguirá sem o outro, e, sobretudo, sem a si mesmo na plenitude.
Feliz Natal e um 2016 com tudo de melhor!

Márcio José de Lima,  do blog devaneios literários do Lima 

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Paixão sólida



1
Naquele momento ela impressionava pelo sentimento de solidão no jardim, embora já fizesse muito, muito tempo que ali se encontrava.
Seus ombros desnudos por vezes ardiam sob o sol escaldante. Ocasiões havia, entretanto, em que aparentava sentir-se enregelada pelo ar frio que noutras vezes inundava o local.
Passantes sem conta circulavam pelo jardim, alguns a pé, outros em bicicletas, outros ainda em triciclos. Raros eram os cadeirantes, senão quando apareciam em excursão ou quando participavam de uma paraolimpíada na cidade. Poucas pessoas, contudo, se entretinham a observá-la. Era mais uma na multidão. Ela, por sua vez, parecia cuidar em fitá-las quando não as distraía. Era possível que as notava passear pelo grande jardim, a aproximar-se das roseiras e de algumas outras plantas floridas para absorverem os aromas das flores.
Vez ou outra algum caminhante desaparecia adiante, quando empreendia passeio no bosque que circundava o jardim, até suas extremidades. O emaranhado de arbustos e de árvores maiores findava no gramado lateral e fronteiriço ao grande edifício que, imaginava-se, deveria ser do proprietário daquela extensa área verdejante. Vasta extensão de campos cobertos de uma cultura (podia ser trigo, ou cevada, quem o saberá?) fazia-se lindeira a esse grande bosque. Ao longe, o murmurar das conversas dos camponeses – era provável que ela os ouvisse.
Seu olhar mostrava-se fixo ao horizonte naquele instante, e seus ouvidos davam a aparência de estarem despertos ao som alastrado pelo sino do campanário, que batia em horários determinados.
Certo homem, que por vezes se fazia acompanhar por dois ou três auxiliares, cuidava o jardim, mantinha-o limpo e bonito, e por isso era, além dela, o frequentador mais assíduo daquele espaço. Era o jardineiro. Ele sempre teve noção da presença dela naquele jardim. Até a tocava de vez em quando. Naquele dia, porém, o jardineiro não apareceu. Era o dia de folga do homem.
Um caminhante por certo percebeu o horizontal olhar dela. Vislumbrou-a como um misto da Vênus de Milos e da Afrodite de Camille Claudel. Ela, porém, deu a entender que se mantinha impassível, parecendo nem notar que alguém a observava. Instantes depois, cientificando-se o sujeito que os cabelos da mulher eram curtos, lisos sobre o crânio e encaracolados ao descerem por sobre os ombros, resolveu seguir adiante sem piscar o olho. Não era raro isso acontecer.


2


Novidades sempre são bem-vindas, ademais quando trazem alguma esperança de melhores momentos.
Comumente, as novidades chegam com a primavera. No início dessa nova estação, ela estava no jardim quando um jovem varão apareceu acompanhado de vários homens e uma estranha máquina. Depois de várias conversações entre eles, durante as quais esse jovem manteve-se silente, os mais velhos se dispersaram e deixaram o noviço a sós consigo mesmo.
O novato deu ares de não haver titubeado ao parecer enxergar aquela formosa figura feminina a não muitos passos de distância. E assim indicou ter enveredado pelas conversas de pensamento. Aparentou ter lançado a ela um olhar de menino conquistador, cuja resposta teve a forma semelhante a um desdém de quem se sentia mais velha para aquele pretenso galanteador.
Passaram-se alguns dias durante os quais sempre houve esse encontro de olhares no jardim, porquanto ela, como ele, sempre se fazia presente naquele lugar – e, por menos crível que pudesse parecer, nos mesmos locais daquele espaço. Mas ele teve o aspecto de quem não desdenhou do olhar dela. Contudo, o fato de se avaliar que ela ignorava a presença dele era proporcional à apreciação que se tinha da altivez com que ele a visava. Havia, portanto, um vazio entre eles – não somente averiguado pela distância física que os separava – mas que muitos caminhantes nem chegaram a notar.
O jardineiro, no entanto – exceto nas suas folgas –, deu-se conta da frequência daquelas figuras frente a frente (embora distantes entre si) no jardim, sempre mantido limpo e lindo. Cuidou em observar a atitude nada tímida que demonstrava o jovem varão perante o olhar que julgou desdenhoso daquela fêmea. A distância entre ambos, porém, não diminuía. E assim os observando, teve a nítida impressão de presenciar o seguinte diálogo travado entre esses vultos, ainda que imperceptível por qualquer outra pessoa, talvez mesmo para o próprio jardineiro, atribulado com sua faina:
– Que te fiz eu, para que me ignores com tanto desdém? – teria perguntado o moçoilo ao questionar a donzela.
– Nada me fizeste – haveria de ter respondido a figura feminina – apenas te considero muito imaturo para meu gosto. Estás verde, ainda, e tuas maneiras e teu olhar não me agradam.
– Ao menos, és sincera! – teria dito o moço.
Assim conversados conforme pareceu ao jardineiro, teriam os dias continuado a passar, mas não sem se olharem mutuamente no passar do tempo.
Um dia chegou, no entanto, em que outros homens avizinharam-se do rapazola. Fizeram-no sair do lugar e acompanhá-los em uma viagem sobre a qual ninguém nunca soube o destino nem a razão.


