quinta-feira, 13 de abril de 2017

Uma luz a se reacender

A escuridão caiu... em tudo parecia não haver mais saída. A luz a que muitos esperavam parecia não ter vindo. A terra se partiu. Uma fenda em cada alma se abriu. A lua no céu, prateada, parecia também fendida. Um manto escuro encobriu cada criatura, que em seus mais recônditos sonhos, ficou com um gosto de morte em suas papilas... Seria o fim de tudo? Seria o início de um buraco sem fim, helicoidal, a engolir cada criatura outrora tão amada?
Em um espelho, em um lugar qualquer..
Uma moça se observa... Em sua mais pura alma, agradece por cada traço em sua face recebida não sabia d'onde... Seu coração puro agradece por cada ser. E pede paz e amor ao rebento que carrega amorosamente em seu ventre...
Enquanto essas trevas ocorriam naquele outro lugar, um rei ao alto de um madeiro qualquer entrega todo seu coração dilacerado, apaixonado até mesmo, ao ser que o perfura com uma lança, o qual foi banhado de água e sangue...
Um teimoso raio de sol, muito discreto, iluminou o semblante da pobre mãe que não possuía mais lágrimas a chorar... Uma indizível dor é apagada pela certeza de seu amor e fé a um excélsior Pai de vastíssimo amor... Um vento impetuoso varreu a terra... quatro pedaços de um tecido caro voaram para longe dali... A esperança se reacendeu três dias depois. O amor venceu... Vida nova se fez.. E o pequeno roedor que a tudo observava de sua toca, embora muitos não tenham entendido, tudo entendeu...
Marcio José de Lima

4/4/2017 - Devaneios literários do Lima

http://devaneiosliterariosdolima.blogspot.com.br/?m=1

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