Olha, eu ultimamente ando um pouco preocupado. Vejo o mundo pegando fogo. Bichos queimando nas matas. Rios, lagos, riachos secos... Olhos grandes em cima das terras que se incandescem como um inferno, fruto de nossos egoísmos... Fico aqui comigo pensando. Não teríamos, nós, capacidade de produzirmos mais em cima do que já foi desmatado? Pois é. Creio que esta resposta seja óbvia. Olho para meus filhos e fico a imaginar meus netos. Será que sobrará muita coisa para eles? Será que a geração deles será mais responsável que a nossa em relação ao meio ambiente. Será que eles conhecerão macacos, leões, jacarés, tigres, araras, lobo e outros animais silvestres?
Temo crer que a resposta seja: não! Fico um pouco preocupado, pois somos seres naturais também. Talvez quando morre um animal que vive nas florestas, quem sabe morra um pouco de cada um de nós... Quem sabe, cada abelha que encerra seu voo acometida por algum agrotóxico ou falta de alimento, pelo fogo, caia também a esperança de uma vida plena, a qual cada um de nós, outrora achava que possuía... pensando que os recursos sobre a terra eram infindáveis...
Pergunto. Onde erramos? No nosso egoísmo? Nossa falta de olhar para o próximo – inclusive cada ser da natureza? Pela nossa omissão de não termos lutado por cada árvore que caiu na mata? Pela nossa ânsia de querermos cada vez mais, para tentar preencher um buraco que nunca será pleno? Realmente, não sei.
Só sei, que o nosso arredor está ficando cada vez menor, cada vez com menos cor, com menos vida, menos criativo, mais pobre, mais mórbido...
E, quem sabe um dia acordemos de nosso transe e concluamos que somos o meio, quando o agredimos, agredimos a nós mesmos... Isso se chama consciência... Mas como ela está cada vez mais, aparentemente distante... Dá realmente um vazio...
Marcio Lima (Zé Marcióli)
Imagem disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/abelha-inseto-flor-mel-de-abelha-5618012/
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