domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédia em Santa Maria no Rio Grande do Sul

Lamentamos a tragédia ocorrida em Santa Maria - RS. Desejamos muita força às famílias enlutadas, bem como boa recuperação aos feridos. Descansem em paz todos que partiram!

(Blog DLL)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Verdades Absolutas



Em se tratando de verdades Absolutas
Prefiro as Fingidas
Pois elas me parecem ao menos
mais

CRIativas e
DiVeRtIdAs...

Marcio J. de Lima
(Zé de Lima)

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/photos/pessoas-divers%c3%a3o-amigos-p%c3%b4r-do-sol-5365324/ Acesso em 25 out. 2021.

O ELOQUENTE SÁBIO



Um Sábio homem proferia silenciosamente o seu discurso. Nem abanos no ar. Nem entoação. Nem entonação. O vácuo prosódico imperava.

Somente, pelo silêncio, parecia  negar a tudo.
Não falava. Sendo assim,  não criticava. Não escrevia. Não chorava...
A tudo - sem nada argumentar – parecia dizer retumbantemente “não”.

Seus lábios mornos. Seu olhar cativante. Seu sorriso aberto. Seu corpo a falar: “Não!.” Assim, a multidão o seguia. E ele ensimesmado no silêncio a refletir.

A criança falava. A mulher falava. O homem falava. O ancião falava. O Sábio ouvia, somente ouvia.

O sábio  sem ter dito nada, deixou os homens reticentes, interrogativos, afirmativos: os quais,  dessa forma,  aprenderam.

Em um dos seus mais eloquentes discursos,  ele sentou-se ergueu os olhos ao céu, juntou as mãos, e, escutou sem nada dizer – aos felizes por isso – um número de duas mil setecentas e dezessete pessoas.
Por esse ato, sentiu-se feliz e em paz passando a proferir por extensos quinze segundos um largo e imenso sorriso.


(Marcio J. de Lima – 08/nov/2010)

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2013/01/o-eloquente-sabio.html?m=1


Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/idade-juventude-moda-manequins-2804739/

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Carnaval Alegria



















Queria
Voar
Nas
Asas
Da
Alegria

  Sambar
  Um
  Samba
  Diferente
  Neste
  Carnaval

Ser
Responsável
Não
Por
Mim


  Mas
  Por
  Todos
  Ao
  Meu
  Redor

Assim
Realmente
Carnaval
Pode
Ser
Alegria


Marcio J. de Lima

Fonte da Imagem: http://abordorp.blogspot.com.br/2010/02/propaganda-e-o-carnaval.html

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Primeiras Aldravias



I
De
Mente
Em
Mente
Mudou
Poesia


II
Queria
Amor
Poesia
Na
Doce
Aldravia


III
Na
Distante
Estrela
Olhos
a
Brilhar

Marcio J. de  Lima


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Devaneios Literários do Lima: O Achado Misterioso

Devaneios Literários do Lima: O Achado Misterioso: Era um dia como qualquer um outro. Juvenal, um jovem catador de recicláveis, entoava uma melodia aos assobios quando avistou uma ma...

O Achado Misterioso

Imagem obtida em: http://2.bp.blogspot.com/-_dY-0_CcqL0/TbYZ7lfWRNI/AAAAAAAAE34/I4Twr_6difY/s1600/IY2B1790.jpg

