segunda-feira, 17 de julho de 2023

Cantos e conversas comigo mesmo (Songs and conversations with myself)

Livros, Túnel, Fantasia, Biblioteca
 

Sou um pouco do nada que se apresenta,
Sou menos que poeira esparramada no assoalho do tempo,
Sei que sei que nada sei, isso mais quando o meus anos ganham o "enta",
Mesmo sobrando espaço na agenda, depois que me aposento.

Ignorância, estupidez de minha parte,
Achar que alguma sou, sendo eu,
Mesmo me achando infinito, fruto d'alguma obra de arte,
Ou algum anjo, quase onipotente, que do céu se perdeu...

Ah, espelho de aço, de água ou do opaco da alma,
Que me dá o entendimento de minha finitude,
Que pede, por isso, ou por muito menos, calma,
Dá-me conhecimento para entender, de cada coisa, sua magnitude...

Me ajude, quem tiver uma ciência perfeita que acalme meu ser,
Uma tecnologia que eu consiga a enxergar os lados de tudo,
Ou somente a paciência para essas dimensões entender,
Entender, os pois és, os Joãos, as Marias, os Josés, os entretantos e o contudo...

Ah, terra de recursos finitos, para ganâncias nem tanto,
Ouça,  please, meus versos, meus reclames, meu canto..
Dê-nos o saber sentir, viver, curtir, comer, cada vez mais consciente,
Antes que tu, oh terra, em seu último suspiro,  minha ganância, não aguente...

(Marcio Lima)

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/photos/livros-t%C3%BAnel-fantasia-biblioteca-21849/

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Xarquinho

 


- Pai, o bairro Xarquinho se chama assim, devido a uma homenagem a algum pequeno tubarão? Perguntou o menino, que descobrira que "shark" é tubarão em inglês, mas ainda não dominava totalmente os diminutivos dessa língua.
- Não. Respondeu o pai com um leve sorriso no rosto.
É devido ao rio que cruza o nosso bairro, meu filho, pois era onde os tropeiros que vinham do Rio Grande do Sul levando gado a Mato Grosso e a São Paulo, paravam às suas margens para lavar o charque para consumo... Em princípio, esse rio foi chamado de Rio do Charque, e com o passar do tempo começaram a chamá-lo de Charquinho, mas sabe lá por qual motivo mudaram o jeito de escrever pra "x" no lugar de "Ch".
Falou o ancião, demonstrando paciência e conhecimento da história do bairro que o acolhera tão carinhosamente...  
Ambos olharam o rio, somava-se a essa visão, um lindo pôr do sol. Ao longe imperava um pequeno Capão de Pinheiros, o qual juntamente com um fundo alaranjado, desenhavam um belo quadro, digno de ser imortalizado por um habilidoso pintor...


Marcio Lima

Foto: créditos ao proprietário do blog.


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