sábado, 30 de abril de 2022

Homenagem aos trabalhadores/ Trabalhadoras








A mão que trabalha,

A mente que trabalha,

Os rostos que se queimam

Ao sol de todo dia

O homem, mulher que 

Trabalham com alegria...

É trabalho também o artista que 

Faz poesia...

É trabalho que ensina,

É trabalho que anima,

É trabalho que à dura lida

Não desanima...

É trabalho que constrói

É trabalho que desmancha,

É trabalho que interpreta, 

Quem em seu cabelo faz prancha,

É trabalho que catequiza,

Que na sociedade faz pesquisa...

É trabalho nas cavernas,

É trabalho no espaço...

É trabalho que não se move

E outros, que se somam a tantos passos...

Trabalha quem canta,

Trabalha quem encanta,

Trabalha quem não recebe,

E seu suor ao próximo oferece...

São tantos trabalhos,

São tantos trabalhadores,

Derramando ou não seus suores...

É trabalho que transforma,

Que alegra e que cuida,

Que se a soma às coisas

Que põe sentido à pedra dura...

É trabalho, trabalhador,

É suor, lágrimas, amor...

Feliz dia dos trabalhadores, trabalhadoras...

(Marcio Lima)

domingo, 24 de abril de 2022

Sustentabilidade temporal





O tempo passou. Escorreu por minhas mãos. Nem bem acabei de acordar e percebi que minha barba estava branca. Tinha em minha frente, saber no que ocupar de forma eficiente meu tempo, o que passou era somente uma lembrança. O perdão, talvez seria a decisão para tonar meus dias mais leves, uma chave a me desacorrentar do passado. Talvez, como uma solução até mesmo para o autoperdão, da aceitação de minhas limitações, da tolice de ficar me cobrando até mesmo por aquilo que transcende as minhas forças e ou capacidades...

A vida é um constante reavaliar. Viver plenamente, de mente aberta dará a lucidez que nossos dias carecem. A lucidez de nossos dias, nossa mente aberta é como dirigir em dia chuvoso e contar com um aparelho ou um produto que limpa nosso para-brisa dando a visão necessária para não entrarmos em caminhos que podem pôr em risco nossa trajetória...

Enfim, quem saberá ao certo a sensação de tempo que cada um percorre neste mundo? Alguns vivem muito, intensamente, em tão pouco tempo, outros nem a fartura de dias lhes concedem a riqueza que os dias podem trazer... A riqueza acumulada dos dias somente a pessoa que a possui poderá dizer, avaliá-la... Mas, como comparar com a riqueza ou pobreza de outrem? Quem poderá dizer qual o verdadeiro caminho que soma mais tempo aos nossos dias? Realmente, eu não tenho resposta,  o que tenho neste momento é que a minha alma deve ser como um passarinho, leve, feliz, que segue a vida a cantar, a dar graças pelos dias que se seguem, pobres ou fartos, e isso creio que fará toda a diferença... Ou, pelo menos tornaremos mais feliz os dias que nos foram concedidos, o tempo que nos foi entregue gratuitamente de forma tão carinhosa.

Digo, viva, seja feliz, você merece!

Marcio Lima

Fonte da imagem: Pessoas Pulando Felicidade - Foto gratuita no Pixabay


sábado, 16 de abril de 2022

Beleza

Ele se olhou no espelho de água... Não viu beleza alguma. Mas achou que haveria de possuir um charme, daquele discreto... Esforçou-se, o tempo passou, como palha no palheiro voltou à sua corrida vida, ali havia a beleza escondida em tantos acenos, em tantos recônditos... Focou na beleza das flores, dos pássaros, da natureza... Ali estava sua beleza...

(Marcio Lima)

sábado, 2 de abril de 2022

Era miséria... Era riqueza...

 Natureza, Terra, Sustentabilidade, Folha

As mãos calejadas como uma couraça... A pele escura pelo escaldejante dia... A chuva à tardinha. O carrinho carregado até o dobro de seu tamanho. Sentia-se rico. Um trago a afogar alguma mágoa do dia. Os papelões estavam um pouco melhor de preço, as latinhas de alumínio ainda no mesmo... Mas o pão tinha ido às alturas... Não sabiam o quanto a vila lhe devia, mas o mosquito ali não chegava mais, as aranhas e escorpiões acharam um inimigo natural a caminho do equilíbrio... A terra lhe era grata, as árvores lhe eram gratas, o rio lhe era grato... Aqueles pequenos pares de olhos lhe eram gratos, um abraço quente. Era-lhe um herói... Do bolso como mágica cai-lhe a mão um carrinho, era mais um reciclado, mas com o recheio do amor e o abraço quente de um filho retribuía-lhe o amor transfigurado em uma dedicação que poucos conheciam... 

O menino piscava, o pai andava até o fundo do quintal para deixar a gaiota, imitava seu pai com sua gaiotinha com Lili, sua cachorrinha em cima... Era um dia difícil, mas não havia festa maior que esta... Ela lhe dava força... A vida seguia... Seu repetir para ele era poesia... As rodas eram rimas, haviam motivos para olhar para baixo, mas preferia com muito orgulho olhar para cima.. 

Marcio Lima

Guarapuava, 28 fev. 2022.

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/images/search/reciclagem/ 

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