segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Diário de uma diretora: A mão - Por Carlos Drummond de Andrade

Diário de uma diretora: A mão - Por Carlos Drummond de Andrade: Entre o cafezal e o sonho o garoto pinta uma estrela dourada na parede da capela, E nada mais resiste à mão pintora. A mão cresce...

Devaneios Literários do Lima: Livro "Devaneios em Prosa" (para Ler Grátis)

Devaneios Literários do Lima: Livro "Devaneios em Prosa" (para Ler Grátis): Finalmente, amigos do blog, compartilho o livro "Devaneios em Prosa"... Estava curioso para ter o texto integral!... Então segue. ...

PÁSSAROS NO VERÃO (HaiKai)

_______Pássaros no verão
Rejubilam-se sem parar...


E eu... “Ai que solidão”.

(Marcio José de Lima)

Imagem obtida em: http://pixabay.com/pt/pequeno-verde-abelharuco-%C3%ADndia-172555/

O AMANHÃ


Quando me perguntam:
Que será do Amanhã?
Não sei o que dizer...
Sento na praça,
Olho a criança,
Sinto o sol no rosto e
Os pássaros cantando...
Não sei do Amanhã...
Só sei...
Que me sinto responsável
Pelo Hoje...
E vivo.
Vivo como se o Hoje me convidasse
A uma visita inusitada ao Amanhã.
Daquela que não avisa...
Assim...
Vejo-o sentado numa cadeira
Daquelas de praia
Com um largo sorriso
A me dizer que a viagem só termina
Quando a missão estiver completa...
Reticente pergunto:
Que missão?...
E ele sábio com a face
Enterrada em sua
Imensa e alva barba
Responde:
Só eu tenho a resposta...
E a resposta
Estragaria a viagem
Pois mudaria o rumo
A que seguiria...
E, se não a tiver...
Seguirá feliz...
Pois esta ignorância
É a que te faz sentir -
Mesmo sem saber -
Meu Amigo.
E eu convido
Sente aqui me fale um pouco
Sobre Hoje.
12/11/2009

Marcio José de Lima

Imagem obtida em:http://pixabay.com/pt/michelangelo-abstract-menino-71282/




segunda-feira, 20 de outubro de 2014

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Música: Você me faz feliz! (Song: You make me happy!)


Tô olhando aqueles lindos versos que você me deu
Tô olhando o escuro da noite e lembro os olhos seus
Você já converteu as minhas quedas em doce poesia
Versos tão doces sonantes, gosto de alegria 

Você me faz tão feliz estando ao meu lado 
Quer ver tamanha felicidade, olha meu estado
E ouço no seu sussurrar mesclado com a brisa do mar 
Jurando na frente do altar, vou sempre te amar 

Clique aqui para ouvir
 

Autor: Marcio José de Lima
Copyright: proibida a cópia, reprodução, distribuição, exibição, criação de obras derivadas e uso comercial sem a sua prévia permissão.

Letra: de Marcio José de Lima
Melodia: Andersom Mendes de Lima
Execução/Voz: Andersom Mendes de Lima

Assista ao vídeo da música. 



Anjo mau

Anjo mau. Com a mão em um botão... Logo o aperta. Ele, neste momento se sente Deus... O mundo em sua mão. Sai objeto flamejante que perfurará a frágil crosta. Olha, o menino de cara suja que brinca na rua, àquela imensa calda laranja que corta o céu. Acha-a linda. Sonha em um dia, logo após curar sua fome, em ser astronauta. O menino vê, entre o alaranjado, uma nuvem em forma de uma longa barba branca... Seria Deus? 
Seguraria a nave? Não, ele deixou em nossas mãos nossos destinos... Uma má opção para este momento...

Ri o monstro-anjo-mau que terá o mundo à sua cara, como ele... 
Vai a nave cortando o céu, não havendo escudo que a parasse beija o solo. Festeja o egoísta. Parte-se a frágil bola azul. Choram a Lua e o Sol. Ele, perde um de seus filhos. Ela perde a sua irmã. 
O menino tem aliviada sua fome. E o egoísta na sua última construção celular intacta... arrepende-se, ganha, por isso, o Céu.
Marcio José de Lima 

