domingo, 27 de julho de 2014

Astronauta


Quero de novo à praça sair. Mas agora sem algemas, sem amarras. Quero meus versos livres. Quero meus sonhos livres. Quero a luz que a todos brilha, como menina alegre desperta em sonhos matutinos, tão faceira, tão sorrateira, incandescendo desencantos; pautando, rimando, enfeitando meus cantos. Quero turvos meus desalentos. Quero claro meus felizes momentos. Ocorreram vitórias, ocorreram derrotas... E eu calado à complexa fragilidade do ser nestes momentos... Por que ao menos não fugi? Por que não chorei? Por que não ri? Só escrevi, pintei a folha com as dores que desconhecia. Ouvi falar que foram felizes as observações sobre isso. Meu ouvido colado à folha branca não captou nenhum eco ou discurso inteligível que fosse... Não ouvi nada. Nem a perturbada ânsia da autocompreensão. Onde eu estava quando meus versos jogados voaram ao vento? Com que eu estava quando eclodiu a revolução? Não lembro! Com quem estava quando a ciência despertou? quando o homem pisou a lua? Aliás... estava sim ao lado do astronauta... somente não recordo bem. Todavia, vi a terra do mesmo ângulo que ele? Como era linda, moça de olhos azuis, tão enigmática, tão serena... No entanto, ninguém a viu mimetizada em meus versos, pelo menos com a mesma maestria que deveria ser revelada. Fingi muito bem que não a vi - até agora. Ela escorregou de meus dedos... Por que não a apreendi? Temia por não saber reproduzi-la simbologicamente? Temia revelá-la mimetizada aos amantes, não com todo seu brilho e efeito afrodisíaco? Por que fui covarde e fiquei somente com a abstração torpe de algo tão celestial? Por isso devo sair às ruas. Ter-me-ei como satisfeito. Terei a lua como companheira, o sol matutino como combustível, a impulsionar meus versos. Terei a dor alheia como lua tão serena... Em versos indeléveis pintados em nuvens de algodão, numa manhã pacífica de sábado, ao lado de meu amor.

Marcio Lima, Guarapuava 09 de dezembro de 2010.

Imagem obtida em:http://francielicremon.zip.net/arch2010-07-18_2010-07-24.html      

sábado, 26 de julho de 2014

Feliz dia das Vovós!


_________Um meigo sorriso
Às vezes traduz uma história
__________Contando muitas
Só com o reluzir de seus olhinhos!



Feliz dia das Vovós!

(Marcio Lima)











Imagem obtida em:http://cleidespedagoga.blogspot.com.br/2011/07/desenhos-para-colorir-dia-da-vovo.html

quarta-feira, 23 de julho de 2014

LIVRO RABISCOS FINGIDOS... (E-livro para baixar Grátis)



Olá Amigos do Blog!
Tenho o prazer de disponibilizar aos Senhores e Senhoras o Livro Rabiscos Fingidos... 
Trata-se de um Livro de Crônicas publicadas em jornais locais e aqui no blog Devaneios Literários do Lima.
Ele ainda não foi publicado por uma Editora, todavia, já pode ser acessado pelo link abaixo no Recanto das Letras. 
Tenham uma boa leitura!

 

Click Aqui para ter acesso =>  LIVRO RABISCOS FINGIDOS...

Desenho da Capa by Angelo Gabriel

sábado, 19 de julho de 2014

Quisera


Quisera ser fogo a incendiar os instantes ardentes de duas almas a se somar... Quisera ser o suspirar do último vivente a padecer de amor... Quisera ser a ígnea flor vulcânica que alimentou a Fênix. Sendo nada disso... Quisera ser seu desejo mais oculto, não a chama que passou de um vulto... Quisera ser o primo raio de sol a roçar sua pele. Quisera ser o suor que rola a eriçar seus cabelos, a correr sobre seus pelos... Quisera ser um simples poeta a eternizar seu desajeitado jeito de ser sublime. Quisera ser o verso que traduz seu viver. Quisera ser o humilde sorriso que estremece seus sentimentos. Quisera desarrumar seus cabelos, te inspirar, como faz o vento. Quisera ser-te forte, arrebatador, tão marcante, como uma brisa na manhã. Quisera fazer-te meu eflúvio na longa jornada... Quisera ser uma flor na mais longínqua nuvem a te presentear... Quisera ser-te maresia. Quisera ser-te rio, riacho, ser-te mar. Quisera somente ser-te uma humilde companhia, ser-te felicidade ao alvorecer de cada dia. (marcio lima)


Imagem obtida em: http://phoenixpedra.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html

segunda-feira, 7 de julho de 2014

LIVRO


Jaz minha ignorância, tombada em um nobre combate.Descanse em paz, num local aprazível, nas páginas de um LIVRO.

