segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Não pense que sou perfeito

Não pense que sou perfeito, porque mostro somente o que de bom possuo...
Não pense que sou perfeito, porque argumento bem, revertendo meus desconcertos...
Não pense que sou perfeito, por não mostrar minha real face...
Não pense que sou perfeito porque resisto um trago fácil...
Não pense que sou perfeito, pois vivo represando meus fantasmas..
Não pense que sou perfeito, por cobrar o correto, embora muito devendo...
Não pense que sou perfeito, pois choro, sofro e às vezes confundo as coisas, os mundos, os limites...
Não pense que sou perfeito... pois sou homem e de errar, esse mal,  sou sujeito...
Márcio José de Lima,  Do blog devaneios literários do Lima

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sonhos em caco (Broken dreams)

Ilustrações grátis de Resiliência 

Tenho uma porção de cacos de sonhos voando por aí... terei a missão de aspirá-los um a um...
eu os colarei à minha cara. Não deixarei que se espalhem a esmo novamente... tecerei na malha dos meus dias palavras que me alavanquem, que me empurrem, quando a mão da descrença tocar minhas costas... não ouvirei quando o sussurro do pessimismo, em sua forte torrente, procurar me fazer desanimar.
Olharei aos Céus,  buscarei nos grandes exemplos, respostas...  não me contentarei com a derrota... mirarei ao longe procurando expandir minha alma...
Tomarei de imensa gratidão aos anjos enviados como setas ao correto caminho
... espalharei sorrisos... rirei enquanto puder... como certo,  não semearei a descrença... pois crer é remédio... até para o mais profundo tédio...


Marcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

 

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/resili%c3%aancia-guarda-chuva-prote%c3%a7%c3%a3o-7322326/ 

Corpo vivo de mar


Escrevi numa Folha qualquer
Que com o tempo iria te encontrar
Vi de longe seus olhos de mulher
E seu corpo vivo de mar...

Saboreei as manhãs de sol
Embalado por seus versos de amor.
Senti-me como peixe no anzol,
Peixe-pescador,  sem nexo,  a dor...

Ó Folha Branca sobre a mesa
embebedada por meus versos
Leve embora essa tristeza

De meus olhos que se fazem dispersos.
E tire de meu peito essa aspereza
Ess'orgulho em meu'spírito, um deserto.

Marcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

Imagem obtida em:https://pixabay.com/pt/marinhas-movimento-oceano-onda-1641978/

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Andanças...


Quando a pressa se fizer,
De meus dias, parceira...
E a mesma for receita de meus caminhos...
Buscarei outras rotas...
Buscarei outros sonhos...
Nem que tenha que fazer
Releitura de cada
Memória de minhas andanças...

Marcio J. de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

domingo, 23 de agosto de 2015

Desse tipo de pessoa...

Desse tipo de pessoa que eu gosto, chega como não quer nada, arruma um cantinho dentro da gente... e fica. Mas fica mesmo. Trás até a bagagem. Uma bagagem tão grande que é difícil não notar. E como faz pra não mergulhar, nadar submergir nessa bagagem? Tanta coisa amontoada, socada, escondida. Coisa que só eu achava que sentia. Mas não. A pessoa chega e se aconchega e eu deixo. Deixo mesmo, porque não? A pessoa até parece eu. Com uma diferença: A cabeça é tão viva que pega fogo. As paixões, medos e tristezas escorrem pelos ombros e descem pelo corpo. Lindas ondas de chamas, que chamam atenção, tanto quanto um incêndio, ô se chamam! Mas a tristeza... Ela é o tipo de coisa que faz a gente querer se isolar do mundo, chorar num cantinho e ficar preso numa grande bola de nuvens negras. Mas sabe a pessoa que entra e se acomoda? Ela, com seu fogo que sai da cabeça, esquenta, sofre e ri... Quem disse que eu não posso rir quando tô triste? Poxa, rir das desgraças, uma coisa que tenho que fazer mais. E eu só faço isso com ela. Ela me faz rir, sorrir e... Opa, olha aquele gato.
Lucas Bail

O blog agradece a colaboração... continue conosco.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Loucura?

Um dia a loucura invadirá meu ser. Direi verdades, delatarei todas as injustiças que eu tiver conhecimento,  praticarei somente o bem. Lutarei pela justa distribuição de riquezas, ajudarei com alegria àqueles que precisarem... Não acumularei mesquinhamente o conhecimento nem o amor imanente... saudarei com alegria o pobre na rua, oferecerei cobertor ao indigente... escutarei o idoso... cuidarei da natureza e dos animais... seres que com eles - somos...  sorrirei de tudo por tudo,   com alegria de um coração livre e feliz... não como os tolos... Sim... estarei louco... muito louco...  mas minh'alma, esta sim...  estará  liberta.
Marcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima
20 de agosto de 2015

Passos...

Noite fria, a mãe cuida da criança que estava deitada no berço em frente ao fogão à lenha. Casa quase que isolada em um bairro escuro com pouca iluminação pública. A luz do lampião cria algumas impressões amedrontadoras. A criança dorme profundamente. A mente da mãe está voltada ao fato de o marido ter saído à noite para ir ao bar tomar uns traguinhos para afogar as desesperança e ainda não ter retornado...
O tempo passa já é altas horas - e nada... Amanhã cedo ele terá que trabalhar, preocupa-se, pois é de seu minguado salário que ela e aquele anjinho dependem... além   de uma pequena ajuda financeira que ela dá  vendendo verduras e perfumes à vizinhança...
Seus pensamentos voltam à infância... e os sonhos de estudar e ser alguém... quando... houve passos, seria José, seu esposo?  Estranhamente não se alegrara, veio-lhe um frio na espinha que desencadeou a todo seu corpo. Os passos se aproximam mais... o cachorro não latiu,  portanto poderia ser ele... alguns segundos se passaram e os passos pararam em frente à sua porta... ninguém bateu. Resolveu atônita não dizer nada, até porque sua boca paralisou. Mil e uma coisas passaram por sua cabeça. Mas, por esta, ela não esperava... os passos ficaram por ali...
Márcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima
20 de agosto de 2015
Imagem obtida em:https://pixabay.com/pt/escuridão-sombrio-escuro-árvore-605975/

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Aprendendo a aprender...