Imagem obtida em: http://pixabay.com/pt/explos%C3%A3o-nuclear-nuvem-de-cogumelo-356108/

domingo, 5 de outubro de 2014

UM PASSAGEIRO MUITO IMPORTANTE



Estava sentado na poltrona de um ônibus, quando entrou
um franzino senhor de idade. Aquele senhor me chamou a
atenção. Não sei muito bem por quê. Ele estava vestido
com uma surrada calça social e um paletó de cor clara, chapéu na cabeça. Tinha cabelos brancos e a pele
escurecida e marcada pelo tempo.
O tempo correu em minha mente e retornei a minha
infância. Lembrei-me dos meus parentes de mais idade,
bem como dos velhos amigos da família, de suas histórias
contadas com tremenda tenacidade e veemência, pelo
menos a meu ver. A cada história contada, viajava e
admirava respeitosamente o locutor, embora houvesse
simplicidade em suas palavras jamais perdiam a coerência,
jamais eram perdedores, sempre eles os mocinhos, mesmo
que anti-heróis.
O senhorzinho passou a roleta com um olhar triste e
cansado. As pessoas não o perceberam. Entendi, claro, que
elas não o conheciam e não sabiam de suas histórias, de
sua história, de sua importância. Ao contrário pessoas
jovens entravam no ônibus e eram notadas,
cumprimentadas, talvez até invejadas.
O triste senhor seguiu lentamente até se assentar.
Continuei a relembrar do passado. Senti uma vontade de
me levantar e ir até aquele senhor, abraçá-lo. Como se
fosse uma presença viva do meu passado. Neste momento
reforcei a ideia de que muito da afetividade passada aos
que amamos é transmitida pelas histórias que contamos,
pelo tempo vivido com os nossos, pela partilha em forma
de doação e interesse pelo semelhante. Os meus
antepassados tinham - e ainda têm problemas -,
frustrações, limitações. Mas isso não os abalava, e em suas
narrativas encontravam os seus refúgios, talvez para dar
força?, talvez para ensinar a olhar sempre pra frente
reescrevendo suas vivências, de forma positiva e
saudável?, talvez fosse mais do que isso, talvez nem
percebessem o quanto faziam felizes e importantes as
crianças que os escutavam.
Atualmente, lendo sobre frustrações da vida moderna e
suas consequências, percebi que isto que eles faziam
encontra um embasamento na psicologia bem grande
como uma das formas de manter a mente sadia, tanto para
quem conta as suas histórias como para aqueles que as
ouvem. Seus embasamentos vinham pela vivência
empírica do amor e da doação.
Aquela figura daquele senhor me fez perceber que às
vezes nos esquecemos dos mais velhos e de suas
experiências. Vaziamente trocamos suas vivências pelas
infinitas cabeçadas pela vida, que às vezes deixam-nos
marcas que poderiam ser evitadas. Tão vazios andamos.
Quando vemos pessoas de mais idade não sentimos mais
necessidade de abraçá-las, não ouvimos mais suas
preciosas histórias, e ao invés de um ato de carinho
recebemos e enviamos um frio e quase sempre desalmado
e-mail com frases feitas e repetidas como se não
houvéssemos mais capacidade de dizermos palavras
simples mas verdadeiras carregadas de emoção, e algumas
vezes sem mesmo proferirmos uma palavra executarmos
atos que falariam por si só, como um simples e singelo
olhar com respeito e admiração.

Marcio José de Lima.

Imagem obtida em: pixbay

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

QUEM SERIA TOLO EM SE APAIXONAR?

Eu não quero me apaixonar...
Já vi pelas ruas muitos resmungando,
Resmungos de perdidos seres errantes.
Quantos não compreendem a paixão!
Saem pelas ruas dominados por ela,
Como cocheiros que não dominam suas carruagens,
Saem com dois equinos alados, cada um procura
seu lado,
Não se entendem, não são dominados...
Assim é o homem apaixonado.
Não consegue se perceber perdido.
Aos risos calafrios investem em uma paixão.
Decoram um verso qualquer...
Sem rima, sem lima afinam seu balbuciar,
Congelam como tolos apaixonados,
Ao olhar da Medusa.
O esperto, ao olhar a musa pelo espelho,
Não se intimida, mas não se aproxima...
Em seu peito uma ferida,
Como o coração flechado pelo cupido...
Assim é a paixão...
Fogo que fere, que ensina...
Assim é o homem apaixonado...
Ferido, alucinado, alguns o pensam como coitado...
As costas do apaixonado, enfrentam o pesado
arreio...
A tortuosidade de seus sentidos, não lhe pôs freio.
O frio que acalenta suas noites mal dormidas, criam-lhe
fantasmas,
Que o assombram, que o assustam... Mas, não
apagam a feliz luz que o impulsiona a migrar à
paixão-Amor.
(05/07/2008).

Imagem obtida em: http://photos1.blogger.com/blogger/2048/3653/1600/observada.jpg


Este momento 1...

Dói.  Forma estranha de começar um poema. Forma medíocre para o mundo que só vende fórmulas para livrar-nos da dor. Assumir alguma dor é mei...