sábado, 24 de fevereiro de 2018

"O Boneco de Neve" Conto infanto-juvenil - Edição comemorativa


10 anos deste continho... escrito em 2008, que se transformou em um livrinho comemorativo. 
Os primeiros a ouvi-lo foram meus filhos, por isso meu carinho especial a ele. 
Meu pensamento é que vale a pena contarmos histórias aos nossos filhos. São elas, uma das formas de nos comunicarmos com eles, que nos ajudarão a guardar um vínculo afetivo e perene .

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Mais uma utopia...

 Mãos, Coesão, Junto, Pessoas, Apoio

Não quero um mundo desigual.
Não quero pessoas morrendo desassistidas.
Nem a violência imperando nas ruas.
Não quero o preconceito!
Nem a desesperança dos que dizem não tem mais jeito.
Não quero o egoísmo que mata.
Nem que tombem todas as matas!
Não quero a cópia barata.
Quero um gosto novo a partir do que já se tem... nossa história a ensinar... os mesmos erros pra quê?
Quero crianças brincando em paz nas praças.
Ricos, pobres, miseráveis, não mais...
Quero-os todos iguais.
Leito para todos nos hospitais.
Educação humanizadora, respeitadora, educadora...
Quero pais sendo pais, mães sendo mães e todos responsáveis por todos...
Quero o amor como pedagogia.
A prática deste, como práxis vivificadora.
A consciência de nossa irmandade, pacificadora...
Somos um, 
somos um, 
somos um...
Pensando assim retardaremos um grande buuummm.
Marcio J. de Lima
13/02/2018

 

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/photos/m%c3%a3os-coes%c3%a3o-junto-pessoas-apoio-2888625/ Acesso em 22 fev. 2023

Miragens...

Ao alto
Um assalto...
No chão
Um coração...
Na cabeça
Uma peça...
Lá vai o bonde,
ouviu conde?
Vende-se um gigante
Que cospe o puro carbono
Sem dono e barato...
Vende-se um trem
Que mal tem?
A graxa e a lama
O portão no trilho...
E a estrela
Que fizeram com seu brilho?
Vai ao longe um menino chorando
Fome, sede, pátria, folha branca, vai gritando...
Desmorona a esperança
Alguém pede o açoite
Anoiteceu, 
Busque um novo pernoite...
Maria, Joana, Elza, Esperança...
Tragam, antes que tudo se perca,
Por favor, uma linda criança!
Marcio J. de Lima


ORFANATO
Havia um pequeno ali esquecido. Tantos padrões, poucas almas. O tempo corre. Um coração se apequena. Cresce infinitamente a solidão. Um adulto nasce parido no amargor dos dias que se sucedem ao som do tic-tac. Um corpo anda pela cidade... Somente corpo. Em qual orfanato andará sua alma?
Marcio J. de Lima

 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Por que lucidez?

Se a loucura é o fim
Tentarei na mais pura lucidez
Percorrer essa estrada
Não me perderei
Na falta de caminho
Sim pararei
Mas a cada pedra
Que servirá de acento
Mirarei o horizonte
Feliz, por ter caminhos...
O céu, nas torpezas, será meu abrigo...
Descansarei, não esmorecerei...
Direi ao meu íntimo, sigo.. 
Farei do amor minha loucura...
Meu fim, a ele,
Na mais lúcida loucura,
Digo: sim!

Marcio J. de Lima
08/02/2018

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Música “Um índio” de Caetano Veloso, algumas impressões. (Song “Um Índio” by Caetano Veloso, some impressions).


(Marcio J. de Lima)
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            No poema/música em questão, Caetano Veloso trabalha com a temática indígena, reatualizando alguns de seus aspectos histórico-mitológicos. A temática, do indígena tratado como herói; símbolo de uma nação que por muito tempo esteve subjugada a um domínio de colonização; esteve presente durante o Arcadismo brasileiro, retomado pelos escritores românticos e reafirmada pelos modernistas. Ao reatualizar esse tema, Caetano provê, poeticamente falando, este herói de alguns recursos tecnológicos, mas que supera os advindos das descobertas da ciência moderna, dando-lhe características fantásticas, típicas dos heróis mitológicos.
            Também ainda, nesse poema, Veloso situa a qual nação indígena refere-se a aparição desse ser heróico-mitológico, os do coração do hemisfério sul, na América (do Sul) em um ponto equidistante entre os oceanos Atlântico o Pacífico. A referência temporal não é em qualquer momento, é em um claro instante, logo após exterminada a última nação indígena. Podendo-se assim inferir que seria em um momento de luz, esclarecedor. No entanto, poderia ser relativo ao do extermínio físico dos indígenas ou pela miscigenação dos mesmos e do desaparecimento de suas características culturais. Enfatizando para o fato do possível extermínio desses povos, bem como de sua cultura. E, a luta desigual para permanência dessas nações coabitando com a dita “civilização”.
Há ainda, uma intertextualidade às escrituras bíblicas, em que há a relação ao messias que voltará no fim dos tempos. Esse voltar, relativo ao índio, poderia ter talvez a relação com o próprio Cristo, o qual àquele adquire sua semelhança, que se compadece com os mais fracos, com os explorados, com os dizimados pela exploração ou expropriação de suas terras e ou riquezas. Essa ideia é reforçada na parte em que Caetano Veloso diz “virá que eu vi”. Veloso, pelo seu eu-lírico, assume um papel do profeta, que vê algo grandioso acontecer antes do seu tempo. Isso tudo, pode ser reforçado pelas predições do personagem Peri, herói do livro Iracema de José de Alencar, citado na música, quando afirma: “ — Tu viverás!... Cecília abriu os olhos, e vendo seu amigo junto dela, ouvindo ainda suas palavras, sentiu o enlevo que deve ser o gozo da vida eterna.” (Alencar, 1857)
            Retomando a temática, o índio como herói. Isso aconteceu muito quando de nossa história, nos momentos relativos à busca pela identidade do povo brasileiro, em que a “criação” literária desse herói representasse esse povo e sua força identitária. Isso é retomado no poema de Caetano, quando citou Peri, o qual possui habilidades sobre-humanas da força, proximidade com Deus (Cristão), lealdade ao seu amor Ceci (amada Europeia, filha de D. Antônio Mariz) e o poder de conversar e interagir com  natureza, reatualizando por esses aspectos o mito do herói nacional brasileiro.
            Caetano Veloso ressalta quais são as características desse herói de nossos dias, de fim de século XX sendo: impávido, tranquilo, apaixonado por seus ideais e que buscará a paz.

            Assim, Caetano conclui em seu poema que este herói esteve sempre presente, nunca desapareceu e sua presença é óbvia, podendo-se concluir que o mesmo vive em nós através da miscigenação, da aculturação com outros povos ou nações, entre eles o negro, quando cita os termos “afoxé, axé” palavras de origem africana. Essa mistura racial, tornou o povo brasileiro apaixonado pela natureza e suas belezas, tanto cantadas por nossos poetas, bem como de seu “poder” de superar todas as forças que poderiam dissuadir um pensamento nacional, no qual o indígena sempre, para nós brasileiros, será uma forte referência de nossa  nacionalidade.

Imagem obtida em: https://pixabay.com/photos/night-photograph-flashlight-ray-2183637/

Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...