domingo, 30 de outubro de 2011

EM LEVES ASAS






(Releitura da Obra LIBERDADE por Ângelo Gabriel em Aula de Pintura, Outubro/2011.)




Minhas leves asas
Tocam o céu
Em instantes se desenha
Um lindo e imenso globo azul...
Na liberdade vejo linda criação
Matas, rios, terras, mares
O infinito se desenha
Miro as paisagens de outrora
Desvendo segredos
E como uma luz que me conduz
Sigo meu caminho de vida.
Ah se todos pudessem
Vê-lo pelos meus olhos...
Entenderiam um pouco mais
Seus iguais,
Caminhariam um pouco mais devagar
Sem a cegueira do cansaço
Viveriam como aves a viajar



(Marcio J. de Lima - 30 de outubro de 2011)

PASSIONAL (Passionate)



Ele a olhava. Admirava sua dureza, frieza, parcialidade, seus programas e missões religiosamente executados. Ela não reclamava, não falava mal de seus amigos, tudo resolvido, tudo produzido, não possuía problemas existenciais. Havia talvez algo de passional em sua admiração. Desejou-a. Sentou ao seu lado, a escutá-la. Doze horas se passaram e ela com o mesmo fôlego. Vivia, pensou. Talvez, sorriria? Quando pararia? Ela a escutá-lo. Reclamou-se por 10 horas – ela trabalhava. Sentiu-se pobre. Sentiu-se fraco. Chorou, dormiu. E, por ser considerado um viciado em trabalho, foi dispensando para o tratamento. Ela... semana que vem, logo após um minucioso estudo de viabilidade, será substituída por uma de última geração. Afinal, até os amores velhos um dia precisam ser renovados.

(Marcio J. de Lima)

Imagem obtida em: http://imediata.org/?p=2360

Texto publicado no jornal Correio do Cidadão. Confira!
https://www.correiodocidadao.com.br/noticia/passional

domingo, 23 de outubro de 2011

"OUTUBRO ROSA"



Mulher,
informe-se,
cuide-se!
Neste caso, informação é vida.
(Conscientizar, um ato de amor).

Quer saber mais? Click no link abaixo:

Outubro Rosa - Saiba Mais!


(Do Blog)

O ATO DE ESCREVER

Eu por muito tempo fui ligado mais na leitura de mundo do que na leitura  de livros, revistas, 
jornais, achava que para mim  era um exercício  muito desgastante. Na verdade, penso que era
preguiça mesmo. Um dia  comecei a escrever. Era um ato egoísta. Gostava de escrever, todavia, não
tinha paciência de ouvir/ler outros. Veja só. A prática da escrita faz nascer no indivíduo o hábito da
leitura (pelo menos foi assim para mim), assim como para muitos o hábito da leitura faz nascer o
hábito da escrita. Aprendi isso, meio que à força. Você começa a escrever, faltam palavras, faltam
argumentos, falta conhecimento de causa etc. Daí vêm o dicionário e a gramática, que ajuda a
conhecer novas palavras, grafias, faz-se a adequação das palavras ouvidas no dia a dia etc. Vem o
ouvido atento, que teima em tentar ouvir as conversas alheias buscando um mote para escrita. Vem
a leitura do jornal. E dá-lhe busca na vida alheia, nos pensamentos alheios para o
autoconhecimento,  autoafirmação, criação de estilo próprio (conheço o outro e vejo-o como o
outro, esse não sou eu, então quem sou?).
Parece um ato insano. Foi assim que me senti quando comecei a perceber que escrever é um ato
muito desgastante, faz você se sentir como se fosse um ser perdido. Pois o indivíduo pega-se
falando pelos cantos, observando a vida de outrem para atear fogo à imaginação. Abaixa-se para ver
um pouco melhor a flor encoberta de pó que teima em habitar a beira da estrada (sua beleza está lá, 
escondida, mas está). Tenta sentir a tristeza de alguém, mesmo que não o interrogue, sabe-a,
imagina-a, sente-a como se pudesse fazer compreender o imenso vazio que habita o seu ser. As
letras, as palavras, as sentenças, os parágrafos, enfim os textos começam a incomodar. Então, o
papel pede para ser refúgio teimando em ser abrigo de um desabafo qualquer - quanta felicidade
estou livre – e a obra toma corpo, encarnece-se, faz-se coerente (pelo menos pretende-se assim)
busca ser bela, despertar a beleza, encantar (às vezes quem escreve se encanta mais com a obra do
que realmente ela poderia encantar) – mas é sua menina querida – cuida-a, venera-a, até sente
saudade dela quando fisicamente se distancia.
Enfim, para mim escrever se tornou um exercício necessário – ajudou a me entender (mesmo sendo
isso deverasmente difícil) mas acho que eu me entendo um pouco mais – gosto de escrever, e, já
não sou tão egoísta (leio outros escritores, escuto outros escritores e reparto um pouco do que
escrevo) e acho que isso está me fazendo bem, pois tenho encontrado o prazer em viagens que antes
eu não imaginava e às vezes trago comigo amigos que antes eu os tinha tão distantes e o exercício
que era solitário às vezes é feito à companhia de muitos – e isso me faz feliz porque o homem
nasceu para ser feliz – e é quase impossível sê-lo sozinho – e as novas leituras de mundo ficam mais
inteligíveis porque as pessoas me ajudam a desofuscar aquilo que antes me parecia tão obscuro.