3


A moça – era opinião de quem a notasse – viu-se solitária novamente, posto permanecesse a frequentar aquele jardim, nada obstante várias pessoas continuassem a circular ao seu redor.
Essa solidão não perdurou muito tempo. Outros homens com outra máquina fantástica e maior foram ter por mais de três horas no jardim. O jardineiro os acompanhava na lida que encetaram. Laboraram harmoniosamente, entre conversas e ditos de piadas que lhes faziam gargalhar.
Uma figura masculina, porém, permaneceu naquele local depois que os demais se retiraram. Já não se tratava daquele rapazote d’outro dia, era um ser aparentemente mais maduro, possuindo testa larga, tez branca lisa das pálpebras às bochechas. Ostentava, todavia, finas sobrancelhas e média barba. Pareciam azulados seus olhos (será que os eram?) e seus cabelos quase louros eram expandidos e ondulados, cobrindo suas orelhas e a caírem-lhe por trás do pescoço. Vestia camisa clara de mangas longas – amarelada pelo tempo – e, sobre ela, um colete marrom aberto. A camisa, entreaberta, deixava ver seu peito nu. Suas calças, avermelhadas, desciam somente até às canelas, enquanto seus pés estavam descalços.
Sob o braço esquerdo carregava maços de papeis agregados contra seu flanco. A mão direita, erguida, posicionava-se próximo à face justo no momento em que ela deu a impressão de observá-lo, sendo possível notar sua boca estreita, levemente aberta, como que a anunciar alguma notícia.
Há quem diga que teria sido amor à primeira vista. Se bem que em diagnóstico simples poderíamos desvendar que ela, certamente, havia acompanhado toda a desenvoltura dele em meio às conversações adredes enquanto ele comungava da companhia dos demais homens. Dava ela, pois, a impressão de haver-se apaixonado pelo varão. Eis que surge a dúvida: será, porém, que seria correspondida no sentimento que parecia evidenciar?
Quem passasse pelo jardim e observasse atentamente a figura daquela mulher – sempre presente ali – teria a sensação de deparar com alguém de fato apaixonado.
Mas, quem se detivesse a analisar aquele vulto masculino, perceberia em seu semblante a expressão de algum sentimento em relação a ela?
O olhar dele vagava em direção ao horizonte, e de sua boca saía um som inaudível. Impressionava, no entanto, as tonalidades que se viam em sua tez a cada vez que se lhe fitava com atenção: ora alva, ora amarelejada, ora ruborizada, a depender do ângulo pelo qual se podia vê-lo.
Nada obstante isso, era difícil decifrar de sua figura máscula se também nutria algum sentimento pela moça.


4


Os dias foram passando, entremeados com chuvas, sol e sombras. Acumularam-se em semanas e meses.
As duas figuras, entretanto, fizeram suas presenças ser constantes naquele jardim. E sempre a manterem-se frente a frente.
O amor que desde o início ela pareceu ter passado sentir por ele nunca pôde ser manifestado por um toque sequer. Muito menos alguém teve a impressão se pôde ela descobrir se os sentimentos que tinha ares de mostrar eram recíprocos. A distância entre eles sempre foi constante, jamais se aproximaram como jamais se afastaram. Nem qualquer pessoa – com ou sem auxílio de algum maquinário – os juntou ou os separou além do que permaneciam até então.
Em que pese isso, o sentimento que se descortinava na corporatura feminina era de que, no mínimo, não se sentia mais tão solitária. Exprimindo aspecto de seguir apaixonada pelo varão, era possível depreender que estava alegre com a sua companhia, ainda que dele estivesse distanciada, e, como se fosse humana, tal qual a figura masculina, pudesse ouvir, às vezes, o sino do campanário, ou o rumor dos camponeses quando manejavam suas plantações ao largo.
O jardim continuou a receber a visita de caminhantes, passeantes, dos quais somente raras pessoas puderam aperceber-se das expressões daquelas duas esculturas que ornamentavam esse lugar de passeio, dos quais a mulher parecia exprimir sentimentos verdadeiramente humanos – a figura feminina torneada em mármore como se fosse obra exemplar de Camille Claudel esculpida em pedra de Milos – a demonstrar uma paixão inverossímil pela silhueta diante de si, o musculoso varão transmudado de pedra bruta em jornaleiro, enigmático na demonstração de um improvável e inconcebível sentimento.

Alexandre Meyr

O Blog agradece ao escritor por, gentilmente, ceder o seu conto para publicação.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O dia que o whats parou...


O marido olhava sua mulher porque ela estava lá
O jovem lia o empoeirado livro porque ele estava lá
O filho falava com os pais porque eles estavam lá
O cachorro recebia do seu dono carinho, porque ele estava lá
O padeiro fazia melhor o pão porque ele estava lá
O crente rezava a seu Deus poque ele estava lá

O dia que o whatsApp parou...
Os carros seriam melhor dirigidos porque os motoristas estavam lá
O cantor executaria sua música porque ele estaria lá
O barman ouvia seus fregueses porque ele estava lá
Os prédios estavam mais cheios de alegria porque seus moradores estavam, de fato, lá
O amor seria, olhos nos olhos, porque estariam lá
Os ouvidos teriam seu sentido, pois quem os usa, estariam lá

O dia que o whatsApp parou...
As cabeças estariam em seus lugares, porque estariam lá
Os homens perderiam sua fuga, pois eles mesmos estariam lá
O dia que o whatsApp parou...