Marcio Lima

O ofício do Poeta... (Poet's craft...)


Vou iniciar esse escrito pelo pedido de desculpas... Sim, pois falarei de algo que julgo não tão sabedor, somente admirador. É o ofício de Poeta.
Creio que este ofício é ingrato. Pois, o Poeta, na minha opinião, é aquele que faz poesias e tem isso como produto. Mas, vamos convir, não produz absolutamente nada. Ele fica em seu ócio, ou no meio da correria da vida moderna, esperando uma palavrinha, ou um conjunto delas que escorregue(m) para seu mundinho para catá-la(s) acomodando-a(s) no papel. Ela(s) traduzirão uma dor tão pessoal (mas no fundo tão universal)... Alguns afirmam que ela(s) criará(ão) vida só a partir de que algum desavisado a avista(m) numa folha qualquer, ou a(s) ouve(m) em alguma música, ou até mesmo de repente pichada(s) em um muro, quem sabe até mesmo em uma porta de uma banheiro qualquer como mote de reflexão, ou escárnio de nossa condição, em um momento tão íntimo...
Existem outros que afirmam que Poeta bom é aquele que diz muito com tão pouca(s) palavra(s)... Mas existem obras poéticas tão extensas que resumem história milenares...
Li certo dia que a característica que as palavras possuem de ter muitas significações é chamado de polissemia... No entanto, o Poeta consegue, pelo jeito, aumentar muito mais este universo significativo... Nele, busco tantas coisas, afirmo que talvez minha maior busca seja a felicidade, através do autoconhecimento, da atitude da mudança do eterno renovar-se... Também confesso, que já encontrei tantas coisas na poesia, que me pego a indagar se o que encontrei, era o que realmente o poeta queria dizer... Com certeza, quase sempre "não". Contudo, em certos momentos, chego a crer que era para mim. Quiçá?
Fico aqui com meus botões matutando, o que se passa pela cabeça de alguém escrever algo que outro vai completar, mirando acertar, não um, mas em vários corações, não só no presente, mas - talvez sem pensar nisso - daqui a muito tempo? Realmente, se não havia tal intenção, o cara consegue, e de forma fantástica - afirmo isso, pois acabei de ler um poema de Shakespeare...
O Poeta tira de coisas tão banais motivos para escrita. Um dia li um poema que falava de formiguinhas. Fiquei um mês na tentativa do entendimento do porquê escrever sobre tão minúsculo ser que vive sua vida toda, ou quase toda ela tão organizada a trabalhar, agindo de forma tão particular por um todo... Cheguei até a pesquisar sobre a vida delas, e aprendi muito... É, valeu a provocação, Poeta, você consegue, às vezes fazer um ignorante em formigas sair de sua zona de conforto... Hoje, olho com mais respeito essas nossas amiguinhas, tão organizadas, tão trabalhadoras...

Sei que a maioria dos Poetas não irão ler este texto. Pois o Poeta não tem tempo a perder, ele gasta com coisas mais úteis à vida, como por exemplo: viver. Nem que seja em seus ideais, e depois ele escreve e, escreve muito, embora às vezes com tão pouca(s) palavra(s). Pena que seu produto não tenha preço - da ótica capitalista - pois poderia até chegar a ser rico. Todavia, tenho quase a certeza que a riqueza iria consumi-lo no excesso do viver. Daí sim, não seria Poeta... Seria qualquer coisa, menos Poeta.  
Eu avisei... Afirmei que não era tão sabedor sobre o ofício. Mas confesso, sou tão amador de seu resultado... Quem sabe um dia o entenda melhor, para ter propriedade para melhor comentar sobre tão Belo e complexo fazer.
Marcio Lima
(Imagem obtida em: http://agazetadigital.blogspot.com.br/2013/07/o-oficio-de-escrever-breve-ensaio.html)

Veja mais em: http://www.jornalfolhadoiguacu.com.br/?cat=23 Jornal Folha do Iguaçu (colunistas)


terça-feira, 1 de julho de 2014

meia-dúzia de versos

Não carrego, mais que meia-dúzia de

versos, nos bolsos

.
Que eu os ouso dizê-los, quase

 
que diariamente

...
Mas que, às vezes, soam tão diferentes.


(Marcio Lima)

Por que temos olhos às vezes somente ao que é trágico?

Por que temos olhos às vezes somente ao que é trágico, e, 

fechamos aos olhos para as muitas coisas boas que 

acontecem na vida?... 

Sei que a pergunta é obvia.. resolvi ser tautológico...

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...