quinta-feira, 10 de março de 2016

O último, primeiro

Um dia seremos capazes de sermos luz 
Um dia viajaremos por estrelas e mundos desconhecidos 
Um dia seremos uma lágrima a correr
Um dia seremos, tão nós 
Seremos capazes de perdoar, sempre
De entender o amor
E de não esmorecer de medo. 
Seremos capazes de acordar cedo... 
Um dia, seremos a cura pra algum tédio 
Acharemos,  pra ignorância, um remédio.... 
Um dia esqueceremos as tautologias
E  não nos contentaremos só com o nascer de cada dia...
Recupereramos de nossos rostos a alegria... 
Um dia seremos tão imensos que notaremos eu-universo... 
Tão completos como, de um soneto,  
Um verso... 
Seremos capazes de sermos vírgula 
Exclamação 
Deixaremos de ser interrogação 
Seremos uma elipse no tempo
Um cheiro suave no vento
Uma companhia a contento 
Um beijo doce 
Um sorriso que fosse
Uma mão amiga ao irmão 
Nas injustiças, coração 
Num domingo triste, canção 
Um ser, vários seres... 
Unidos em um só carreiro
Todos juntos... 
O último, primeiro. 

Marcio J. de Lima  Filho
Laranjeiras do Sul, 10/03/2016

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/montanha-sozinho-p%C3%A9-ao-ar-livre-2585069/



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