Márcio José de Lima
16-12-2015.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Pra ter versos pra te cantar

Saí mundo a fora
Pra ter versos pra te cantar
Lutei tantas vezes
Pra ter versos pra te cantar
Li tantos livros
Pra ter versos pra te cantar
Busquei estrelas tão belas
Pra ter versos pra te cantar
Busquei tantas respostas
Pra ter versos pra te cantar
Absorvi tantas tristezas
Pra ter versos pra te cantar
Busquei a felicidade
Pra ter versos pra te cantar
Ajudei ao sofredor
Pra ter versos pra te cantar
Busquei em mim o verdadeiro amor
Pra ter versos pra te cantar
Decifrei tantos mistérios
Pra ter versos pra te cantar
Brinquei de ser poeta
Pra ter versos pra te cantar
Arrisquei a vida tantas vezes
Pra ter versos pra te cantar
Dei minha cara a tapa
Pra ter versos pra te cantar
Observei a sabedoria da natureza
Pra ter versos pra te cantar
Sorri tantas vezes para celebrar a vida
Pra ter versos pra te cantar
Chorei até se esvaziar meu peito
Pra ter versos pra te cantar
Pra ter versos pra te cantar
Pra ter versos pra te cantar

Márcio José de Lima


http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/?m=1

Retrato de formatura

Homem, Guarda-Chuva, Chuva, Saudação
Corria... os raios se sucediam. Sempre tive medo de raios. A chuva começava fininha. No decorrer da rua havia algumas árvores... os raios não paravam e os trovões faziam-se assustadores. Na mão trazia algumas compras. O pensamento estava ali e em casa, nos filhos... não pensava em me abrigar, pensava somente em chegar em casa. Por isso corria mais e mais. Percebi um forte clarão, corri mais ainda... meu coração acelera, minha alma tranquiliza-se... Olhei ao lado e  através do vidro da agência bancária vi uma criança de branco a me sorrir. Não retribuí, pois não consegui... continuei correndo, parecia que agora mais que antes... cheguei em casa. As crianças aparentemente não estavam.  Minha esposa estava ao fogão. Aprontei um beijo no pescoço. Cheguei meus lábios devagar... beijei. Ela parou com que estava fazendo... olhou para os meus olhos e passou por mim sem nada dizer... olhei para cama havia um homem lá... senti o sangue ferver... minha esposa saiu tranquilamente da casa... adentrei ao quarto e quando pegaria pelo pescoço o safado, percebi o homem muito parecido com meu filho... e estranhamente era ele ali  deitado... só que mais velho...  nada entendi, pois ele tinha 12 anos... minha cabeça rodou,  olhei para parede da sala e estava lá algo inesperado, seu retrato de formatura na Universidade...
Márcio José de Lima - Do blog devaneios literários do Lima

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Imagem obtida em:  https://pixabay.com/pt/photos/homem-guarda-chuva-chuva-sauda%c3%a7%c3%a3o-3581659/

Tantas vezes...

Às vezes para viver
Preciso morrer um pouco...
Às vezes para ser feliz
Preciso chorar um pouco...
Às  vezes para aprender
Preciso desaprender um pouco...
Às vezes para ser nós
Preciso me abrir um pouco...

Para esquecer
Preciso da lembrança
Às vezes para ser solo
Preciso do céu
Às vezes para ser santo
Preciso um pouco de pecado
Às vezes para ser mensagem
Preciso do acaso...
Às vezes para ser eterno
Preciso do agora
Às vezes para chegar
Preciso ir embora...

Márcio José de Lima

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Faz-me reviver!

Um dia busquei-te Jesus
No vale doce da vida
Orvalho cingia a cruz
Brilhando a esperança perdida

Vem e me faz reviver
Levanta todo o meu ser
Me mostra a bondade do Pai
E seu caminho de paz.

Em cada flor que eu via
Lembrava do Seu amor
Presença de paz e alegria
Pois pagou meus pecados na dor.

Ouço em seu evangelho
Rezado domingo na missa
Que fala ao homem velho
De todo pecado resista.

Eu sei que sou pecador
Ser difícil de aprender
Mas sei que és Salvador
Me ajuda em meu viver.

Márcio José de Lima

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/?m=1

sábado, 28 de novembro de 2015

Momentos

Juntei um emaranhado de palavras e gentilmente depositei-as sobre seus pés. Não te sintas constrangida, não necessitas sentir-te com amarras nos pés, com grilhões que te impedirão de voar. Meu amor é espontâneo, mas não  descomprometido... todavia não te pedirás para abdicar de sua liberdade. Pois ele nasceu como pássaro livre.  Encontrarás em cada amanhecer um novo ser no mesmo ser... na busca de um estado melhor. Plantaremos juntos em nosso jardim milhares de flores e da varanda ouviremos os pássaros a cantar, nossos filhos a brincar nas árvores, a correr no quintal. Nós os veremos a arrancar e comer ali mesmo o morango, a Jaboticaba, o pêssego... tudo tão puro, tão terra, tão moderno e ao mesmo tempo tão antigo... tentarei traduzir em versos o amor que corre em minhas veias a essas criaturinhas tão lindas a que Deus nos presenteou... verei nos olhos delas, seus olhos... já observado outrora. Juntos todos abraçados ouviremos a natureza e bailaremos ao seu som,  nutrido por sua força e ao sublime amor a que nos ensinou, sendo grato aos céus por momentos tão pitorescos... e como serei grato, e como sou grato.
Marcio José de Lima  - 28/11/2015
Do blog devaneios literários do Lima 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Onomatopaica voz...