  • Era um dia como qualquer um outro. Juvenal, um jovem catador de recicláveis, entoava uma melodia aos assobios quando avistou uma mala. Era uma linda mala. Olhou para os lados para tentar avistar se havia alguém que a reclamaria. Ninguém aparecia naquele beco, eram sete horas da manhã. Pensou em ficar esperando até que o dono aparecesse. Colocou a mala em seu carrinho, escondeu-a. Lembrou-se de ver quais eram os detalhes dela para ver se a pessoa que aparecesse reclamá-la saberia descrevê-la. Daí sim a devolveria. Juntou o reciclável do beco e nada. As janelas se abriam. As pessoas punham as roupas nos varais. As chaminés cuspiam fumaça, saíam pais para levarem suas crianças à escola. Uma senhora que saía muito cedo caminhar estava a voltar de sua matinal caminhada. Juvenal disfarçava e ficava a esperar... E nada... Nove horas da manhã. O pobre catador aguar-dava... Sua barriga roncava. Seu pensamento neste momento era de deixar a mala ali e seu dono que voltasse buscá-la. Mas, será que outra pessoa, que não seu dono, a encontraria. Enfim, deixá-la não. Resolveu aguardar.
  • Dona Jurubeba sai à janela e estranha a inusitada permanência do homem da reciclagem mais do que os quinze minutos habituais os quais demorava para fazer a coleta. Mas, mesmo assim ela se recolhe. Juvenal se incomoda e, ninguém... Pensa, ninguém mesmo vem buscá-la. Resolve ficar sentado na praça à frente do beco e aguardar o descuidado que deixara uma linda mala ali a esmo. Olho fixo e um senhor se aproxima. Distinta pes- soa, ao ver do Juvenal, muito bem vestida, com um impecável terno. Deve ser ele o proprietário, pensou o preocupado Juvenal. Bateu à porta da mulher do número 18 e conversou ligeiramente saindo com uma caixa pequena embaixo do braço, que após passar perto do nosso herói, descobriu uma caixa com xícaras pelo desenho que tinha na mesma. Cumprimentou o simpático senhor e este foi embora. Concluiu que não era o dono. Quem deixaria ali aquela maleta? Quem voltaria para reclamá-la? Será que alguém saberia dizer alguma coisa a respeito. Em quem confiar? Como perguntaria às pessoas? Faltavam ideias ao homem que cuidava tão bem do lixo. Até que chegasse a resposta, resolveu comer alguma coisa. Trazia em sua sacola um pedaço de pão e uma garrafa de refrigerante com chá dentro. Comeu, a cada mordida se preocupava,quando iria sair dali. O lanche acabou e ainda nada. Ninguém aparecia para levar a mala. Pensou em jogar fora e fim do problema. “Mas que ideia a minha, que falta de consideração com as pessoas” refletiu nosso honesto homem. Faltava-lhe conhecimento. A quem entregar a mala? O medo passava-lhe pelos nervos como um choque a lhe arrepiar. “Por que medo?” Decidiu ver melhor a mala. Chacoalhou-a. Parecia haver algo lá dentro que pareciam papéis. Achou que podia ser dinheiro. Por um momento, sentiu-se feliz. Ajudar alguém.Talvez a pessoa que perdeu o dinheiro voltasse para buscá-lo. Certamente, o pagamento do mês. Pensou de pronto: as crianças em casa à espera do pai coma compra do mês, a esposa pronta para cumprir suas obrigações... “Que prazer ajudar alguém”, devaneava Juvenal. A tarde vem e a sombra já não conseguia impedir os ardentes raios solares que queimavam a pele escura do esforçado agente ecológico. Este a imaginar a chegada do homem que esquecera ou perdera o dinheiro. “Será mesmo que é dinheiro?” Interrogou-se. 
  • Sentado quase o dia todo, poucas pessoas haviam notado nosso reflexivo homem. Os pássaros lhe faziam companhia. Ele ficava a indagar a eles, em pensamento, se sabiam de quem era aquela bendita mala. Decidiu. Em um lapso de pensamento decidiu pela libertação. Ver o que havia na mala. O coração quase lhe sai pela boca. Palpitava-lhe que seria con- fundido com um ladrão, um bandido. Mas precisava abrir e ver se havia ali alguma pista que levasse ao seu irresponsável dono. Agora o suor escorria-lhe ao rosto, lavava-lhe a alma, talvez fosse o momento... Nunca imaginou que partiria daquela forma. “Não, decididamente, não! Não vou morrer!” Mesmo que seu coração lhe falasse o contrário. Não tinha sentido tal sensação até aquele momento. Mas... a curiosidade era maior e pensou “Já que vou