Um Sábio homem proferia silenciosamente o seu discurso. Nem abanos no ar. Nem entoação. Nem entonação. O vácuo prosódico imperava.
Somente, pelo silêncio, parecia negar a tudo.
Não falava. Sendo assim, não criticava. Não escrevia. Não chorava...
A tudo - sem nada argumentar – parecia dizer retumbantemente “não”.
Seus lábios mornos. Seu olhar cativante. Seu sorriso aberto. Seu corpo a falar: “Não!.” Assim, a multidão o seguia. E ele ensimesmado no silêncio a refletir.
A criança falava. A mulher falava. O homem falava. O ancião falava. O Sábio ouvia, somente ouvia.
O sábio sem ter dito nada, deixou os homens reticentes, interrogativos, afirmativos: os quais, dessa forma, aprenderam.
Em um dos seus mais eloquentes discursos, ele sentou-se ergueu os olhos ao céu, juntou as mãos, e, escutou sem nada dizer – aos felizes por isso – um número de duas mil setecentas e dezessete pessoas.
Por esse ato, sentiu-se feliz e em paz passando a proferir por extensos quinze segundos um largo e imenso sorriso.
(Marcio J. de Lima – 08/nov/2010)
http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/2013/01/o-eloquente-sabio.html?m=1
Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/illustrations/idade-juventude-moda-manequins-2804739/
Somente, pelo silêncio, parecia negar a tudo.
Não falava. Sendo assim, não criticava. Não escrevia. Não chorava...
A tudo - sem nada argumentar – parecia dizer retumbantemente “não”.
Seus lábios mornos. Seu olhar cativante. Seu sorriso aberto. Seu corpo a falar: “Não!.” Assim, a multidão o seguia. E ele ensimesmado no silêncio a refletir.
A criança falava. A mulher falava. O homem falava. O ancião falava. O Sábio ouvia, somente ouvia.
O sábio sem ter dito nada, deixou os homens reticentes, interrogativos, afirmativos: os quais, dessa forma, aprenderam.
Em um dos seus mais eloquentes discursos, ele sentou-se ergueu os olhos ao céu, juntou as mãos, e, escutou sem nada dizer – aos felizes por isso – um número de duas mil setecentas e dezessete pessoas.
Por esse ato, sentiu-se feliz e em paz passando a proferir por extensos quinze segundos um largo e imenso sorriso.
(Marcio J. de Lima – 08/nov/2010)
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