sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sinestética: um amor em um momento

[...] Abre-se aqui um parêntese para comentários a respeito do tempo. Os dias, antes da revolução na vida de Siné, eram muito extensos, a sua dor, muitas vezes sem motivo, pareciam infindáveis. Suas mágoas regurgitavam em suas vísceras e o tempo regurgitava dessa forma. Seu sofrimento diário sempre era novo. No seu interior a dor era intensa – fibromiálgica. Embora buscasse externar-se como pessoa feliz, sorridente, muito pronta a tudo, quase uma mãe de suas amigas. Era estoicista, sofria por suas amigas, por ela mesma, pelo mundo, pelas estrelas... Agora as novidades de uma vida radiante aceleravam sua vida, páginas novas no livro de sua existência, eram páginas prazerosas de serem folheadas e quando revistas reavivavam mais ainda seu dia a dia. Tornou-se solidária, agora, de sorrisos, de bons conselhos, porém sem deixar-se contaminar pela dor do outro. Sentia prazer e podia ser fonte de luz aos outros. Uma nova vida. [...]


Referência:
LIMA, Marcio J. de Lima. Sinestética: um amor em um momento. In: Devaneios em Prosa. Guarapuava.: Unicentro, 2011, p.50.

Um comentário:

Ninguém para trás!

Ele olhou para trás, como uma profunda utopia, havia ninguém lá... Olhou à frente, também, ninguém havia lá... Ao olhar bem mais atento, tod...