quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Produto perene...

O verso é meu
Negócio... 
Produto sublime
Do tempo no
Ócio... 
Márcio José de Lima 


Foto: créditos à Jaqueline de Andrade Borges 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

milagre

nunca vi Seu olhar... nem senti Suas mãos a acariciar os meus cabelos... jamais ouvi uma só palavra Sua... 
todavia, moras aqui bem eu meu peito. aprendi a Te amar, sem perguntar se era certo ou errado... o tempo corre... sei-me pequeno, diante de tudo que me circunda... nas estrelas,  em cada luz que brilha,  vejo uma esperança de que o amanhã pode ser bem maior do que se apresenta... aos pés da cruz vi que isso pode ser mais que um sonho... um olhar cravado no infinito do mar, sinto uma imensa paz... o nebuloso céu do dia anterior já não me entristece, pois ao fim daquela imensa abóboda vejo Seu olhar... sei que está lá... não da forma que estou acostumado a ver... mas com os olhos do meu coração... não com a razão a me conduzir... e sim por aquela agradável prece que sopra da natureza, testemunha viva desta mãe que presencia diariamente cada milagre que se revela a cada amanhecer... a cada ser... 
marcio josé de lima 

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/?m=1

24/08/2016

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/cruz-p%C3%B4r-do-sol-humildade-devo%C3%A7%C3%A3o-1448946/




quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Roseiras e papiros...

Roseiras e papiros... 
Depositei em cada roseira de meu jardim 
Lindos escritos em folhas de papiro... 

Água, luz, terra... 

Atônito fiquei, todas pereceram... 
Marcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima 
01-09-2016

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2016/09/amargo-poema.html?m=1

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Dores... Dores...

Podia ver por entre as frestas do paiol, a luz da lua cheia que clareava um pouco o ambiente escuro.  Mordia a Barra do vestido numa tentativa de abafar seus gemidos de dor. Sentia suas entranhas se rasgarem...Como seria bom se pudesse voltar o tempo e blindar seu coração  para o amor.Mas não  foi assim... não  foi.  A dor vem forte dessa vez... pensa na morte horrível  que terá, ali sozinha, num paiol, entre as palhas secas, numa madrugada de lua cheia... imagina que irão  encontra-la ao amanhecer... que surpresa terão.    Fecha os olhos e consegue ouvir ainda o som da gaita que alegrava a quermesse, os rostos alegres dos caboclos, as mulheres todas arrumadas com seus vestidos novos e assim como ela, esperavam um convite para uma dança. Num canto do salão ele a olhava com ternura,  terno alinhado, sapato lustrado. Ofereceu a ela um botão  de flor, estendeu seu braço  em sua direção, então  rodopiaram no salão  a noite toda e ela aninhou-se nos olhos negros do rapaz. Depois daquele dia viam-se diariamente, após  a noite cair numa clareira perto do rio...O pai da moça  era grosseiro e não  queria nenhum pilantra com sua menina.Ela que fosse comprometer-se com Nosso Senhor Jesus Cristo, genro melhor não teria. Então  ao som das águas  do rio,   juraram amor eterno e consumaram o amor jurado, ele a pediu em casamento, iriam embora na noite seguinte.
Noite seguinte, beira do rio, trouxa na mão, ela esperou a quem nunca voltou. Nunca. E outras  noites de espera vieram e em nenhuma ele voltou... 
Meu Deus, que dor, castigo por ter pecado. Deus, misericórdia. A dor vem como um tufão, uma após a outra, eis que escuta um gritinho. 
As dores cessam. Exausta, tem medo de olhar, seu coração parece sair do peito, mas precisa ver, precisa ter coragem. Levanta o pano que cobre suas pernas e em companhia da Luz da lua,  fita o pequeno menino de olhos negros. Tão  frágil menino, tão só em meio a suas pernas, tão  seu menino. Enrola-o em trapos e segura-o no colo. O pequeno a olha com profundidade de um gigante. O sangue escorre farto e mistura-se a palha e a terra... um amortecimento bom vai tomando conta do corpo magro da nova mãe... Ela sorri para o menino, que agora está envolto em luz..Num último gesto de carinho ela beija o rosto do recém nascido e nada mais ela pôde ver.  O garoto se empodera, chora alto de ensurdecer... Acorda o avô  na cabana ao lado.  Ao abrir a porta do paiol, o quadro é lindo mas cruel, Maria morta, sorrindo e olhar voltado para seu filho.  
O avô segura aos prantos o menino no colo.
_Meu pobre Menino Jesus.
Jaqueline de Andrade Borges, Guarapuava, Paraná. 

Sigo...



Sigo... 
Pedias o mais alto dos céus... 
Havia em minhas asas, o voo rasante 
Das andorinhas... 
Havia em minhas fazendas nada mais que quiabos e chuchus... 
Desejavas o mais rico dos manjares... 
Com mãos aprisionadoras segurava suas asas... 
E a ânsia de mundos perdidos enchia o mais recôndito de seu ser... 
Um dia desejei a solidão ao seu lado... 
Mas tu querias o mundo... querias lambuzar-te no desconhecido... 
Eu só buscava a felicidade... 
E hoje quando já, aparentemente, não busco mais nada, resolvi buscar-me e raspar cada bloco de cimento que encobre meus olhos... 
E seguir, é só o que quero... 
Pra onde? Não importa... Eu só quero seguir... 
Marcio José de Lima 
25/01/2016

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/andorinha-do-mar-comum-p%C3%A1ssaro-956697/

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A saudade dói...

A saudade dói.... Dói como canto de unha lascada Dor constante e miúda, Dor de picadinha de agulha fina, Dor de um corte feito com delicado papel Espinho de roseira sob a pele Tilintando. Dor ínfima... Em sua delicada ardência Faz sua existência insistente, E embora a memória ache outros cantos melhores Há de sempre ressurgir a saudade... qual dor de uma unha lascada... Não mata... Porém... ai... ai. Jaqueline de Andrade Borges
 Dói como canto de unha lascada Dor constante e miúda, Dor de picadinha de agulha fina, Dor de um corte feito com delicado papel Espinho de roseira sob a pele Tilintando. Dor ínfima... Em sua delicada ardência Faz sua existência insistente, E embora a memória ache outros cantos melhores Há de sempre ressurgir a saudade... qual dor de uma unha lascada... Não mata... Porém... ai... ai. Jaqueline de Andrade Borges

Amargo poema...

Eu olhei seus olhos. 
Quanta dor, quanta fome..  
Ali sentada na calçada, aquela criatura. 
Haveria sonho por entre seus desesperos? 
Eu queria ajudar... 
De mim, nenhum pão, nenhuma ajuda, nenhuma palavra... 
De mim, nenhum tostão, nenhuma pena... 
E por não ter nada a oferecer,  dentro de meu egoísmo, de minhas mãos, escorreu um poema...

Márcio José de Lima 
Do blog devaneios literários do Lima 
31-07-2016. 


TAEs na luta

O blog devaneios literários do lima apoia a Greve dos Técnicos Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Federal. Por uma Educa...