sábado, 18 de agosto de 2012

Eu Rio!



Dos diques
que procuram interromper
o meu destino...
Eu rio!


(Marcio J. de Lima)


Imagem extraída do endereço:http://geografiadodesejo.blogspot.com.br/2010/07/fluir.html

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pobre menina

Pobre menina. Em frente à velha tevê,  que fora descartada no lixo e apanhada por seus pais,  não percebia sua infância sugada. Os pais inertes à mesa. Somente sonhavam. Nunca haviam sofrido tanto, por suas dores e pelas de outros. Pensavam "quanto dinheiro na mão de poucos e em nossos bolsos as migalhas deixadas pelo sufoco de um mês  inteiro de trabalho". A barriga roncava, todavia a menina sentia-se feliz... seus pais estavam ali... protegiam-na daquela dura realidade.  Para dormir, somente para ela era dado  um copo de água doce e um pão surrado... Seus pais  tinham as entranhas consumidas pela fome, mas seu anjinho dormia com aquele sorrisinho inocente em sua rósea face.  Um beijo na testa do seu pequeno rebento.   Um boa noite. Sonhe com os anjos. Amanhã é um novo dia!

(Marcio J. de Lima)

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2012/08/pobre-menina.html?m=1

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A obscura vida de Julião dos tomates


Sempre achei Julião dos tomates muito gente boa. Excelente pai de família, bom pagador, comportado cristão, fazia sempre doações assistenciais – repartia com o próximo. Conhecidíssimo nas redes sociais por suas boas ações e campanhas ali lançadas a favor dos não afortunados. Eu somente não conhecia um lado da sua vida – que creio obscura – e até hoje me pergunto. O que fez que tal cidadão tivesse por notícia de sua passagem (à outra vida) – a espontânea manifestação de 832 pessoas que curtiram a sua morte?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O SERVO

                                        Pintor: Angelo Gabriel, in: aulas de pintura (óleo sobre tela ano 2012)

Olhava sempre ao alto, sua tez resplandecia com os últimos raios solares daquela maravilhosa e límpida tarde.
Estava solitário. Os pássaros faziam o cortejo, como se aquele fosse um rei. O azul-celeste de seus olhos fitava o verde vivo das videiras, e o marrom seco do solo queimado, que ao sopro suave da brisa, soltava uma poeira fina, a qual cobria a vegetação rasteira do caminho.
Caminhava o homem, sem descansar e olhar para trás. Seu olhar sério refletia sua compenetração e a contemplação de tudo que o cercava. Um sorriso esboçava-se em seu rosto ao perceber os pássaros cantantes, que retornavam aos seus ninhos, felizes se abrigavam para passar a noite. A brisa fazia seus cabelos ondulados esvoaçarem. O caminhar era calmo. Os passos eram sequenciais e constantes, quase não parava. O olhar fixo ao cume do morro fazia-o ainda mais distante, como se chegasse ao céu, e lá permaneceria.
O caminho estava coberto por poeira, que ao longe quando se movia parecia possuir vida própria com helicoidais figuras autônomas criadas pelo vento, vegetação rasteira com pequenas flores rosa e brancas que ofereciam ao caminho uma rósea imagem de paz e conforto; e algumas pedrinhas soltas pelo caminho que ora ou outra entrava em suas sandálias, que eram retiradas pacienciosamente como se elas o fizessem refletir. Seus pés estavam levemente empoeirados e cansados pelo longo caminho percorrido.
O homem olhou à sua frente e percebeu uma fonte de água que saía das pedras e jorrava cristalina formando um pequeno córrego e logo desaparecia ao meio das liquentas rochas. Ficou a admirar a limpidez da água e logo juntou as suas mãos, como uma concha, e bebeu-a agradecendo-a ao Pai por sua função de dar vida a todas as criaturas da terra. Molhou o rosto e os cabelos e seguiu caminho.
No cume do morro morava, em uma imponente casa, uma família que optou em viver longe de tudo e de todos.  Da família eram três pessoas pai, mãe e um filho. Semanalmente ordenavam a um dos empregados buscar na cidade mantimentos e o que precisassem. O empregado de confiança da família estava muito doente há mais de um mês e a família começava a sentir falta de algumas coisas para casa. O serviçal não recebeu nenhum medicamento para o tratamento de um mal súbito que o enfraquecera a ponto de não se pôr mais em pé. A família recolhera-se ainda mais e, deixara o pobre empregado a sofrer num quarto escuro e fétido pelo bolor das paredes. O pobre suplicava por ajuda. Clamava ao céu principalmente. Sua dor era muito mais pelo abandono do que pela doença em si. Via-se próximo da morte, mas agonizava esperançoso pela clemência dos seus senhores aos quais sempre se doou pela troca de pão e lugar para as noites recostar sua cabeça.
O agonizante escuta passos se aproximarem do quarto. Os passos se aproximam cada vez mais. Uma paz tomou completamente o serviçal, o qual percebeu através das frestas o sol resplandecente e os pássaros a cantar à procura de ninhos nos beirais do casarão para passar a noite. O homem esperou os passos desaparecerem. Lembrou-se do seu passado dedicado apaixonadamente à família, seus senhores. Alegrava-se pela certeza do dever cumprido: ordens sempre recebidas e executadas com a devoção dos santos. As mãos grossamente calejadas juntavam-se em um ato solene ao peito. Os lábios proferiram palavras sacras de clamor por piedade. A luz que lhe era próxima faz-se distante, até que lhe são toldados os sentidos.
Alguém bate a porta. O patrão a abre. Aparece-lhe um homem de vestes brancas numa alvura impressionista que se apresenta como seu servo.
A voz do senhor segue-se friamente:
- Você começa amanhã. Alfredo acaba de falecer.
(Guarapuava, 1999)

Texto Publicado no Jornal Correio do Cidadão (Guarapuava - PR), confira!

https://www.correiodocidadao.com.br/noticia/o-servo

Devagar se chega à felicidade!


O que engana nossos sentidos,
Engana principalmente nossa forma de sentir o mundo...
Portanto, duvide de tudo num primeiro momento!
Até chegar à verdade ou o mais perto dela!
 

Mas, se as mentiras que te contarem te fizerem feliz,
faça este caminho bem devagar... deleite-se,

mas não te entregue a elas tão profundamente...
A felicidade está tão difícil de se encontrada ultimamente!

Pode ter certeza; bem mais que as verdades!
marcio j. de lima

Imagem obtida em: http://images.comunidades.net/um-/um-reikitarot/5_sentidos.jpg

TAEs na luta

O blog devaneios literários do lima apoia a Greve dos Técnicos Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Federal. Por uma Educa...