tentará  me assombrar aquela onomatopaica voz que assombra os meus dias. ficará ali cravada na parede comendo-os... denunciando nossa natureza, lembrando o pó que insisto em tirar de minhas vestes. derramar-se-á o dia, a noite, a esperança... ficarão  cada vez mais equalizados os ecos de outrora em que um sopro acariciava minha face e clamava para ter calma... - não serás só alma... os ecos marcham em minha mente regrados por uma força insegurável, desafiadora, inspiradora, misteriosa... sim misteriosa, pois nem ao filho de um grande Pai se revelou... Ele ficará ali... parado, olhando, Se saboreando por ver criaturinhas tão curiosas, tão amadas, mas tão rebeldes... olhando à parede e tentando descobrir uma sutil maneira de - como a criança que intenta driblar o perigo ao brincar no parque -  parar a onomatopaica voz que ecoa em seus ouvidos...
Márcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Limahttp://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2015/11/poesinspiracao.html?m=1

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Amor em tempos de celular... (Love in time of cellphone)


Esta tela não substitui os seus beijos
Estas teclas não substituem seus carinhos
Este voz metálica não substitui seus eflúvios...
Estes bits não substituem os seus olhos nos meus
Essas postagem não substituem seus afagos
Essas horas passam e a distância é só amenizada..
Nem no face, com sua foto, será o local ideal...
Dois enamorados nasceram para proximidade, pele na pele... Um bom dia ao lado do outro, não para uma mensagem no watsapp... não nasceram pra solidão urbana e moderna... nasceram para uma realidade bucólica - filhos, animais, um pequeno jardim, passeio no parque, um beijo no almoço... um - até a noite...
Enfim... dois enamorados tão pertos... ultimamente, só existem nos contos e romances... mas para aqueles que tem essa realidade, a da  proximidade, faça-a tesouro  precioso, não a venda por nada, porque viver junto de seu amor,  é tudo...
Márcio José de Lima

Imagem obtida em:
https://pixabay.com/pt/stone-coração-de-pedra-coração-amor-1058879/

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Evolução...

Um dia descobriremos que não foi um asteroide que destruiu os dinossauros... E sim,   que umas centenas deles cresceram tanto e acabaram com tudo que havia sobre a terra e os podia alimentar... Quiçá?

Marcio José de Lima 

Devaneando: duas partes um só coração...

Deixei-me ali estirado ao chão... Um coração ao lado. A boca ainda vazia. Não haviam palavras. Deixara claro minha preferência pela poesia. Ao invés de gritos e a força bruta. Minha voz suave era havida como fraqueza. Nunca erguia a voz nem para discordar da mais óbvia idiotice... defendida com os dardos de mais inflamados sofismas. Sofria quieto. Meu maior grito era - o tempo que premiava cada desavença com seu devido preço. Cada grão de areia bailava seu devir... cada verso teimava em sair com pelo menos uma gota de  esperança.  Esperança de ver o que é justo... ser realmente justo. A criança dormir satisfeita de pão e amor paternos. Os pais, de peitos abertos estarem presos por amor... livres de tudo. Juntos por algo bem maior... Um conjunto de sonhos a dois... Escrito num livro Dourado... o mais valioso livro com histórias verdadeiras, não com menos importância que elas, mas com diretrizes a uma alma, a qual algum dia foi dividida em duas partes... e hoje buscam soldar o que o ódio algum dia tratou de separar.

Marcio José de Lima

Do blog devaneios literários do Lima - 10/11/2015

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

LEMBRANÇAS


Tilintam tuas tranças
Testam tuas lembranças
Trocam timidamente
Todas tuas tristes heranças.

Marcio José de Lima - Guarapuava - PR
22/10/2009.

Imagem obtida em: http://ludovica.opopular.com.br/blogs/blog-bem-separadas/blog-bem-separadas-1.846458/a-hora-certa-de-pedir-as-chaves-de-casa-1.933265


NOVEMBRO AZUL - O HOMEM TAMBÉM SE CUIDA!

No mês de novembro acontece a Campanha Mundial de Prevenção ao câncer de Próstata e conscientização sobre a saúde do homem. Para saber mais acesse o link abaixo.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Degustar

Me recondito nas metáforas
Desabrocho no singelo
Piscar das estrelas que
Habitam este uno ser...

