quinta-feira, 27 de julho de 2017

Quem ousou pôr um uivo na branca folha?



A mão tosca a encerrá-lo na folha...
Não devias ter saído dali!
Haveria de ser assim? Incompreendido, intempestivo, ânsia da imortalidade transvestida em fera bravia...
“Aqui é o teu lugar! Somente aqui...”
Com suas características monstruosas fizestes, tantos viventes, insones. Suas histórias e enredos tão perturbadores. Nenhuma besta, assim agiria, com tanta voracidade.
Infeliz somatória dos infernos. Quem inventou revelar tão monstruoso cruzamento? A ânsia da imortalidade, uma das chamas extraviadas de Prometeu, o amor insano às feras narrado por algum desavisado contista de fada?
Coisa boa não haveria de se ter como resultado.
Olhar de estátuas vivas, longe dos olhares dos vivos, fulgurando em plena lua cheia, corações de pedras velando jazigos, todos prontos ao funéreo abraço...
Oh, quem te inventou errante ser? Algo de errado se sucedeu em somar, tão desavisadamente, lobo ou cão e homem... Quem cometeu tal sacrilégio???

Marcio J. de Lima
Guarapuava, 05/07/2017.

Imagem obtida em: https://pixabay.com/pt/lua-luar-lua-cheia-fantasmag%C3%B3rico-1024914/

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