morrer quero saber o que vai me levar!” A mala olhava quase que sorridente àquele infeliz. Justiça seja feita, por que se preocupar tanto com um ser tão ignóbil? Uma pessoa que deixava uma ma- leta em qualquer lugar pode ter feito propositalmente, talvez um descuido ou até mesmo para se desfazer dela. Qual destas indagações seria a correta? Filosofava Juvenal. A emoção, a curiosidade, o medo, a sublimação... Nunca havia refletido tanto. Nunca pensara tanto para encontrar uma resposta. Seu coração nunca sentira tanta emoção. A preocupação era com outrem e, nem ao mesmo o conhecia. Um desconhecido nunca o influenciara desta forma. A preocupação com outra pessoa se fazia clara ao nosso paciente catador. Sempre gostou do que fazia. Não sabia bem definir o que o movia diariamente àquele ofício. Achava que era só a ânsia de viver e ter por que viver. Todavia,naquele momento sentia-se importante, não sabendo exatamente por quê. A angústia. A curiosidade. O peso na consciência que o fazia sentir culpado. Tudo isso o atormentava.As mãos suavam, a cabeça rodava, a falta da esposa neste momento se fazia grande - pois saberia ela o que fazer – mas ele... Em um relance helicoidal, a mala espiralava-se em um escuro buraco negro que lhe tolhera aos poucos sua consciência. A mala às mãos. Agora ao peito. Resolveu sentar-se recostado ao carrinho, quando... o mundo começou a fugir-lhe, levando consigo seus sentidos. Em um grande sonho surreal, ele abria a mala e de lá saíam mansões, carros dos mais variados tipos e marcas cada um mais belo e brilhante que o outro,comidas que não saberia descrever - pareciam-lhe deliciosas – mas distantes se faziam, assim doía-lhe ainda mais seu estômago.
  • Sua família – como se fosse espectadora desse sonho – apreciava atônita tamanho acontecimento. Tais coisas os distanciavam cada vez mais, até que Juvenal já ao longe dos seus, sente-se muito só. Muito só. Ele unicamente deseja transpor as barreiras impostas pelo que saía da maleta. A mesma é alvejada por uma inesperada pedra – vinda não sabe de onde. Ela se fecha. E o que dela saiu some. Assim, nosso herói se sente aliviado, pois se vê novamente próximo de seus familiares. Eles o abraçam e aliviado despede-se. Alguns minutos depois, retoma seus sentidos e, avista ao seu lado a maleta. Estava aberta. Atônito vê em seu interior um livro velho e um maço de papéis escritos. O homem que faz a coleta do reciclável não sabe ler. A curiosidade lhe corrói a alma. Por que não estudei? – indagou Juvenal. Os conselhos de sua mãe para que estudasse açoitava-lhe. No entanto... teria imediatamente saber o que estava escrito naqueles papéis e o que era aquele livro. Para a sua sorte vinha alegremente um meni- no que pela rua assoviava sem parar. Sem cerimônia ele foi parado. Perguntou-lhe se ele sabia ler. Respondeu – meio com receio - com a cabeça que sim. Deu-lhe os papéis – mesmo o menino achando aquilo muito estranho - leu meio que silabicamente, mas leu. A primeira página dizia assim: “Quero desculpar-me da forma que achei para repartir do muito que colecionei em minha vida. Os anos se passaram e descobri nisto que deixei registrado nas folhas que se seguem um grande tesouro, que me fez um homem feliz, livre e, sobretudo solícito. Resolvi repartir com você, pois certamente saberá assimilar com sabedoria o que lhe deixo. Acredito que se mudou a minha vida, poderá mudar a sua.Deixo-lhe um exemplar desta preciosidade que para mim é uma bússola num mundo em que as pessoas andam sem saber para onde e por quê. Um grande abraço de um amigo” Inesperadamente, a ira nos olhos de Juvenal era visível. Os papéis foram lançados furiosamente em seu carrinho. “Quem me roubou? Levou o que havia nesta maleta me deixando só estas folhas sem valor.Talvez houvesse joias, dinheiro ou sei lá o que mais.Pobre de novo! Somente desejei ter uma casa digna.Comida...” Afirmou furiosamente. O menino lhe perguntou “Hei, o senhor vai que-rer este livro?” O homem disse que poderia ficar com ele. “Obrigado moço” disse o menino sorrindo – e levando consigo um exemplar usadíssimo da Bíblia Sagrada.
Marcio J. de Lima
do Livro Devaneios em Prosa (Editora Unicentro, 2011)