Márcio José de Lima

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Indecência

Parado estava ali em frente às pessoas. Havia algo de muito indecente. Não, não estava nu. Era pior, pois havia rasgado e escancarado seu peito. O coração estava à mostra. Todos se deleitavam diante deste impuro ato.
O homem nu, na praça, depositado em forma disfarçada de estátua, sempre sofrera as mais duras críticas por não carregar sobre suas obtusas formas, vestes...
Só uma senhorinha esboçou um olhar de desaprovação...
- Pura depravação! Que falta de decoro... Pensou a experiente senhora.
- Que pessoa em sã consciência abriria seu peito,  em plena praça pública,  e de lá deixaria escancarado seu coração, deixando-o à mostra e ao fundo, sua alma...?
Todos ali parados, exceto a senhorinha, boquiabertos...
O riso se alternava com a seriedade dos versos...
Poderia a melodia ter carregado cada palavrinha... todavia, o vento a seu favor, serviu de acompanhamento...
O sol tostou cada letra, cada palavra, cada verso, cada estrofe que esvoaçantes teimavam em se agarrar nas árvores, nas asas dos pássaros, nos braços e olhos das estátuas que contemplavam a praça e suas belezas...
Diante de tal quadro, num verdadeiro louvor ao Sagrado, numa sinestesia os gostos se misturaram aos pensamentos, o vento se misturou aos sonhos, a vida se misturou à esperança...
Minutos depois... quando todos com uma certa leveza ao peito, a ponto de encarnar tal ato escandaloso... simplesmente se vestiram de silêncio ... aplaudindo freneticamente tal episódio...
A casa se fez, saudade. Ali sim... no silêncio de algum de seus cômodos, todos sentiriam o prazer sem igual,  de pelo menos um pouquinho praticar, nem que fosse uma vez na vida, indecência...
Marcio José de Lima - 20-10-2015 - Laranjeiras do sul - PR.
Blog devaneios literários do Lima

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Feliz dia do professor!

A todos professores deste meu querido Brasil,  um feliz dia dos professores!
Nosso respeito e carinho a este importantíssimo ofício! Parabéns.
Feliz dia do Professor!

Do blog devaneios literários do Lima

Uma voz...

O homem queria seguir... sabia que precisava. Todavia não sabia a que lado ir... como fez falta uma voz que o guiasse! ... De fome, por ignorância,  morreu ali.
Marcio Jose de Lima




Copo de lua...

A lua que mira o homem
Que mira a lua
Que escorre do copo
Que enche a'lma sua.

Marcio José de Lima 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Lançamento virtual do livro "Um amor em um momento" (Virtual launch of the book "One love in a moment")

Quero compartilhar com você amigo leitor do blog o lançamento do livro "Um amor em um momento".
Ele está sendo lançado pela Amazon, uma das maiores editoras do mundo, no formato digital, que dará a você uma maior comodidade para sua leitura e acesso. Segue abaixo uma breve sinopse do mesmo. Desde já meu muito obrigado querido leitor.
Continue conosco!


SINOPSE DO LIVRO UM AMOR EM UM MOMENTO

Trata-se de um conto em que a protagonista, Siné,   ao meio a uma dieta maluca, conhece um mundo totalmente diferente. Logo após, desfoca de uma vida monótona, descobre a si mesma, bela, inteligente, desperta em seu mundo o amor pela leitura e outras coisas que não se importava antes. Aberta a novas experiências, olhando com mais amor a si mesma e ao que a rodeia, conhece seu grande amor. Com ele, um novo viver. Siné conhece Dorva e com ela vive uma nova amizade, que se trata de um lobo em pele de cordeiro, que tentará roubar seu amor... Vale a pena conferir esta história... e o final, é você leitor quem decide. (Do blog "Devaneios Literários do Lima". Bibliografia. Lima, Marcio J. Sinestética: Um amor em um Momento, in "Devaneios em Prosa". Guarapuava-PR, UNICENTRO, 2011. p. 9-62).

Adquira seu exemplar no site abaixo.



Da sacada do hospício da vida, uma multidão, em um deslocar sem sentido, andam de um lado a outro, seres indefinidos correm em busca, de alguma coisa que não sei o que é; se pergunto, porque corres tanto? Resposta emérita, não sei. Sociedade de seres artificiais, vivendo uma vida descartável, sem sentido, onde um homem não vê  no outro a substância humana, apenas objeto de consumo, de prazer, satisfação simultânea. Correndo ao longe, lavabo das tristezas, sentimentos implantados pelo tempo, que ao desgastar das esperanças, perdido, da sacada contempla a beleza de uma vida vivida, sem saída, apenas vivida, buscando não morrer uma memória que um dia já viveu para não deixar de ser... Caminhada artificial, vivência sutil de um novo amanhecer que deixou de viver, vegetando a espera de um novo ser... Abel de Andrade, Curitiba, PR.

O blog agradece ao poeta por ceder o texto para publicação...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Feliz infeliz...

Tem pessoas que são felizes sendo infelizes...
Por isso a sensibilidade nos diz que
Não podemos fazer os outros infelizes...
Bom que se economiza energia para vivermos
Para o que realmente vale a pena...
Marcio José de Lima

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Beleza

Se virar ao avesso,
A beleza vem
Sem preço...

Se virar ao avesso,
A beleza vem
Sem pressa...

Marcio José de Lima

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Hoje... só hoje... (Today... just today...)

