terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A poesia dói

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A poesia dói 
Uma dor que ninguém reclama
Ficará ela como lama no
Solo sagrado do tempo
Seus traços eternos serão latentes
Não serão reclames 
Serão pegadas que levam
A tantos ermos 
Nunca à inércia do nada... 
Pois se alguém algum dia
Ousar dizer que ela  é nada
Como alma penada 
Não largará de seu pé 
Sendo repetida por cada carpideira
A rogar pela saudade de um
Tempo grudado nas ondas que lavara
O rio que nasce onde tudo começa... 
Desbocada 
Desembocará 
Ao mar da memória... 
E se você a acreditar... 
Como útil e belo
Rirá, desmentirá verdades absolutas, 
Com a maestria de um devaneador
Dirá... tudo não passou de história... 

A poesia dói sim... 
Mas pode certeza ter..  
Essa dor transpira, 
Como transpira... 
Em tantas epifanias... 
Com tantas ninfas loucas, 
Atordoa... 
Atordoa... 
Mas não mata. 

Marcio José de Lima - Laranjeiras do sul - fev. 2016

 

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/mortalidade-caveira-vanitas-401222/

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