Orvalho nos pés... (Dew on feet...)

 

 Gosto de manhã suave

Orvalho nos pés

Da fruta colhida no pé

Saudade do virado no fogão de barro

De leite fresco, quentinho, no jarro

Do gosto amargo do café

Do seu cheiro delicioso de mulher...

 

As noites, à lua, admirar

E escutarmos ao longe

A estrondosa força do mar...

 

Gostosos são seus beijos

Neste paraíso...

Também o são

Os artesanais bolos, doces,

Queijos...

Tudo tem mais sabor,

O carinho,

A dedicação,

O ouvir,

O amor...

 

As crianças brincando no quintal

Até em alguns pesares,

Alto astral...

Superação, o aprender...

 

Ah, quando de uma estrela escorre um verso

Celebrado com taças de longo prazer...

 

O viver neste paraíso

Sem pecado, sem juízo...

 

Que delícia é o celebrar da vida

Poder de novo sonhar

Ver, em pequenos milagres, tesouros

Imensos tesouros...

A luz do sol a lavra dourar...

 

Na sala, no sofá,

O cheiro de incenso

Bálsamo a purificar...

 

Nossos pesadelos

Nossos desalentos

Os tropeços santos de cada dia...

 

Ah, que gostoso

Poder transformar o universo em poesia

Cada queda

Cada doce obstáculo

Em alegria...

 

Marcio Lima

 

Imagem disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/casal-romance-amor-beijo-amantes-3064048/ Acesso em 30 out. 2020

carente de cliques e curtidas...

hoje acordou carente de cliques e curtidas... a poesia acordou vaidosa... pensou em se esvair de soberba... 

mas como necessária às boas coisas da vida, como saúde, alimentos, segurança, um abraço sincero, um passear no museu, um beijo roubado na praça... despretensiosa fora até ali... haveria de ser equilíbrio, humildade, como o viver do sábio ermitão, como o vagar solitário da lua, como o brilhar majestoso do maestro sol, sem recompensa, sem salário, sem folha ponto a controlar sua rota - tempo-espaço, sem espera de contrapartida...
Mas como ser pura, se podia se contaminar à sorte de quem a lhe dá o sopro de vida?

não ficou à mercê de qualquer voo, que não fosse à liberdade, haveria de ficar nos galhos da veneração do céu e horizonte... 

naquele dia abriu suas asas e voou... retomou àquele livro e lembrou... olhai os lírios do campo...
marcio lima
11 out. 2020

Linda imagem gentilmente cedida pela fotógrafa Elizabete Lustoza, a qual o Blog agradece de coração. O local retratado é a Lagoa das Lágrimas em Guarapuva, região centro-oeste do Paraná.

Feliz dia do poeta!

 

20 de outubro, dia do poeta! 

Midas...

 

 

O pão era ouro
Sua fome era fogo...
Sua água era ouro
Sua morte era logo...

Haveria perdão?
Era ouro, sua filha
Ao abraço de coração...

Ganância-armadilha...

Vinha-lhe arrependimento
Ajoelhado sobre o chão
Baco lhe vem como o vento
E logo ele pede perdão

Sua lágrima toca o solo
Com toda riqueza à mão
Há de ir ao Pactolo
À riqueza dizer não!

Lavaria no rio doce
A riqueza transformada
Haveria tudo de volta
Até a sua filha amada...

E assim se fez antes da inanição
Tudo se fez como outrora
O trigo, o vinho, a água e o pão...
A vida se bastou com a beleza do agora...

Marcio Lima
(Adaptação do mito de Midas)

 

Imagem Disponível em:  https://pixabay.com/pt/photos/apple-ouro-para%C3%ADso-id%C3%A9ia-mulher-2605472/ Acesso em 17 set. 2020

 

Ao seu lado tudo tem valor

 

 

 

 

 

 

 

Me diz o que é que eu faço por você

Se dou amor, ou faço muito mais

Me diz o que é que eu faço

Eu faço por você

Se eu me esqueço na próxima esquina

 

Seu sorriso vale mais do que um milhão

Com afeto, ganhou meu coração

E tudo mais ao seu lado tem valor

Com certeza você

É o meu amor....

 

Me diz o que é que eu faço por você

Se dou amor, ou faço muito mais

Me diz o que é que eu faço

Eu faço por você

Se eu me esqueço na próxima esquina

 

Suas confidências eu sempre vou ouvir

Quero você bem juntinho a mim

E tudo mais ao lado tem valor

Com certeza você

É o meu amor....

 

Marcio Lima

 

 

Feliz...

 

Hoje não inventei nada... Não pensei em quase nada. Resolvi esvaziar a minha mente olhando ao longe. Sentei-me em frente àquele vale. Aquele verde se estendeu até onde meus olhos alcançaram. Não gostaria de brigar por nada. Só apreciar o momento, respirar o ar puro. Joguei, cada pensamento que não me gerava felicidade, fora. Esqueci meu curriculum, o que possuía de bem material, cada momento de êxtase, cada derrota em busca da vitória a qualquer preço... Estava ali: só eu e Deus. Cheguei a sentir o anjo que me acompanha. Senti a mão de Deus acariciando meus cabelos. Senti todo Seu amor. Senti-me como a criança no colo de seu pai, ou recebendo as carícias de sua mãe. Senti proteção. Era um mergulho tão profundo, daqueles que a gente esquece, em algum momento da vida, de ter dado... O momento pedia veneração. Uma oração. Mas achei que o silêncio cumpria bem esses propósitos. O que pensar em momento assim, tão reflexivo. O bom era que eu quase não pensava, sentia sim tudo que me envolvia. Era uma saudade de algo tão belo e intenso de um tempo que em toda minha existência parecia não ter existido... Talvez realmente nunca existiu. Ali, vendo a simplicidade do momento, esquecia das marcas de minhas roupas, dos títulos conquistados, das vitórias sociais, do que representava meu nome, o que representava o que dizia, o que escrevia... Esse momento quem sabe um poema poderia representá-lo, pois nada representaria melhor a pureza dele... Olhei novamente o céu, baixei os olhos.. Tentei pescar palavras, sentidos, emoção em forma de signos... Mas nada me vinha à cabeça. Aquele quadro que se estendia resumia toda minha poesia. Sentei na verde grama, respirei o doce ar, vi-me frágil e protegido por uma força infinita... Não haveria nada mais poético que o silêncio... E assim declamei por mais alguns minutos aquele poema, repousando e adormecendo sobre a proteção desse incrível momento...

Marcio Lima (Zé Marciólli)

 

Imagem disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/natureza-paisagem-ka%C3%A7kars-montanhas-3048299/ Acesso em 01 set. 2020

Outubro Rosa

 

O Blog Devaneios Literário do Lima 

apoia a campanha Outubro Rosa.

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Imagem Disponível em: https://www.inca.gov.br/assuntos/outubro-rosa Acesso em: 01 out. 2020