 Via Láctea, Noite, Estrelas, Pessoa

Enebriei-me  de céu, estrela e mar...
Desfilei por tantas metáforas e contradições...
Deitei sob a desnuda abóboda celeste, orvalhada de tantas antíteses...
Recriei fantásticas histórias orgulhando-me dos tropeços de outrora e dos de agora... 
Se caso amanhã meus versos descompassados não lembrar, gostaria que me recordasse de meus devaneios,  para que eu deposite na alva folha minhas impressões ébrias e verdadeiras do desfilar dos meus dias...
Desconsidere meus devaneios! Não os tenha como verdades! Como ora afirmei, são só devaneios!
Amanhã cedo, quando este vetusto corpo estiver estirado frente àquele cedro, o qual se encontra frente à Catedral, pode atirar-me um balde ou dois da fria água daquela fonte - da qual escorre vida, serenidade e inspiração...
Sentirei falta ao decorrer do dia, de meus notívagos passeios, nos quais debati tantos assuntos com a estátua desnuda ao centro da praça.
Não tenha-me como louco..  Pois isso é pouco! Tenha-me somente como ébrio, embebecido por tantos "excelsios" viveres, mas que ainda espera algo pleno que enfeite o quadro de seus dias... que o encha de alegria, no calor daquela estrela que o pega ainda repousando em pleno momento onírico, vendo à sua frente todos sendo iguais; embora cada um, em sua unicidade...
De vísceras e alma satisfeitas, olharei ao redor um verde tão perfeito, o qual espero que seja aceito,  assim como meus defeitos...
Buscarei esquecer a lucidez de minhas auroras...
Cambaleando irei... tão feliz, tão eu... E digo amanhã voltarei, mas hoje, só hoje, vou-me embora.

Marcio José de Lima
24 de setembro de 2015. Paraná. 

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2015/09/hoje-so-hoje.html?m=1

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/photos/via-l%C3%A1ctea-noite-estrelas-pessoa-4006343/


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Solito na vida


Tenho apenas o céu como meu,
as ruas como minha mansão.
Sem a certeza de que um novo amanhã verei.
O frio  é  meu cobertor noturno, a chuva meu relaxante natural.
Sou pisoteado, a cada dia tachado de vagabundo; abandonado, na sepultura viva, vida de uns poucos, onde vivo uma "vida nua";  desprotegido de tudo e de todos ; sem se quer ter direito, de defender-me.
Apenas posso morrer, pois sou na vida esquecido, pelo tempo e pelo senhor.  Assim diz,  cada um que por aqui passou...
Abel de Andrade, Curitiba, PR

sábado, 19 de setembro de 2015

Cadê a alegria?

Um ótimo e abençoado final de semana a todos e todas...

Cadê a alegria?

A alegria bate a nossa porta...
Enquanto pulamos a janela...
Ela lá nos encontra...
E nós?  Escarnecemos  de sua face
Sem cerimônia.
Deixamos ela partir...
Saudosos perguntamos.
Quando de novo virá.
De olhos vendados pela
Velocidade dos dias...
Nem percebemos
Que ela a nós se avizinhou...
Pela sua ausência, atônitos,
Saímos diariamente, em estado
Ébrio,   buscá-la
Ao horizonte...

Marcio José de Lima

Do blog devaneios literários do Lima

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Boa noite!

Boa noite!

Um copo de remédio...
Um gole d'água
Uma bitoquinha
Um Boa noite
E cem motivos
Pra ser feliz...

Dois corpos ardentes
Em plena ebulição
Um para um lado
Outro para o outro...
O cansaço da vida moderna
venceu o corpo...
Jamais a alma.

Márcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima


terça-feira, 15 de setembro de 2015

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Pele alva...


Eu vi na rua, na escuridão de minha casa, sob a luz azul, quase na penumbra, um transeunte... não era gordo nem alto... barba por fazer... seu rosto não vi claramente. E antes que caísse, olhou ao céu... foi tombando calmamente... primeiro ajoelhou-se... Depois desabou. Aquela imagem fez com que todas as minhas forças se esgotassen. Pensei em ajudar... Sentei e me perdi em pensamentos. Depois tomei um trago, depois outro. A garrafa se esvaziou. Lembrei de terminar o capítulo de Ecce Homo... Fui engolido pelo livro, absorvido ao lado da marrom mancha de café da página 35. Pensei de que,  assim que saísse de lá,  gritaria ao mundo inteiro os absurdos que são criados por nosso excesso de ingenuidade... Na página que falava sobre o super homem, criei asas e do livro, todo coberto de vermelho,  saí... Estava numa rua, havia lua cheia no céu, por isso não notei a pálida lâmpada da iluminação pública... que beleza sem igual aquela pele alva no céu... aos poucos consumido pela paixão,   tombei... É,  até a lua minguante, ninguém havia tido a ousadia de  me tirar  dali...

Marcio de Lima
Do blog devaneios literários do Lima
 
Para citação:
LIMA, M. de. Pele Alva. In: Blog Devaneios Literários do Lima. 2015. Disponível em: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2015/09/pele-alva.html 

Imagem:
Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/a-noite-lua-cheia-%c3%a1rvores-silhueta-4684899/ Acesso em 11 out. 2021.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Presa e predador


