quinta-feira, 7 de março de 2019

Visgo rubro e ferruginoso...

Rola visgo rubro e ferruginoso do peito deste vil sofredor...
Rola tantos amargos, tantos líquidos em cascata,
Rola a moça que se esquiva
Dos olhares penetrantes que lhes trazem dor,
Dos rios que escorrem cobre, oiro, chumbo, que arrasam a mata...

Rola visgo rubro e ferruginoso do peito deste vil sofredor...
Rolam as imagens de outrora dos pés descalços e felizes,
Rolam os sorrisos verdadeiros, as músicas doces de amor,
Rolam dos pratos fartos, arroz, feijão, verduras, perdizes...

Rola visgo rubro e ferruginoso do peito deste vil sofredor...
Rolam dos versos concretos, declamados, discretos,
Rolam uma rima pobre de tudo, de um peito vazio de amor,
Rolam como de palácios, fantásticos, de jardins secretos...

Rola visgo rubro e ferruginoso do peito deste vil sofredor...
Rolam de versos forçados, em que a rima suga a alma,
Rolam dos jardins de Salomão, da beleza pura da flor,
Rolam de palavras multicores, a dar-nos um pouco de calma...

Rola visgo rubro e ferruginoso do peito deste vil sofredor...
Rola visgo rubro e ferruginoso do peito deste vil sofredor...

Guarapuava, 07/02/2019
Marcio Lima

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com/?m=1

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