Decorei uma dúzia de versos para  encantar...
Aprendi a chamar de amigo, aquele que me inspira, o mar.
A me abaixar para aprender, ver o que se agiganta, embora tão dócil e pequeno ao mundo,  em seu contribuir, para o equilibrar.
Aprendi a ouvir as crianças, os idosos, os que me odeiam, os que me toleram...
Aprendi a valorizar coisas aparentemente  insignificantes... também um lindo raiar do sol, um bom dia de um desconhecido ou uma  desconhecida, um conselho...
Aprendi a não sentir autopiedade... a lavar o rosto e seguir. Aprendi a orar... para manter minha fé em Deus e nos meus ideais. Aprendi a sorrir... e com isso a me motivar em momentos que seriam motivos para desistir da jornada. Aprendi a importância do outro no meu eu... Aprendi a importância de não supervalorizar o dinheiro... mas não ficar totalmente alheio aos frutos de nossas conquistas,  entendendo-os como bençãos... Aprendi a escrever para aprender e praticar a partilha, tentando tornar-me menos egoísta... enfim... Aprendi a aprender, pois na vida somos, sim somos,  todos  aprendedores...
Márcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima

A crise...

Cai a primeira coluna de sustentação...  com somente três colunas se equilibra a enorme e pesada casa de madeira, que ora servia como local de reunião para aquela longínqua e isolada comunidade cravada no meio da floresta,  que estava ali para discutir os problemas que a acometiam... o tempo passou e ninguém notou...
Sim ela poderá se manter erigida se os presentes em consenso; num primeiro momento,  em que não há material necessário para consertá-la e urge forte a tempestade;  permanecerem em seus devidos lugares evitando peso na parte que padece...
Mesmo em pânico, cada um terá que ceder... Cada coisinha presente no peremptante canto deverá ser esquecida... deixada lá até o novo raiar...
A casa balança, cairá? As crianças achavam divertido... os adultos continham-se nas manifestações, mas os olhos delatavam o que o coração sentia. O espaço se resumiu, os amigos se uniram mais, os inimigos relutaram, mas tiveram que se aproximar... A lógica do equilíbrio da casa deu conta de aproximar a todos...
Quem seria louco de deixar de cumprir sua obrigação neste momento? A noite e a situação seguram egos, apascentam almas que se unem para segurar-se para não se mandarem no temporal que se agigantesca... lá fora o Rio que enche rapidamente, a floresta escura, os animais ferozes e assustadores...
A fé... lembrou o ancião. E com sua cansada voz, mas não menos imponente,  tomou do discurso e com partilha de conhecimento, com demonstração de desapego ao que havia deixado na parte frágil da sua casa,  conduziu com histórias e testemunhos ao que havia de melhor aprendido até ali...
Ao último relâmpago, antes da chuva passar, o ancião se calou...
Emocionados, suas almas mais leves, aos poucos ocuparam a parte mais frágil,  muitos  caminharam por ali calmamente...  a casa não ruiu... o sol raiou.
Marcio José de Lima
imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/casas-palafitas-f%C3%A9rias-escala-%C3%A1gua-347733/

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Quarto iluminado


Eu quero um pouco de mim. Quero a solidão deste quarto iluminado. Eu, Deus e meus pensamentos mais concretos a me fazerem companhia. Quando dali sair quero uma alma renovada, novinha em folha. Com a cara lavada levantarei a cabeça e seguirei.
Não colocarei meus maiores anseios à venda. Minha alma não tem limite... meus pensamentos possuem o mais poderoso dos combustíveis, por isso sigo a galáxias distantes e a recônditas viagens dentro de mim mesmo.
Após lambuzar-me de prazeres subjetivos, sairei limpo do que me torna um quadrado a rolar... abraçarei  aqueles a quem amo e buscarei com todas minhas forças  fazer real cada promessa de fazê-los felizes... quanto ao quarto...
Márcio José de Lima - Laranjeiras do sul

Fonte da imagem: pixabay

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

lettere di passione

Não sei se devo me entregar cegamente a esta desvairada dama a qual uso para me distrair...
Não sei qual perfume ela usará ou se ficará comigo até altas horas. Não sei se acordará ao meu lado como uma desconhecida...
Suportarei seus desconcertos?  Seus labirintos, suportarei?
Em quais vielas povoará com sua fecunda criação?
A qual mundo me levará? Suportarei acordar como escravo de senhora tão severa e atroz?
Afinal... o que quero é só distração... embora relute meu aprisionado coração.
Marcio José de Lima
Imagem obtida em: http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2015/11/devaneando.html acesso em 01/12/2016 às 22:27

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Generalizações...

Temos que tomar muito cuidado com as generalizações... às vezes elas nos bestializam... pois cada ser possui sua singularidade... e desconsiderá-la é, no mínimo,  muita falta de criatividade.
Márcio José de Lima

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...