Lá vinha ela. Descia as escadarias do Colégio como a flutuar em nuvens. Os cabelos ruivos eram acariciados pelo vento, o olhar compenetrado na tela do celular. Jamais perceberia sua presença.
Ele, o predador, a esperava pacientemente por ela todas as tardes e esta por sua vontade seria a última. Com um pouco mais de esforço podia ouvir a vida pulsar no peito da moça, sentir o perfume adocicado que lhe saia da nuca, o morno sangue que lhe corria das veias. Era insuportavelmente irresistível. Era a vítima perfeita.
Seguiu-a pelas estradinhas do vilarejo. Esperaria pelo momento oportuno de tomá-la e dilacerar sua carne. O caminho que ela seguia com passos apressados era cercado pela vegetação densa e deixavam cada vez mais para trás qualquer vestígio de civilização. O animal dentro dele crescia a medida em que as árvores se amontoavam mais e mais às margens do caminho.
Repentinamente a doce garota para. E num movimento inesperado olha fixamente para o lado esquerdo da estrada e como que hipnotizada seguiu em direção ao veio estreito de terra vermelha que brotava em meio a árvores seculares cobertas de musgos.
Ele sentiu o peito doer, o coração a bater retumbante parecendo querer delatá-lo. Onde vais minha menininha? Que importa. Lugares ermos podem oferecer os melhores banquetes. Continuou
a segui-la. Ela caminhava rapidamente, parecia estar feliz e entre um passo o outro saltitava como uma lebre as pedras e raízes que apareciam pelo caminho. Ele mantinha sua frieza e a espreita a acompanhava tomando o cuidado para que não fosse descoberto. Trazia em seu rosto um sorriso estampado, era maravilhosa a tela que se pintava em sua mente, a linda em suas mãos em breve, ele,
a linda e a mata que se escurecia a cada minuto. Felicidade plena. A lua no céu começa a surgir, grande e brilhante. Onde?... Sumiu... Como?
No pequeno segundo após olhar para o céu a visão da garota some. Não consegue mais vê-la. Ele, fera esfomeada, seguiu a trilha de terra úmida agora sem preocupar-se em camuflar-se, rangia os dentes de desespero e balbuciava palavras desconexas. Caminhava perdido na mata e cada vez mais deixava seu instinto de animal faminto tomar conta de todo seu corpo de homem. Onde? Onde?
Perdeu a noção do tempo. O céu estrelado girava em meio as sombras das árvores, num ímpeto louco, seus dedos fortes arranhavam seus próprios braços, suas unhas afundavam no rosto deixando linhas de sangue a escorrer na face. Perdera a menina, perdera a noção de tempo. Um grito inumano saiu de sua garganta ecoando na escuridão. Tombou ao chão e enlouquecido rolou na terra vermelha. Metamorfose. Era um monstro enfim. Onde...Onde...on...de. Tonto e agonizante de raiva desmaiou em sono profundo. Sono de decepção.
_ Olhe mãe, está acordando o pobrezinho!
A claridade machucava seus olhos, porém podia distinguir na sua frente a garota ruiva o mirando com um sorriso nos lábios acompanhada por outra mais velha de beleza semelhante, que o olhava da  mesma forma terna e feliz. Ao tentar mover seus braços e pernas, ele ouviu o tilintar de correntes. Abrindo mais seus olhos de espanto viu-se em uma grande gaiola.
_ Pobre bichinho!
Compadecia-se a moça ruiva.
Ao seu lado, o ser agora confuso, descobre acorrentado pelos membros, a presença de um homem imundo de cabelos brancos lambendo os dedos magros e feridos fitando-o com os olhos dóceis de um cão de estimação.
O predador feroz percebe-se na condição de cativo, olha para as duas e sorri aliviado com seu novo destino.

Jaqueline de Andrade Borges

O blog agradece a colaboração da escritora.

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/floresta-ponte-nevoeiro-manh%C3%A3-sun-54555/

sábado, 5 de setembro de 2015

O tempo e a arte

A arte em tempos de bit's se transformou?
Será que a profundidade que ela merece foi deixada de lado pela velocidade que o mundo carece?   Como fazer para que ela seja rápida e sublime ao mesmo tempo? Tenho feito quase que diariamente o exercício da composição pretensamente artística...  Quem sabe a telinha de meu computador tenha consumido um pouco de minha essência... realmente não sei... Mas confesso que sinto saudade das vezes em que na solidão de um cômodo qualquer tomava da folha branca e colocava nela minhas impressões sobre este mundo e sobre o que habita minha imaginação...
Viver é um aprendizado constante, somos seres a aprender... e sinto que não importa onde estejamos e no que estejamos pondo um pouco de nossos sentimentos...  na folha branca, nas cordas de um violão, na argila de uma escultura,  na memória de nosso computador ou nas areias de uma praia qualquer...  Sentimentos serão sempre sentimentos... Ficarão ali...  e será arte se tocar na essência de um transeunte qualquer...
Tudo passa, tudo passará... mas o que nos melhora, tenho dúvida... Pois uma belíssima  apresentação do coral de minha cidade passou... todavia, somente enquanto atividade temporal e espacial.  Quantas atividades artísticas já tocaram nossa alma? Um quadro, um romance, um conto, uma peça teatral, uma música e uma infinidade de manifestações artísticas...
Todavia,  com certeza muito delas  ainda ecoam em nossas vidas... e elas poderão  influenciar no que formos fazer até mesmo em nosso pensar.  Sobretudo tenho certeza. Meu ser tornou-se mais sensível por elas... sinto-me mais humano... e às vezes me ponho no lugar do outro para melhor entendê-lo. E essa finalidade a arte cumpre direitinho, se é que arte tem finalidade...
Márcio José de Lima.
Devaneios literários do Lima
Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/garoto-e-garota-estudo-estudando-1278115/

