terça-feira, 26 de julho de 2011

EQUILÍBRIO (SONETO) (SONET: EQUILIBRIUM)

Por que às vezes, breve faz-se a vida?
Cedo esgota-se ao afortunado?
Que se esquece dádiva prometida
Que pelos excessos, dom desperdiçado.

Dura lide, se sóbria, contida,
No fim da jornada o eterno esperado.
Farei do equilíbrio minha lida?
Se o fim é certo por que ser equilibrado?

Me abraço ao real, busco dignidade.
A velocidade me conduz
Ao meu destino em obscuridade,

Mas sem equilíbrio uso um capuz,
Que impede de ver felicidade.
Então em equilíbrio a vida se traduz.

(Marcio J. de Lima 24/07/2011)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

PIPOCA (POP CORN)



O que aconteceu com o povo?
Que à praça a esmo assistia ao palhaço que se apresentava?
Ele, agora, a chorar conta os pombos.
Sua arte aos poucos perdeu a graça.
Aos porcos, sem querer, ofereceu seu tino.
A poesia, que outrora cantou, perdeu a rima.
Hoje, seu hino, sua máscara e pintura, sem graça,
deixam sua cara triste, marcada pelo córrego de lágrimas,
transparecer em sua translúcida face.
A derreter está...
Cabelos vermelhos; não mais, hoje secam, caem.
A ruminar, a olhar os pombos, a admirar os porcos...
Bate o desespero, que revela sua carranca, nunca jamais vista... Que entristecida está...
Os pombos o cercaram...
Apreciavam tão espetaculoso soluçar.
Admirados, os pombos, como que sorriam, festejavam.
As pipocas, deixadas em paz, escureceram pela solidão.
O povo parou a admirar tão absurda visão.
Como que em frenesi, espalham-se gargalhadas.
O povo volta a rir. O palhaço chora, os pombos enlouquecem e os porcos pensam na nostalgia das pipocas.
18/05/2008.
Marcio J. de Lima
(Exposta Fala Poeta Unicentro-PR)
 
 
Para citação:
LIMA, M. de. Pipoca. Blog devaneios literários do lima. Guarapuava, 21 jul. 2021. Disponível em: https://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/2011/07/pipoca.html 

Imagem:
Imagem disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/pipoca-clube-de-jovens-festa-milho-4872748/ Acesso em: 12 out. 2021.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Romântica Indagação


Tanto tempo a indagá-la,
Nem mesmo um sorriso tosco...
Tanto a venerá-la,
E só a me fitar com aqueles olhos brancos...
* * *
Do meu mar,
As rotundas águas a controlar...
* * *
____Queria
________Que de meus versos fizeste
Obra perfeita...
Das querelas, da magnitude,
Que em seus lábios rochosos encontrei
____Foste
A bandeira
Que tremulava...
Almejando ocluir
A melancolia
Eclíptica
Em noites de
Lua Cheia.

Marcio J. de Lima.

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...