quinta-feira, 28 de junho de 2018

Arroz, feijão, arte e macarrão... (Rice, beans, art and pasta...)

Minha carne precisa de arroz,
Minha mente de memórias,
Meu saber de histórias,
Pra ser eu, nós dois...

Meus dias, precisam de movimento,
Meus sonhos entrelaçados ao vento,
Seus beijos a saciar nosso amor,
A aliviar a inevitável e ensabecedora dor...

Preciso das prosas de quem amo,
Dos olhares de quem respeito,
Do amor do Ser a quem clamo,
E alivia, ao Seu olhar, meus naturais defeitos...

Preciso do mundo sem fronteiras,
Do caminhar livre pelas ruas,
Do fruto doce que nasce das palmeiras,
Das doces palavras a escorrer da boca sua...

Preciso do saber da história que se desenha,
Sentir as artes que se exibem, não só nos salões,
Mas nas praças, parques e jardins e onde se tenha,
Ânimo para receber o novo, a tocar muitos corações...

Quero saborear a deliciosa maresia,
Provar do ar de cada vale e montanha,
Quero misturar o belo da natureza à alegria,
Provar o frescor da noite, com a força da manhã...

Quero degustar os versos de Baudelaire,
Temperados cuidadosamente com pequi,
Não sorve-los com a pressa de um self-service qualquer,
Mas com a sutileza que há muito não se vê aqui...

Quero a democracia na cozinha,
Nas bibliotecas, museus e nos campinhos,
Quero um poema em cada esquina,
Um passo à frente e esperança que não se definha...

Quero alma, corpo e coração juntos,
Todos eles em paz e bem nutridos,
Cada um produzindo seus frutos,
E de todo egoísmo e preconceitos despidos...
Marcio J. de Lima
Guarapuava, 18/06/2018.



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