[...] Abre-se aqui um parêntese para comentários a respeito do tempo. Os
dias, antes da revolução na vida de Siné, eram muito extensos, a sua
dor, muitas vezes sem motivo, pareciam infindáveis. Suas mágoas regurgitavam em suas vísceras e o tempo regurgitava dessa forma. Seu
sofrimento diário sempre era novo. No seu interior a dor era intensa –
fibromiálgica. Embora buscasse externar-se como pessoa feliz, sorridente, muito pronta a tudo, quase uma mãe de suas amigas. Era
estoicista, sofria por suas amigas, por ela mesma, pelo mundo, pelas
estrelas... Agora as novidades de uma vida radiante aceleravam sua vida,
páginas novas no livro de sua existência, eram páginas prazerosas de
serem folheadas e quando revistas reavivavam mais ainda seu dia a dia.
Tornou-se solidária, agora, de sorrisos, de bons conselhos, porém sem
deixar-se contaminar pela dor do outro. Sentia prazer e podia ser fonte de
luz aos outros. Uma nova vida. [...]
Referência:
LIMA, Marcio J. de Lima. Sinestética: um amor em um momento. In: Devaneios em Prosa. Guarapuava.: Unicentro, 2011, p.50.
Ótima leitura ��
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