sábado, 28 de março de 2015

Dois destinos, um amor

Vazou do azul anil, rastro delator. Era desejo puro, síntese da dor. Os olhos a brilhar, rios serenos a buscar o mar. Pinta a folha branca, história descuidada. Queria príncipe, quem fora besta malvada... O acaso em ofegos, parecia ter mudado dois destinos... Em erupção duas almas explodem em celeste véu... Quem experimentou o amargo dos dias, que se sucedem, pensa ter encontrado em suas papilas o leve e forte gosto do mel. Seria o ponto elíptico e a volta ao Xeol... Mas, quis a dama doce que acende os dias das almas, não voltar ao ponto inicial... Pois no cume à explosão vulcânica, foram soldados dois destinos... E, em suspenso, um novo jardim foi decretado pelo cupido. Uma das maravilhas do amor, aberta à visitação, em que buscou disformemente não possuir forma. Mas, que resilientemente, desenhou-se assim: em curvas suaves de um Belo coração.
Marcio José de Lima. Laranjeiras do Sul, 17/03/2015

 
Imagem obtida em: http://pixabay.com/pt/p%C3%A9s-lama-areia-vulc%C3%A3o-terra-289001/

sexta-feira, 20 de março de 2015

Eu vou cantando o amor II


Como mensurar o valor da vida que segue a esmo nesta estrada? Mesmo que defeitos haja, oferecendo ela (a vida) uma indelével marca que nos torna ainda mais, únicos, portanto preciosos...
Há em minhas entranhas um incômodo, que sei não ser causado pelo excesso de consumo da verde manga, todavia, desconfio ser o amor... que teimo em tentar decifrá-lo, traduzi-lo - ou sei lá o quê - em versos e canções atos e orações...
Melhor que o cultivo de manga; que convenço não ser bom nas artes da terra; cultivo a amizade - grande tesouro, estoque para os momentos tão tensos da vida que se faz rotina, que vale mais que ouro - com a amiga verdade.
Sempre busquei um grande amor: fogueira nas noites de inverno... Passam-se os dias; quase - duas almas em uma; que se aliviam em seus - doces e ensabecedores - conflitos internos.
Ao cair das mangas... ao sabor agridoce da vida. Sentam-se ao meu lado para o desfrutar dela, idosos e crianças e repousam ali seu equilíbrio em temperança: criança-idoso; idoso-criança.
Enfim a vida, aquela que irradia qual manga madura ao apinar do dia, me seduz a cantar as alegrias, pelos redundantes alvoreceres, nos quais me motivo a buscar plantada na terra, no sorriso dos amigos ou no braço dos amores, a rica e bela poesia.

Marcio José (Méndez) de Lima

quinta-feira, 19 de março de 2015

Boda (Quinze)



Quis um dia
Um amor sereno
Quis um dia
Não amar pequeno

Sonhei um dia
Uma doce melodia
Sonhei um dia
Viver ser melancolia

Vivi um dia
Experiência de amor concreto
Vivi um dia
O queimar de um olhar discreto

Poetizei um dia
Esperança de um amor a dois
Poetizei um dia
Amar agora... e que se dane o depois

Quis, sonhei, vivi, poetizei viver um amor
Quis, sonhei, vivi, poetizei você Amor

(marcio j. de lima)

sábado, 14 de março de 2015

BRISA (BREEZE)

Em cada rastro deixo um pouco de mim. Penetro em cada fresta que se faz desavisada. Sou o prenúncio de algo que vem, seja chuva, garoa, o verão, o inverno, o equilíbrio do tempo pós tempestade. Sou aquele sopro conduzindo a leve semente do dente-de-leão... Para uns, assombração. Corro as vielas sem medo afagando a pele da inocente donzela, balançando seus cabelos, eriçando seus pelos... Sou prenúncio de boas novas. A corrente que empurra os eflúvios dos amantes. O agradável cheiro do amaciante encrustado em suas vestes. E quando te despedes, na partida, carrego seu adeus! Seco suas lágrimas, preencho seus ofegos...
Guardas em seus recônditos pensamentos, a lembrança de outrora da brisa matutina, aquela que te lembrou de te agasalhar, pois estava frio, e ias aos temperos da maresia contemplar o mar...
Ah, como brisa sou feliz, nem tempestade, nem a inércia... um arzinho em movimento... Para uns sou quase nada, para outros sou vento... Mas não importa, pois sempre seguirei e mudar de nome ou situação é minha rotina, o importante que em essência sou eu... nem Calipso, nem Luíza, simplesmente Brisa.

Marcio José de Lima - 06/02/2015 - Laranjeiras do Sul (PR).

segunda-feira, 9 de março de 2015

sábado, 7 de março de 2015

Feliz dia das Mulheres!

Uma singela homenagem do blog, haja vista a relevância de cada uma em nossa vida: mulher, mãe, esposa, guerreira e tantas outras qualidades que a fazem muito especial...


MULHER

Mulher
ter-me-ia
por
tautológico
se te dissesse que carregas
tão imanente:
o Caos e a Divindade.
O Caos
fez-te
sóbria.
E, a Divindade
a venerou.
Presenteaste
aos homens
com inspiração...
com Inveja
às mulheres
(Inveja do teu próprio reflexo?)
Mas, soube-te
bela e
evoluída criação.
Aos apaixonados
poetas
muitas vezes
como mote:
fez-te
musa,
fez-te
versos
fez-te
rimas
Enfim,
fez-te
Lágrimas e Poesia.
(13/09/2008).

marcio j lima


Um grande e merecido parabéns a todas as mulheres. Todo respeito e carinho. Parabéns mulheres! Homenagem do Blog Devaneios Literáios do Lima.

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Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...