(Marcio J. de Lima)

sábado, 8 de outubro de 2011

UM ATO DE GRATIDÃO


Celebrar os acessos a um Blog é uma vitória. Principalmente pelo fato de ter pessoas interessadas em cultura (pelo menos, não por vaidade, mas por intencionalidade, pretendo-o assim cultural) e pela consideração de amigos que despendem alguns minutos de sua vida para navegar em um mundo ficcional, seja ele da poesia, da crônica ou do conto. Chamei-o Devaneios literários. O dicionário on line de português define Devaneio como sendo “Estado de espírito de quem se deixa levar por lembranças, sonhos e imagens (…)”,  “Sonhos, quimeras, fantasias, ficções”. Essas definições se coadunam com a essência de minhas criações e de minhas escolhas de publicações, muitas, fruto, em sua maioria, da imaginação: verdades fingidas. Não sei se essas “verdades” agradam. Elas se pretendem artísticas, então despertar o “Belo” - não em sentido restrito de beleza estética: bonito, lindo, perfeito etc - seria sua simples função – enfatizo despertar, não importa “o quê” se paz, incômodo, reflexão, o preenchimento do ócio, e por que não? raiva, ódio, desprezo etc, por essa contradição não tenho certeza se agrada, mas... nem sempre agradamos, todavia me agrada quando você leitor se manifesta fazendo comentários, ou reproduzindo fragmentos de pensamentos em suas anotações, seja nas rede sociais e outras formas de citações. A Arte, doce e útil como definiria o poeta Romano Horácio, ainda não sabendo se posso dizer assim de meu trabalho, talvez você possa me ajudar, se alguma vez te agradou ou te serviu para algo em sua vida – então começa a ter cara de obra Artística, mas só o tempo poderá dizer isso, lógico inclusive com sua sábia contribuição. Sendo assim, espero ter sido nesses poucos meses de criação do Blog um bom  companheiro. Agradeço pela companhia que me destes, caro leitor, nesta viagem obstinada em entender um pouco mais esta vida – que às vezes demonstra-se dura – mas mesmo em sua dureza carrega a sutileza do ensinamento e da busca incessante em nosso aperfeiçoamento enquanto ser vivente, agente e reagente. Agradeço de verdade!

Marcio J. de Lima

domingo, 2 de outubro de 2011

AMIZADE DE CÃO

 


(ouço preocupado latido)

Meu cão
Insiste
Não desiste
D’este cuidar.

Meu cão amigo
Mesmo ignorado
Nos dias de labuta
Em que a hora teima não passar
Com o abanar de sua cauda
Dedica sua fidelidade para não desagradar.
Sua tristeza
Talvez maquiada
Talvez ofuscada
Pelo meu egoísmo que se aflora
Que me diz que o agora
Tornou-me uma fria placa
De outrora moldada na prata.
Meu cão
Nem que lata
Nem que vire a lata
Recebe atenção...
Não a que merece
Pelas vezes que padece
Pelo vão esforço
Que lhe salta aos olhos
Em querer fazer-me sereno
Em querer fazer-me feliz.
Sei que seu ato me diz
Que o amigo
Que vive comigo
Embora cão
Bate-lhe no peito coração
E com ele, uma milenar lição.
Ele, às vezes sabe mais...
Penso saber, que às vezes falta-me paz...
Homem e cão
Juntos
Repetem um cosmos
Harmonia Alegria amizade...
Cão e homem se humanizam...
Homem e cão na diversidade
Ensinam que o que importa
É a aceitação
Que pode começar assim:
Homem e cão.

Marcio J. de Lima
(13/08/2009).

SOLIDÃO

 


                                Releitura da Obra "Paisagens de Outono"
                               Autor da Releitura: Ângelo Gabriel, em uma de suas aula de Pintura.


Nesta imensa sala em que me encontro...
De dimensões dois por dois.
O eco parece latente
Amplifica mais ainda
O que o peito em esquecer insiste ... 
E as gotas da sólida chuva
Enganam a contagem da minha pulsação,
Que me sufocam
Embaçando a teimosa visão...

Ah, quanto do corpo é sentimento?
Quanto do tempo se esvai ao vento...
Sofro por nada...
Sofro por tudo...
Que nem mesmo o certo
Preenche este imenso vazio
Em que virou este meu peito aberto.

Autor do Poema: Marcio J. de Lima

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...