terça-feira, 17 de maio de 2016

Transe

Agora como mágica a tristeza desapareceu...
Como zumbi,  vou...
Quem está pagando por minha felicidade?
O meu deus, hoje tem preço, tem uma escolha tão diversa, olhos aos altos montes, jamais aos desvalidos...
Os jornais esqueceram de publicar as tragicidades... hoje como um chip mágico minhas ruas são tão felizes, embora o sangue de inocentes role.
Talvez alguns ficarão invisíveis... pois a miséria os ofusca, não cabe nos holofotes nem nos focos das objetivas...
Quem um dia tanto gritou... hoje encontra-se sem voz... atônito pela expiação de seus atos de ignorância - pobre criatura - 30 moedas pagarão o seu silêncio - e a justificativa da insanidade...
Aqui... tudo parece ser ópio... a fada verde tolheu meus sentidos...
Mas... o sangue hoje brota - embora ignorado - ressurgirá aos poucos, todavia não porque somente quer, e sim por que é clamado...
Aí sim, sairemos do transe... paupérrimos... no entanto, um dia já estivemos assim... superamos uma vez, quem sabe um dia superaremos novamente... olho o céu e vejo uma luz que de lá brilha... jamais esquecerei o pó que fui... e não deixarei de lutar por aqueles os quais o dinheiro não se interessa...
Marcio José de Lima
16/05/2016

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