UM PASSAGEIRO MUITO IMPORTANTE

Estava sentado na poltrona de um ônibus, quando entrou um franzino senhor de idade. Aquele senhor me chamou a atenção. Não sei muito bem por quê. Ele estava vestido com uma surrada calça social e um paletó de cor clara, chapéu na cabeça. Tinha cabelos brancos e a pele escurecida e marcada pelo tempo.
O tempo correu em minha mente e retornei a minha infância. Lembrei-me dos meus parentes de mais idade, bem como dos velhos amigos da família, de suas histórias contadas com tremenda tenacidade e veemência, pelo menos a meu ver. A cada história contada, viajava e admirava respeitosamente o locutor, embora houvesse simplicidade em suas palavras jamais perdiam a coerência, jamais eram perdedores, sempre eles os mocinhos, mesmo que anti-heróis.
O senhorzinho passou a roleta com um olhar triste e cansado. As pessoas não o perceberam. Entendi, claro, que elas não o conheciam e não sabiam de suas histórias, de sua história, de sua importância. Ao contrário pessoas jovens entravam no ônibus e eram notadas, cumprimentadas, talvez até invejadas.
O triste senhor seguiu lentamente até se assentar. Continuei a relembrar do passado. Senti uma vontade de me levantar e ir até aquele senhor, abraçá-lo. Como se fosse uma presença viva do meu passado. Neste momento reforcei a ideia de que muito da afetividade passada aos que amamos é transmitida pelas histórias que contamos, pelo tempo vivido com os nossos, pela partilha em forma de doação e interesse pelo semelhante. Os meus antepassados tinham - e ainda têm problemas - frustrações, limitações. Mas isso não os abalava, e em suas narrativas encontravam os seus refúgios, talvez para dar força?, talvez para ensinar a olhar sempre pra frente reescrevendo suas vivências, de forma positiva e saudável?, talvez fosse mais do que isso, talvez nem percebessem o quanto faziam felizes e importantes as crianças que os escutavam.
Atualmente, lendo sobre frustrações da vida moderna e suas consequências, percebi que isto que eles faziam encontra um embasamento na psicologia bem grande como uma das formas de manter a mente sadia, tanto para quem conta as suas histórias como para aqueles que as ouvem. Seus embasamentos vinham pela vivência empírica do amor e da doação.
Aquela figura daquele senhor me fez perceber que às vezes nos esquecemos dos mais velhos e de suas experiências. Vaziamente trocamos suas vivências pelas infinitas cabeçadas pela vida, que às vezes deixam-nos marcas que poderiam ser evitadas. Tão vazios andamos. Quando vemos pessoas de mais idade não sentimos mais necessidade de abraçá-las, não ouvimos mais suas preciosas histórias, e ao invés de um ato de carinho recebemos e enviamos um frio e quase sempre desalmado e-mail com frases feitas e repetidas como se não houvéssemos mais capacidade de dizermos palavras simples mas verdadeiras carregadas de emoção, e algumas vezes sem mesmo proferirmos uma palavra executarmos atos que falariam por si só, como um simples e singelo olhar com respeito e admiração. 

(Marcio J. de Lima)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O conto infantojuvenil “Boneco de Neve” de Marcio J. De Lima integra o Livro “Palavra é Arte”

-->

Capa do Livro por Gilberto Martins

Compartilho com os amigos do blog uma excelente notícia. O conto “Boneco de Neve” publicado aqui e no Livro “Devaneios em Prosa” pela Editora UNICENTRO em 2011. Agora também integra uma coletânea de contos denominada “Palavra é Arte”, Editora Cultura Editorial de Salvador – BA lançado no final de 2012, que tem como organizador o escritor Gilberto Martins. 
Agradeço à Editora a oportunidade, bem como a todos os amigos leitores que frequentam o blog e dão motivação, pelas visitas, pelos comentários, por segui-lo ou compartilhá-lo nas redes sociais e outros veículos de comunicação, contribuindo-se dessa forma para a continuidade deste trabalho. 
E, reforça-se aqui a missão do Blog “Repartir” com o público trabalhos modestos, mas feitos com muito carinho e dedicação.


Marcio J. de Lima

Este momento 1...

  Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é m...