quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sentado à porta do universo


Desta vida de encantos, desencantos
Havia o desejo discreto:
Rimar.

Aventurei-me na busca insana de versejar
Inspirado pelas águas, areias e infinito...
Todavia, meditava à sua frente
Na espera de uma pose perfeita:
- Ri, mar!

Sem rumo... pego de minha prancha
E com  ele somos um...
Eu, mar...

Meus versos, afino
Diante de tantos por quês
Sentado à porta do universo
Como serralheiro de palavras
Vejo-me, 
Limar.

Marcio José (Méndez) de Lima


Imagem, créditos para Marcio José de Lima


domingo, 23 de novembro de 2014

Cantar cambaleante


Ah alma ligeira
De caminhos tantos
Vai seguindo a vida
Com versos e cantos.

Ah corpo proibido
De tez morena
A inspirar o poeta
Doce flor pequena.

Sua suprema Poesia
Repousa em labirintos
Traduz-se em alegria
A apascentar meus instintos.

Ah face cantante!
Resplandece inteira
Num cantar cambaleante
De minh'alma seresteira.

Sou fogo, sou verso
Sou jogo, inverso
Seu fogo incandesce
E logo me aquece.

Não esqueço de ti
E do seu calor
Aventuras vivi
Aventuras de amor.

Marcio José (Méndez) de Lima

Imagem créditos para o Blog Devaneios literários do Lima


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

SEMPRE QUE DESPREVENIDO


Sempre que desprevenido
A vida me põe a correr
Não me tenho como vencido
E me ponho a aquecer

Sofro, cresço e resmungo
Ao início da longa carreira
Porque sei que tenho o mundo
A percorrer com nada na algibeira

Digo que a vida só ensina
A quem tem olhos bem abertos
Um atento ouvido que se atina
A manter o coração bem desperto

A vida este rico presente
Que sem preço nos foi dado
Ensina-me a ser diferente
E pelo amor ser inspirado

Aposto, e sei que hei de ganhar
Que o que é feito com amor
Tem a graça de embelezar
Como a sutileza da vida e a harmonia da flor.
Marcio José (Méndez) de Lima
(01/08/2009).

Imagem obtida em:http://pixabay.com/pt/branco-flor-planta-flores-natureza-167895/ às 21;50

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Um pratinho de novidades...


Chegou com um pratinho de novidades... Trazias consigo muitas encantadoras palavras cravadas no peito... Cegaste docemente cada instinto perverso que teimava habitar em meu peito. Viraste ao avesso meus preceitos, conceitos e preconceitos. Eu odiava os dias mal iluminados, os sonhos e palavras alheias. Também não tinha muita adoração pela reflexão um pouco mais recôndita, nem pelo silêncio restaurador. Tinha abominação pelo que se parecia com flor, pelo piar dos pássaros. O ódio me cegava...
Ah, tuas palavras! Tuas doces palavras! Chegaram contigo do mar. Carregavas uma rede em uma das mãos, um martelo na outra e o coração no olhar. Inverteste o rumo do rio, o cume dos montes, os verbos nas frases... E, nesta aparente desordem, acalmavas os desalentos, os ventos. Vertias o doce das rochas, abrandavas os espinhos das rosas. E, antes que o desespero afundasse meu barco, pegava-me pela mão e dizias: "Segue-me, meu rumo não será tenro, mas será ao fim, se houver, uma deliciosa experiência no paraíso." Assim me alertavas com um singelo olhar para o infinito... O que era horrível, doravante, tornou-se estranhamente tão belo. 

Marcio José (Méndez) de Lima

Imagem obtida em: http://pixabay.com/pt/photos/?q=para%C3%ADso&image_type=&cat=&order=best

Novembro Azul

No mês de novembro realiza-se a  campanha Mundial de combate ao câncer de próstata.
Homem, fique ligado!
Quer saber mais. Clique aqui embaixo!

NOVEMBRO AZUL

sábado, 1 de novembro de 2014

Sobre muitas, e quase nada, coisas...

Quando? Talvez... O solo beijará o céu. E a noiva em seu véu dirá um não! Será certo ou somente um deslize de um reticente coração? O pássaro no último dos acentos chorará. O noivo enterrado em seus elegantes trajes não entenderá, mas sairá feliz, aliviado. Subirá no mais alto cume e de lá se atirará à liberdade. Até quando? Nos perderemos em talvezes... Seremos o substrato de uma estrela a chorar? Resultado de indagações, ou um elo enterrado num minúsculo planetinha... Saberá a lua menina de olhos bem abertos, alerta como guardiã a esperar o ladrão? Quem saberá? Quem sabe a cartomante que não cobra por seus acertos, por suas poções e vive somente de doações em sua rica miserável mansão... O fusca que passa na rua escuta a última notícia sóbria... O homem pode ser feliz... Quiçá o problema esteja no verbo, pois opção demanda ação... E quem pode ser, se antes não agir?


Marcio José de Lima

Imagem obtida em:http://pixabay.com/pt/flores-bouquet-de-noiva-casamento-260897/

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...