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Retrato de formatura

Corria... os raios se sucediam. Sempre tive medo de raios. A chuva começava fininha. No decorrer da rua havia algumas árvores... os raios não paravam e os trovões faziam-se assustadores. Na mão trazia algumas compras. O pensamento estava ali e em casa, nos filhos... não pensava em me abrigar, pensava somente em chegar em casa. Por isso corria mais e mais. Percebi um forte clarão, corri mais ainda... meu coração acelera, minha alma tranquiliza-se... Olhei ao lado e  através vidro da agência bancária vi uma criança de branco a me sorrir. Não retribui, pois não consegui... continuei correndo, parecia que agora mais que antes... cheguei em casa. As crianças aparentemente não estavam.  Minha esposa estava ao fogão. Aprontei um beijo no pescoço. Cheguei meus lábios devagar... beijei. Ela parou com que estava fazendo... olhou para os meus olhos e passou por mim sem nada dizer... olhei para cama havia um homem lá... senti o sangue ferver... minha esposa saiu tranquilamente da casa... adentrei ao quarto e quando pegaria pelo pescoço o safado, percebi lá um homem, muito parecido comigo, mas tinha quase certeza que era meu filho, mas com mais idade... e estranhamente me senti... sim era ele ali  deitado... meu filho só que mais velho...  nada entendi, pois ele tinha 12 anos... minha cabeça rodou,  olhei para parede da sala e estava lá algo inesperado, seu retrato de formatura na Universidade...
Márcio José de Lima - Do blog devaneios literários do Lima

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2015/09/retrato-de-formatura.html?m=1



segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Não pense que sou perfeito

Não pense que sou perfeito, porque mostro somente o que de bom possuo...
Não pense que sou perfeito, porque argumento bem, revertendo meus desconcertos...
Não pense que sou perfeito, por não mostrar minha real face...
Não pense que sou perfeito porque resisto um trago fácil...
Não pense que sou perfeito, pois vivo represando meus fantasmas..
Não pense que sou perfeito, por cobrar o correto, embora muito devendo...
Não pense que sou perfeito, pois choro, sofro e às vezes confundo as coisas, os mundos, os limites...
Não pense que sou perfeito... pois sou homem e de errar, esse mal,  sou sujeito...
Márcio José de Lima,  Do blog devaneios literários do Lima

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sonhos em caco (Broken dreams)

Ilustrações grátis de Resiliência 

Tenho uma porção de cacos de sonhos voando por aí... terei a missão de aspirá-los um a um...
eu os colarei à minha cara. Não deixarei que se espalhem a esmo novamente... tecerei na malha dos meus dias palavras que me alavanquem, que me empurrem, quando a mão da descrença tocar minhas costas... não ouvirei quando o sussurro do pessimismo, em sua forte torrente, procurar me fazer desanimar.
Olharei aos Céus,  buscarei nos grandes exemplos, respostas...  não me contentarei com a derrota... mirarei ao longe procurando expandir minha alma...
Tomarei de imensa gratidão aos anjos enviados como setas ao correto caminho
... espalharei sorrisos... rirei enquanto puder... como certo,  não semearei a descrença... pois crer é remédio... até para o mais profundo tédio...


Marcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

 

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/resili%c3%aancia-guarda-chuva-prote%c3%a7%c3%a3o-7322326/ 

Corpo vivo de mar


Escrevi numa Folha qualquer
Que com o tempo iria te encontrar
Vi de longe seus olhos de mulher
E seu corpo vivo de mar...

Saboreei as manhãs de sol
Embalado por seus versos de amor.
Senti-me como peixe no anzol,
Peixe-pescador,  sem nexo,  a dor...

Ó Folha Branca sobre a mesa
embebedada por meus versos
Leve embora essa tristeza

De meus olhos que se fazem dispersos.
E tire de meu peito essa aspereza
Ess'orgulho em meu'spírito, um deserto.

Marcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

Imagem obtida em:https://pixabay.com/pt/marinhas-movimento-oceano-onda-1641978/

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Andanças...


Quando a pressa se fizer,
De meus dias, parceira...
E a mesma for receita de meus caminhos...
Buscarei outras rotas...
Buscarei outros sonhos...
Nem que tenha que fazer
Releitura de cada
Memória de minhas andanças...

Marcio J. de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

domingo, 23 de agosto de 2015

Desse tipo de pessoa...

Desse tipo de pessoa que eu gosto, chega como não quer nada, arruma um cantinho dentro da gente... e fica. Mas fica mesmo. Trás até a bagagem. Uma bagagem tão grande que é difícil não notar. E como faz pra não mergulhar, nadar submergir nessa bagagem? Tanta coisa amontoada, socada, escondida. Coisa que só eu achava que sentia. Mas não. A pessoa chega e se aconchega e eu deixo. Deixo mesmo, porque não? A pessoa até parece eu. Com uma diferença: A cabeça é tão viva que pega fogo. As paixões, medos e tristezas escorrem pelos ombros e descem pelo corpo. Lindas ondas de chamas, que chamam atenção, tanto quanto um incêndio, ô se chamam! Mas a tristeza... Ela é o tipo de coisa que faz a gente querer se isolar do mundo, chorar num cantinho e ficar preso numa grande bola de nuvens negras. Mas sabe a pessoa que entra e se acomoda? Ela, com seu fogo que sai da cabeça, esquenta, sofre e ri... Quem disse que eu não posso rir quando tô triste? Poxa, rir das desgraças, uma coisa que tenho que fazer mais. E eu só faço isso com ela. Ela me faz rir, sorrir e... Opa, olha aquele gato.
Lucas Bail

O blog agradece a colaboração... continue conosco.

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...