quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Passos...

Noite fria, a mãe cuida da criança que estava deitada no berço em frente ao fogão à lenha. Casa quase que isolada em um bairro escuro com pouca iluminação pública. A luz do lampião cria algumas impressões amedrontadoras. A criança dorme profundamente. A mente da mãe está voltada ao fato de o marido ter saído à noite para ir ao bar tomar uns traguinhos para afogar as desesperança e ainda não ter retornado...
O tempo passa já é altas horas - e nada... Amanhã cedo ele terá que trabalhar, preocupa-se, pois é de seu minguado salário que ela e aquele anjinho dependem... além   de uma pequena ajuda financeira que ela dá  vendendo verduras e perfumes à vizinhança...
Seus pensamentos voltam à infância... e os sonhos de estudar e ser alguém... quando... houve passos, seria José, seu esposo?  Estranhamente não se alegrara, veio-lhe um frio na espinha que desencadeou a todo seu corpo. Os passos se aproximam mais... o cachorro não latiu,  portanto poderia ser ele... alguns segundos se passaram e os passos pararam em frente à sua porta... ninguém bateu. Resolveu atônita não dizer nada, até porque sua boca paralisou. Mil e uma coisas passaram por sua cabeça. Mas, por esta, ela não esperava... os passos ficaram por ali...
Márcio José de Lima
Do blog devaneios literários do Lima
20 de agosto de 2015
Imagem obtida em:https://pixabay.com/pt/escuridão-sombrio-escuro-árvore-605975/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ninguém para trás!

Ele olhou para trás, como uma profunda utopia, havia ninguém lá... Olhou à frente, também, ninguém havia lá... Ao olhar bem mais atento, tod...